Sefaradi

Sefaradi

Antes de Tel-Aviv
Vamos a Madri!
Antes do Oriente
Pro ocidente logo ali !
Caminha, caminha, caminha…
Contam-se os passos!
Buscam-se oportunidades
Em braços abertos
e punhos cerrados,
Você é cidadão em cada cidade!
Todo país é uma pátria distante,
Ou um lar acolhedor
No coração você leva a saudade!
Nos pensamentos sonhos ligeiros de amor
pro alvorecer do amanhã!
Não há despedidas, apenas novos encontros!
Quem sabe econtre o verdadeiro amor!
Mas você está em busca de Sefaradi!
Do lar com a Estrela de David!

Quattro sonetti d’amore e quatro poemetos do dia inteiro

Quattro sonetti d’amore e quatro poemetos do dia inteiro

QUATTRO SONETTI D’AMORE

E

QUATRO POEMETOS DO DIA INTEIRO

(dedicados à mulher amada)

 

POESIA E MUSICA

Appare così presente avvolta nell’incanto e bellezza

Come donna che si muove tra note belle di soavità

E cammina ballando al ritmo di musica sommessa

E vola nella brezza che soffia poesia e musicalità.

Così si tuffa nel fiume di piaceri liberi e irresistibile

Con gli occhi di fuoco che illuminano gli dei e i versi

Diffondendo musica nel tocco delicato e indefinibile

Dalla poesia di un poeta che riunisce toni e universi.

La donna graziosa e bella nel corridoio, cortile, mondo,

Tra spartiti raccolti che risuonano anima in sottofondo

Risvegliando tutti colori della creazione di verso pieno

Al limite della poesia libera, scritta di sguardo sereno:

Eccola che se vede viva oltre lo specchio ad amare

E vivere piena di luna, sole, terra, aria, rosso e mare.

STATUA DI CERA

(titolo provvisorio perché lei non è una statua di cera)

In quei versi della poesia più dolce, pura e delicata,

Con la mano tremante, le guance si inumidirono

Sulla mano del poeta di vita e i suoi occhi brillarono

Di ieri e d’oggi, che vola e passa sulla tua giornata

E di leggere sensazioni camminiamo ad abbracciare,

Toccare sulla pelle lungo del giardino, amore e cielo,

Che fanno volare le tavole, le corde e il tuo mantello

Tra versi e immagini di umidità, desiderio, e baciare

Perché siamo fatti di andirivieni, bagno di immensità:

Né cera, né calce, né salto, né pavimento, né gioco

Solo intere di sogni in braccia libere, occhi e fuoco

Di ritmo che avanza e labbra di piacere ed affettuosità

Nel prendere, senza peso, la bocca del poeta – allegretto

E lasciati vivo ed umido nell’allegro, nei baci e nel sonetto.

SONETTO DEL VESTITO SUL CORPO SCOPERTO

Questa donna piena e bella

Fatta di poesia e immensità

Sospira nei baci che sono

Baci da chi vive e si rivela

L’invito-desiderio della dea

Dal tocco umido dei piaceri

Nell’abbraccio di tante volte

Sguardo libero arriva e crea

Il verbo in musica risveglia

Fuoco-bacio, bocca aperta,

E suoi seni che si liberano

Agli occhi del poeta flirtano

L’immenso verso libero scritto

Sulla bocca, piedi e giardino.

PRESENZA VIVA

La mia poesia rivela il cielo

Il cammino soave da baciare:

Nasce la canzone sulla bocca

Di vita piena senza mantello.

Libera volando, bacia e danza,

Bocca, bacio sulla tua nudità

Nel gioco dei versi sotto luna

Unica, giardino umido avanza

E si apre l’angolo della poesia

Dal tuo verso rosso così vicino

E sguardo dolce ed immerso

E poi il velo sulla faccia si squarcia,

Bocche mute,silenziose, si aprono

Ora due corpi nudi, nudi di cielo.

QUATRO POEMETOS DA MANHA, MEIO-DIA, TARDE E NOITE

Poemeto da manhã

Nesta manhã, envio-te versos

de ternura na brisa suave

de uma poesia, quase uma partitura;

e envio afetos no meu canto matinal

imersos no perfume da tua pele,

teu natural manto, versos despertos de vida…

Poemeto do meio-dia

Teu rosto de encanto, olhar falante,

No teu perfume de beijo e gosto,

E luz que vai, toca, revela adiante,

Entre lágrimas que o verso traduz

E converte em orvalho disperso

No teu jardim que delícias verte!

Poemeto da tarde

Aquela mulher que me leva, suave, sob os véus

dos seus olhos umedecidos de uma tarde qualquer,

e no caminho entre céus, aqui e ali, tecidos e leves

de um fogo que surge, arde, cobre e se desenha

no rubor das suas faces feitas de traço delicado…

Aquela mulher tão bela: flor que me salva no abraço!

Poemeto da noite

Sob o teu convite, visitei teu canto, entrei pela porta

e tu, bella, sobre a cama, dormindo em sonhos de amor

ao lado de lençóis jogados ao chão, corpo em nudez,

e me aproximei, assim, no aproximar-me de quem dorme

e tomei os lençóis brancos lançando-os sobre teus seios

sem tocá-los, e com a dobra cobri teu jardim feito tesouro

porque neles a morada só é possível sob tuas mãos

quando assim me conduzirem e mostrarem o caminho,

mas, não cobri, não cobri nem cobriria sob convite,

os teus lábios, umbigo, cabelos, rosto,

pálpebras, pernas, pés, braços, pescoço, ombros

e mãos, porque teu canto ainda ressoava no teu canto. 

 © Pietro Nardella-Dellova

(Alguma Poesia no Umbigo da Mulher Amada / Qualche poesie sull’Ombelico della Donna Amata)

Pausa para a Mulher Amada, entre Quatro Letras Hebraicas

Pausa para a Mulher Amada, entre Quatro Letras Hebraicas

א

a Mulher Amada nesse verde-azul, feito tudo:

vinho, sangue, uva, mel, choro e palavrão,

abria os braços, o peito, a boca – e eu mudo!

deixando nos seios o beijo, a lágrima, a unção…

ב

a Mulher Amada na brisa, lua, vento, tempestade,

à mesa, elevador, corredor, biblioteca, cozinha,

varanda, cama, chão, sofá, escada, por toda tarde

vestida, seminua, nua: ei-la, plena, quando vinha

ג

de alma entregue, chocolates e branca espuma

entre os dedos, rosto, língua, face sorridente,

rindo-vermelha-rosa-chorando-branca-leve-pluma

de música, gozo, asas, esperança: Mulher gente!

ד

e

eu

poeta

feito de letras

urros

e porta aberta

giros tresloucados

mil teses

fugindo aos murros

pisando em fezes

lendo fezes

do boi errante, minguante,

feito de ausência

escondido

sumido

entre os meus versos

inclementes versos

cegos versos

cegos inclementes

que negam a água

entre fios dourados

e a boca imensa

voando pelos céus

de barro e fogo

(é um jogo)

e esbarro na tumba:

céus diversos

fugido-ingrato-sem-rosto-sem-manhã-para-o-amanhã!

AH, MEU AMOR,

deixe-me em paz

feche o seu jardim

eis-me, nu e vendido,

fendido

aqui jaz!

(vou comer rapadura)

*

© Pietro Nardella-Dellova

Pausa para a Mulher Amada, entre Quatro Letras Hebraicas

in Alguma Poesia no Umbigo da Mulher Amada

 

Vem, vem pra cama, amor…

Vem, vem pra cama, amor…

א
Meu amor, vem pra cama!
Façamos amor por todo este dia, nus (e desnudados) em gozos plurais, multifacetados e libertação plena!
ב
Vem, amor!
Quando nos cansarmos da cama, faremos amor no sofá, na mesa da cozinha, no corredor, no chão da sala.
ג
Vem, amor! Abriremos nossas pupilas e nossos poros, abençoaremos nossos lábios com nossos próprios corpos, libertaremos nossos fogos e, em urros, voaremos às alturas e, sem trégua, mergulharemos, profundos, em nossos corpos e almas!
ד
Lá fora, hoje, meu amor, na rua, há apenas torcida organizada por anencéfalos, e há torcedores drogados carregando suas bandeiras e seus paus, e há repressores, e há reprimidos, e há destruidores da Educação, e há osmóticos, e há repetidores de PowerPoint, e há homofóbicos, e há islamofóbicos, e há banqueiros, e há antissemitas, e há fascistoides, e há nazistas, e há preconceituosos, e há os exterminadores, e há os militaristas, e há machistas, e há psicóticos, e há bipolares, e há espancadores de mulheres, e há autoritários, e há golpistas, e há ignorantes, e há racistas, e há noveleiros, e há midiáticos, e há ressentidos, e há vingativos, e há antidemocráticos, e há os que odeiam, e há egoístas, e há ovelhas, e há curiosos, e há absolutamente incapazes, e há igrejeiros, e há roubadores de merendas, e há especuladores, e há agiotas, e há roubadores de dízimos, e há escravagistas, e há roubadores de almas e há, por desgraça, a massa assexuada e acrítica, arrastada e centrifugada pelos seus donos! Lá fora, hoje, meu amor, há apenas caixa de gordura e bonecos que marcham!
ה
Vem, amor, vem pra cama!
ו
Vem, amor, vem hoje.
ז
A política, meu amor, deixaremos para depois de amanhã, quando se reunirem apenas os esclarecidos, conscientes e libertários!
março, 2016
© Pietro Nardella-Dellova
Ah, cara amica, sai cos’è il suono dei gemiti d’amore, poetico e autentico?

Ah, cara amica, sai cos’è il suono dei gemiti d’amore, poetico e autentico?

I
Ah, cara amica, sai cos’è il suono dei gemiti d’amore, poetico e autentico?
II
E’ il suono della “creazione” in movimento, il rumore che non finisce dello stupendo “molto buono” all’apertura di “Bereshit”, il suono che si approfonda ed invade. La sua eco mi accompagna.
III
E’ il profumo del suono! E se mi trovo dove sia, San Paolo, Napoli o New York, non importa, quel suono e quell’odore mi accompagnano completamente.
IV
Profumo e suono da incollare alla persona amata, vibrante di piena vita, sotto il bagno del sudore della danza originale. Ed io guardando il suo viso rosso e umido, baciando quelle labbra, e quei capelli bagnati nell’intensità e ascoltando la voce del gemito – il gemito d’amore lanciato in aria, come dai lupi, trasformandosi in urla…
V
Eppure, cara amica, dopo l’unzione, due esseri, amati e amorevoli, incontrati nello spazio della viva poesia, dormendo con le loro bocche incollate l’una all’altra, estendendo l’ultimo bacio, il bacio che non si vuole perdere … Ecco, cara amica, il lungo bacio, il bacio mescolato e il segno del vino e dell’acqua scambiati di bocca alla bocca, perché non c’era tempo o la voglia di bicchieri o coppi.
VI
Non sono stati necessari! Bicchieri e coppi non erano necessari, perché volevamo il vino e l’acqua, nell’armonia del bacio, il bacio-vino-acqua, l’acqua-bacio-vino, il vino-acqua-bacio e mordere, annusare, l’incontro di corpi alla gioia del godimento musicale…
VII
Per questo, dormivamo con le bocche insieme, e quando svegliati sotto il sole di mezzogiorno, ecco, ancora con le bocche nel bacio continuato.
VIII
Era il senso dell’occupazione, della resistenza e presenza. E la corsa delle vite che venivano da lontano, dalla distanza, e hanno trovato la sua fonte, la vita nella semplicità di un bacio profondo, al centro.
IX
Era, poi, la paura, timore delle labbra perdendo delle labbra, paura di perdere le labbra, paura di perdere … e parlavamo poco, il minimo, per non abbandonarsi il bacio, e mangiavamo poco di non lasciare il bacio.
X
Comunemente, il cioccolato all’altra bocca, per non perdere il bacio: bacio-cioccolato-bacio-acqua-bacio-vino.
*
Pietro Nardella-Dellova
in “Una amica a New York: Sulle anime del Vesuvio”. LA MORTE DEL POETA. 2009
___________________
Immagine di Alessio Delfino, Italy
Entre dois passos e um giro indescritível

Entre dois passos e um giro indescritível

ENTRE
DOIS PASSOS
e um giro indescritível
do Advérbio ao Verbo
I
entre
dois passos
de um movimento que avança,
esta mulher me inspira e me atira
ao céu, ao mar, à terra, ao fogo,
à dança e à poesia
que nascem desses elementos
com letras soltas e dois pontos
e se perdem – e se salvam – em rima libertária,
desequilíbrio entre acordes de uma ária,
água que escorre
(ficamos tontos)
no movimento em que, aberta,
esta mulher
gira,
esperando na sua boca
as palavras
que trago na minha boca,
esperando
colocar na sua boca, em carícias,
as palavras e o verbo que se faz carne
de um perdido e mago – um querubim!
e, sem trégua – nem ar – rouca, desnuda,
nas delícias do seu bronzeado jardim,
orvalho, fonte, rio, mar, dilúvio, purificação:
gosto de tantos
sabores,
esta mulher, assim, quase muda,
salivando palavras confusas,
triunfante,
II
e a mais bela das flores à mão,
avança,
dança, quebra, sussurra, toda amável,
e,
em voz de um contralto indecifrável,
liberta, úmida, entregue, rubra, vencida,
canta um verbo,
impera, manda, ordena:
entra!
*
Pietro Nardella-Dellova:
“Dois Passos e um Giro Indescritível”, 2012
texto incluído no meu novo livro INFLEXÕES ANÁRQUICAS E ALGUMA POESIA NO UMBIGO DA MULHER AMADA, prelo
*
imagem: pintura da artista Iza Borgonovi Tauil. Rio de Janeiro