O Socialismo dos Tolos: Antissemitismo e a Corrosão dos Valores de Esquerda

O Socialismo dos Tolos: Antissemitismo e a Corrosão dos Valores de Esquerda

Capítulo 1

O “Socialismo dos Tolos” – Das Origens à Contemporaneidade

 A Perspicácia de Bebel: Contexto Histórico e Significado

A Alemanha do final do século XIX experimentava transformações profundas. A industrialização acelerada, a urbanização e as mudanças sociais dramáticas criavam terreno fértil para movimentos políticos que buscavam explicações simplistas para problemas complexos. É neste contexto que August Bebel, um dos fundadores do Partido Social-Democrata Alemão (SPD), observa um fenômeno perturbador: a infiltração de ideias antissemitas no movimento socialista nascente.

A frase “Der Antisemitismus ist der Sozialismus der dummen Kerle” (“O antissemitismo é o socialismo dos tolos”) foi pronunciada por Bebel em 1893 durante um discurso no Reichstag, conforme documentado em arquivos parlamentares alemães. Este comentário não era apenas uma denúncia do preconceito casual, mas um alerta sobre uma falha estrutural e intelectual no pensamento socialista da época.

O termo “tolos”, usado por Bebel, simbolizava uma crítica à substituição da análise rigorosa por explicações fáceis e preconceituosas. Para ele, o antissemitismo era uma forma de desvio ideológico que afastava a atenção dos trabalhadores das reais estruturas de poder e exploração do capitalismo industrial..

 

O Contexto do Pensamento de Bebel

Para compreender a profundidade da análise de Bebel, é crucial examinar o ambiente político da época.

O movimento socialista enfrentava questões complexas sobre a natureza do capitalismo industrial, as relações de classe e as estratégias para transformação social. Simultaneamente, correntes antissemitas ofereciam explicações simplificadas, personificando problemas sistêmicos na figura do “judeu”.

A análise de Bebel revelava como o antissemitismo funcionava como uma forma de desvio ideológico pernicioso. Ao personificar problemas sistêmicos do capitalismo na figura do “judeu”, esta simplificação permitia que as verdadeiras estruturas de poder econômico permanecessem intocadas e invisíveis. Em vez de examinar as complexas relações de classe e os mecanismos de exploração capitalista, os “socialistas tolos” contentavam-se em substituir análise rigorosa por preconceitos étnicos arraigados.

Esta substituição tinha consequências graves para o movimento socialista. A solidariedade internacional da classe trabalhadora, fundamental para qualquer projeto de transformação social, era minada por divisões étnicas e religiosas artificiais. Ironicamente, esta fragmentação servia perfeitamente aos interesses das classes dominantes, que se beneficiavam da desunião entre os trabalhadores.

Mais fundamentalmente, o antissemitismo comprometia os próprios princípios do socialismo. Um movimento que se proclamava defensor da igualdade e da emancipação universal não podia, sem grave contradição, abraçar ou tolerar preconceitos contra qualquer grupo étnico ou religioso. A presença do antissemitismo sinalizava uma falha não apenas moral, mas também intelectual no coração do projeto socialista.

 Evolução do Antissemitismo na Esquerda

A penetração do antissemitismo no pensamento de esquerda não foi um fenômeno limitado ao século XIX. A revisão dos dados históricos revela que mesmo pensadores influentes como Proudhon e Bakunin, apesar de seu compromisso declarado com a emancipação universal, incorporavam preconceitos antijudaicos em seus escritos.

Por exemplo, Proudhon, em seus textos, associava estereótipos antissemitas à crítica do capitalismo. Bakunin, por sua vez, perpetuava a ideia de que os judeus possuíam características inerentes negativas. Esses casos ilustram como o antissemitismo conseguiu se adaptar e sobreviver mesmo dentro de movimentos que se declaravam progressistas.

No século XX, a Revolução Russa de 1917 marcou um aparente rompimento com o passado antissemita, abolindo leis discriminatórias e promovendo judeus a posições de liderança. Contudo, sob Stalin, o regime soviético desenvolveu uma forma sistemática e sofisticada de antissemitismo estatal.

O “Complô dos Médicos” e o Antissemitismo Soviético

De 1948 a 1953, a campanha contra o “cosmopolitismo sem raízes” atingiu seu ápice com o “Complô dos Médicos” em 1953. Neste evento, 37 médicos, predominantemente judeus, foram presos sob falsas acusações de conspirarem para assassinar líderes soviéticos. Estes eventos são extensivamente documentados nos Arquivos Estatais Russos e em obras como Stalin’s Last Crime de Brent e Naumov.

A Repressão Antissemita na União Soviética Pós-Guerra

A repressão contra judeus na União Soviética, especialmente nos anos pós-Segunda Guerra Mundial, foi marcada por uma série de medidas que visavam a marginalização e a supressão da cultura e identidade judaicas.

Números da Repressão:

– Intelectuais: Cerca de 2.000 intelectuais judeus foram demitidos de seus empregos entre 1948 e 1952, evidenciando uma perseguição sistemática contra a elite intelectual judaica.

– Instituições Culturais: A cultura judaica também foi alvo de repressão, com o fechamento de aproximadamente trinta publicações e dez teatros entre 1948 e 1951.

– Ativismo: O Comitê Antifascista Judaico, um grupo de ativistas judeus, sofreu um duro golpe com a execução de treze de seus membros em 12 de agosto de 1952.

 Persistência do Antissemitismo após a Morte de Stalin:

Mesmo após a morte de Stalin em 1953, o antissemitismo continuou a ser uma realidade na União Soviética. Entre 1953 e 1964, observou-se:

– Fechamento de Sinagogas: O número de sinagogas em funcionamento foi drasticamente reduzido, passando de 500 para apenas 96.

– Restrições Religiosas: Um total de 269 comunidades judaicas enfrentaram severas restrições religiosas, limitando a prática do judaísmo e a vida religiosa dos judeus soviéticos.

Os dados apresentados revelam a extensão da repressão antissemita na União Soviética, que afetou não apenas indivíduos, mas também instituições e comunidades judaicas. A perseguição sistemática e a imposição de restrições religiosas visavam a erradicação da identidade judaica e a submissão dos judeus soviéticos ao regime.

Esta persistência é particularmente notável quando comparada ao destino de outras políticas stalinistas. Enquanto práticas como o culto à personalidade, os expurgos políticos e a coletivização forçada foram amplamente criticadas durante a desestalinização, o antissemitismo institucional sobreviveu sob novas formas. O “antissionismo” soviético pós-1967 forneceu um modelo para como preconceitos antijudaicos podiam ser reformulados em termos aparentemente progressistas.

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Reichskristallnacht o Kristallnacht, ma anche Reichspogromnacht

Reichskristallnacht o Kristallnacht, ma anche Reichspogromnacht

Con Notte dei cristalli (Reichskristallnacht o Kristallnacht, ma anche Reichspogromnacht o Novemberpogrom) viene indicato il pogrom condotto dai nazisti (SS) nella notte tra il 9 e 10 novembre 1938 in Germania, Austria e Cecoslovacchia.
Si parlò di 7500 negozi ebraici distrutti durante la notte del 9 novembre, di quasi tutte le sinagoghe incendiate o distrutte (secondo i dati ufficiali erano stati 191 i templi ebraici dati alle fiamme, e altri 76 distrutti da atti vandalici). Il numero delle vittime decedute per assassinio o in conseguenza di maltrattamenti, di atti terroristici o di disperazione ammontava a varie centinaia, senza contare i suicidi. Circa 30 000 ebrei furono deportati nei campi di concentramento di Dachau, Buchenwald e Sachsenhausen. Relativamente al campo di Dachau, nel giro di due settimane vennero internati oltre 13 000 ebrei; quasi tutti furono liberati nei mesi successivi (anche se oltre 700 persero la vita nel campo), ma solo dopo esser stati privati della maggior parte dei loro beni.
La polizia ricevette l’ordine di non intervenire e i vigili del fuoco badavano soltanto che il fuoco non attaccasse anche altri edifici. Tra le poche eccezioni ci fu l’agente Wilhelm Krützfeld che impedì che il fuoco radesse al suolo la Nuova Sinagoga di Berlino, e che per la sua azione venne sanzionato internamente. Nessuno tra i vandali, assassini e incendiari venne processato.
L’origine della definizione notte dei cristalli, più correttamente Notte dei cristalli del Reich è una locuzione di scherno che richiama le vetrine distrutte, fatta circolare da parte nazionalsocialista e diffusa poi anche nella storiografia comune. Dello stesso atteggiamento di beffa nei confronti dei cittadini classificati ebrei fa parte anche l’obbligo imposto alle comunità ebraiche di rimborsare il controvalore economico dei danni arrecati.
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NEVER AGAIN!
J’accuse…! par Émile Zola (in italiano)

J’accuse…! par Émile Zola (in italiano)

J’ACCUSE…!
par Émile Zola

Traduzione italiana della lettera aperta “J’accuse” di Emile Zola al Presidente della Repubblica Francese Félix Faure in difesa di Alfred Dreyfus.

« Monsieur le Président, permettetemi, grato, per la benevola accoglienza che un giorno mi avete fatto, di preoccuparmi per la Vostra giusta gloria e dirvi che la Vostra stella , se felice fino ad ora, è minacciata dalla più offensiva ed inqualificabile delle macchie. Avete conquistato i cuori,Voi siete uscito sano e salvo da grosse calunnie.

Apparite raggiante nell’apoteosi di questa festa patriottica che l’alleanza russa ha rappresentato per la Francia e Vi preparate a presiedere al trionfo solenne della nostra esposizione universale, che coronerà il nostro grande secolo di lavoro, di libertà e di verità.

Ma quale macchia di fango sul Vostro nome, stavo per dire sul Vostro regno – soltanto quell’abominevole affare Dreyfus! Per ordine di un consiglio di guerra è stato scagionato Esterhazy, ignorando la verità e qualsiasi giustizia. È finita, la Francia ha sulla guancia questa macchia, la storia scriverà che sotto la Vostra presidenza è stato possibile commettere questo crimine sociale. E poiché è stato osato, oserò anche io. La verità, la dirò io, poiché ho promesso di dirla, se la giustizia, regolarmente osservata non la proclamasse interamente. Il mio dovere è di parlare, non voglio essere complice. Le mie notti sarebbero abitate dallo spirito dell’uomo innocente che espia laggiù nella più spaventosa delle torture un crimine che non ha commesso. Ed è a Voi signor presidente, che io griderò questa verità, con tutta la forza della mia rivolta di uomo onesto.

In nome del Vostro onore, sono convinto che la ignoriate. E a chi dunque denuncerò se non a Voi, primo magistrato del paese? Per prima cosa, la verità sul processo e sulla condanna di Dreyfus. Un
uomo cattivo, ha condotto e fatto tutto: è il luogotenente colonnello del Paty di Clam, allora semplice comandante. La verità sull’affare Dreyfus la saprà soltanto quando un’inchiesta legale avrà chiarito i suoi atti e le sue responsabilità. Appare come lo spirito più fumoso, più complicato, ricco di intrighi romantici compiacendosi al modo dei romanzi feuilletons, carte sparite, lettere anonime, appuntamenti in luoghi deserti, donne misteriose che accaparrano prove durante gli appuntamenti. È lui che immaginò di dettare l’elenco a Dreyfus, è lui che sognò di studiarlo in una parte rivestita di ghiaccio, è lui che il comandante Forzinetti ci rappresenta armato di una lanterna, volendo farsi introdurre vicino l’accusato addormentato, per proiettare sul suo viso un brusco raggio di luce e sorprendere così il suo crimine nel momento del risveglio. Ed io non ho da dire altro che se si cerca si troverà.

Dichiaro semplicemente che il comandante del Paty di Clam incaricato di istruire la causa Dreyfus, come ufficiale giudiziario nel seguire l’ordine delle date e delle responsabilità, è il primo colpevole del terribile errore giudiziario che è stato commesso.

L’elenco era già da tempo nelle mani del colonnello Sandherr direttore dell’ufficio delle informazioni, morto dopo di paralisi generale. Ebbero luogo delle fughe, carte sparivano come ne spariscono oggi e l’autore dell’elenco era ricercato quando a priori si decise poco a poco che l’autore non poteva essere che un ufficiale di stato maggiore e un ufficiale dell’artiglieria: doppio errore evidente che mostra con quale spirito superficiale si era studiato questo elenco, perché un esame ragionato dimostra che non poteva agire soltanto un ufficiale di truppa. Si cercava dunque nella casa, si esaminavano gli scritti come un affare di famiglia, un traditore da sorprendere dagli uffici stessi per espellerlo. E senza che voglia rifare qui una storia conosciuta solo in parte, entra in scena il comandante del Paty di Clam da quando il primo sospetto cade su Dreyfus.

A partire da questo momento, è lui che ha inventato il caso Dreyfus, l’affare è diventato il suo affare, si fa forte nel confondere le tracce, di condurlo all’inevitabile completamento. C’è il ministro della guerra, il generale Mercier, la cui intelligenza sembra mediocre; c’è il capo dello stato maggiore, il generale de Boisdeffre che sembra aver ceduto alla sua passione clericale ed il sottocapo dello stato maggiore, il generale Gonse la cui coscienza si è adattata a molti. Ma in fondo non c’è che il comandante di Paty di Clam che li conduce tutti perché si occupa anche di spiritismo, di occultismo, conversa con gli spiriti.

Non si potrebbero concepire le esperienze alle quali egli ha sottomesso l’infelice Dreyfus, le trappole nelle quali ha voluto farlo cadere, le indagini pazze, le enormi immaginazioni, tutta una torturante demenza. Ah! Questo primo affare è un incubo per chi lo conosce nei suoi veri dettagli! Il comandante del Paty di Clam, arresta Dreyfus e lo mette nella segreta. Corre dalla signora Dreyfus, la terrorizza dicendole che se parla il marito è perduto. Durante questo tempo, l’infelice si strappava la carne, gridava la sua innocenza. E la vicenda è stata progettata così come in una cronaca del XV secolo, in mezzo al mistero, con la complicazione di selvaggi espedienti, tutto ciò basato su una sola prova superficiale,questo elenco sciocco, che era soltanto una tresca volgare, che era anche più impudente delle frodi poiché i ”famosi segreti” consegnati erano tutti senza valore. Se insisto è perché il nodo è qui da dove usciva più tardi il vero crimine, il rifiuto spaventoso di giustizia di cui la Francia è malata. […]

Ma questa lettera è lunga signor presidente, ed è tempo di concludere. Accuso il luogotenente colonnello de Paty di Clam di essere stato l’operaio diabolico dell’errore giudiziario, in incoscienza, io lo voglio credere, e di aver in seguito difeso la sua opera nociva, da tre anni,con le macchinazioni più irragionevoli e più colpevoli. Accuso il generale Marcire di essersi reso complice, almeno per debolezza di spirito, di una delle più grandi iniquità del secolo. Accuso il generale Billot di aver avuto tra le mani le prove certe dell’innocenza di Dreyfus e di averle soffocate, di essersi reso colpevole di questo crimine di lesa umanità e di lesa giustizia, per uno scopo politico e per salvare lo stato maggiore compromesso.

Accuso il generale de Boisdeffre ed il generale Gonse di essersi resi complici dello stesso crimine, uno certamente per passione clericale, l’altro forse con questo spirito di corpo che fa degli uffici della guerra l’arcata santa, inattaccabile. Accuso il generale De Pellieux ed il comandante Ravary di avere fatto un’indagine scellerata, intendendo con ciò un’indagine della parzialità più enorme, di cui abbiamo nella relazione del secondo un imperituro monumento di ingenua audacia.. accuso i tre esperti in scrittura i signori Belhomme, Varinard e Couard, di avere presentato relazioni menzognere e fraudolente, a meno che un esame medico non li dichiari affetti da una malattia della vista e del giudizio. Accuso gli uffici della guerra di avere condotto nella stampa, particolarmente nell’Eclair e nell’Eco di Parigi, una
campagna abominevole, per smarrire l’opinione pubblica e coprire il loro difetto. Accuso infine il primo consiglio di guerra di aver violato il diritto, condannando un accusato su una parte rimasta segreta, ed io accuso il secondo consiglio di guerra di aver coperto quest’illegalità per ordine, commettendo a sua volta il crimine giuridico di liberare consapevolmente un colpevole. Formulando queste accuse, non ignoro che mi metto sotto il tiro degli articoli 30 e 31 della legge sulla stampa del 29 luglio 1881, che punisce le offese di diffamazione. Ed è volontariamente che mi espongo.

Quanto alla gente che accuso, non li conosco, non li ho mai visti, non ho contro di loro né rancore né odio. Sono per me solo entità, spiriti di malcostume sociale. E l’atto che io compio non è che un mezzo rivoluzionario per accelerare l’esplosione della verità e della giustizia. Ho soltanto una passione, quella della luce, in nome
dell’umanità che ha tanto sofferto e che ha diritto alla felicità. La mia protesta infiammata non è che il grido della mia anima. Che si osi dunque portarmi in assise e che l’indagine abbia luogo al più presto.

Aspetto

Vogliate gradire, signor presidente, l’assicurazione del mio profondo rispetto.»

Émile Zola

Carta a Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República

Carta a Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República

Autor: Charles Schaffer

Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, permita-me, apresentar. Sou brasileiro nato, judeu e multiétnico. Compõe minha ascendência judeus pardos originários de países árabes, brancos da Europa Oriental e negros oriundos da Etiópia.

Não sou nem faço parte de um grupo lobista com tentáculos no poder globalista e supremacista branco como nos acusam.

Agradeço Vossa Excelência, presidente Lula, por ter tirado o Brasil da barbárie que se trilhava em nome de um nacionalismo com traços fascistas e do preconceito que se estendia às minorias e aos mais fracos. Os movimentos nazifascistas recrudesceram imensamente durante os anos que o antecederam.

O senhor livrou-se, são e salvo, das maiores calúnias, tendo conquistado os corações de muitos brasileiros e supostamente teria voltado para redirecionar o país no rumo da civilização.

Como Vossa Excelência diz, na melhor das expressões, o Brasil está de volta, o Brasil voltou. A Educação voltou, a Saúde voltou com as vacinas, os direitos das dos indígenas também estão de volta.

Infelizmente o antissemitismo também voltou!

O ANTISSEMITISMO VOLTOU E ESTÁ SE INSTITUCIONALIZANDO NO SEU GOVERNO.

Vamos, portanto, falar aqui de uma enorme mancha que toma forma sob o seu nome – eu iria dizer sob seu governo – que é esse abominável crescimento do antissemitismo no Brasil durante a sua gestão, mormente entre alas ligadas a esquerda brasileira, ditas progressistas sem sê-los. Não experimentávamos tal infâmia e perseguição desde o Estado Novo. Esta mancha certamente marcará seu legado.

E Vossa Excelência, Presidente, ainda que inadvertidamente venha estimulando o ódio, seja por suas falas, seja por sua omissão, e tem permitindo, sem qualquer objeção, que este antissemitismo já estrutural no nosso país, seja disseminado com mais ênfase e força entre os seus pares.

Este governo Lula já está sendo manchado para todo sempre, como nunca antes neste país, por uma das mais odiosas ofensas contra os direitos humanos e a humanidade: O antissemitismo.

Quem achava que com a saída de Bolsonaro escaparíamos do antissemitismo e das propostas nazistas mimetizadas da Alemanha dos anos 1930 se equivocou.

Bolsonaro ameaçou com um golpe de Estado argumentando ser “liberdade de expressão”, verdade. Mas este seu Governo não fica atrás, ao se alinhar a pessoas e grupos que recrudescem a prática do antissemitismo e do discurso de ódio para chamá-la de “liberdade de expressão.

Não há dúvidas que boa parte dos seus aliados não hesitariam em propor e implantar leis raciais no Brasil, antissemitas, tais como as leis de Nuremberg da Alemanha de Hitler. Já fazem isto nas redes sociais e nas publicações ditas “progressistas”. Já perseguem as instituições judaicas e judeus brasileiros que defendem sua coletividade do antissemitismo, o que falta?

Quando a Sra. Gleisi Hoffman, entre outros, infere em uma lealdade externa dos judeus brasileiros, nós lembramos das Leis Racistas de Nuremberg e do seu capítulo que apontava para a “Lei da Cidadania do Reich”, decretada por Adolf Hitler em de 15 de setembro de 1935.

Quando o sr. Genoíno propõe o boicote a empresas de judeus brasileiros, está se alinhando de forma inconteste as teses do nazismo. Afinal, em primeiro de abril de 1933, no intuito de isolar e prejudicar economicamente os judeus, Hitler em ascensão decretou boicote às empresas de judeus. No que foi denominado de ““Judenboykott” no alemão, membros do partido nazista ficaram em frente a lojas e empresas de judeus, fazendo piquetes, intimidando clientes e impedindo-os de entrar.

Quando Sr. Breno Altman faz apologia ao terrorismo, ao comemorar o massacre do Hamas, com meninas judias sofrendo estupros coletivos, crianças judias queimadas vivas, bebê arrancado a faca do útero de uma mulher grávida, além de centenas de reféns, parte deles, meninos e meninas, sofrendo estupros diários no cativeiro. Afinal, disse em um post, “os militantes do Hamas devem agir como gatos e caçar os judeus sionistas e israelenses como se rato fossem, afinal”, e em outro post, “eles merecem”.

É por estas falas e condutas que José Genoíno e Breno Altman estão sendo investigados, não por críticas ao Governo ou ao Estado de Israel ou qualquer outra “crítica” legítima.

Entendo que os desagravantes deveriam ter ciência, ao menos em parte, sob pena de podermos induzir que estão sendo coniventes com estas práticas.

Ou assinaram sem pesquisar ou ler os processos e investigações em andamento? Isto apenas traz à memória Hannah Arendt e seus escritos, cada vez mais atuais.

Dos apoiadores que fizeram um abaixo assinado de desagravo temos uma longa lista de autoridades, jornalistas, cientistas que, em consonância ao que chamamos de banalidade do mal, inerente a todo aquele ser pacato, aparentemente correto, cumpridor de ordens, mas que unido ao uma turba antissemita, ganha forças em forma de onda para destilar seu ódio.

Sim, gente culta, temos os nossos Johannes Dietrich e Julius Streicher, o primeiro foi editor-chefe do jornal nazista “Das Reich”; e o segundo fundador e editor do jornal antissemita “Der Stürmer”.

Sim, temos nossos Martin Heidegger e Carl Schmitt, o primeiro filósofo existencialista e acadêmico que se juntou ao partido nazista; e o segundo jurista e teórico político aliado de Hitler.

Temos também, não poderiam faltar os nossos cientistas, gente como Werner Heisenberg e Philipp Lenard, o primeiro inclusive ganhador do Prêmio Nobel em 1932 e contribuiu para pesquisas na Alemanha Nazista; e o segundo físico experimental reconhecido pelo seu antissemitismo e apoio ao nazismo.

Certamente os desagravantes dirão que isto não é antissemitismo, que os alvos do Sr. Genoíno e do Sr. Altman não são todos os judeus, mas apenas alguns judeus, somente os judeus brasileiros sionistas.

Importa destacar que praticamente todos os judeus do mundo, em maior ou menor grau, acreditam no direito à autodeterminação nacional, o direito legítimo de Israel existir. E assim são os judeus brasileiros, de esquerda e de direita, liberais e conservadores, todos sionistas, salvo exceções.

Ao subscreverem desagravo aos Senhores José Genoíno em sua fala de discriminar judeus brasileiros, boicotando suas empresas; e ao Sr. Breno Altman, que comemorou e apoia os ataques do Hamas aos civis israelenses e judeus, sem esquecer que já chamou judeus brasileiros de “Ratazanas Sionistas”, os desagravantes parecem entender que isto se insere na legalidade e no legítimo direito de expressão e que tais práticas não seriam incompatíveis com o Estado de Direito.

Quando o Secretário de Cultura do governo Bolsonaro mimetizou Goebbels em uma fala na televisão as organizações judaicas repudiaram. Ele foi demitido.

Quando o ministro das relações Exteriores do governo Bolsonaro afirmou que o Nazismo era de esquerda, as organizações judaicas repudiaram: O Nazismo foi de extrema direita.

Quando as organizações judaicas repudiam falas antissemitas de líderes partidários de partidos de esquerda, de ministros e autoridades deste governo, a reação tem sido outra.

Fecham-se ao diálogo e não apenas não se retrataram, insistem nas calúnias.

Passam a defender a fala e o discurso antissemita com ainda mais ímpeto.

O que falta ao Governo Lula, seus ministros, aliados e partidários para institucionalizar a discriminação contra judeus brasileiros?

Proibir casamentos mistos e relações sexuais com brasileiros que tenham uma gota de sangue judaico?  Ou só daqueles judeus brasileiros que entendem que Israel tem o direito de existir?

Proibir que judeus de participarem de concursos públicos? Ou somente os judeus sionistas?

Os concursos públicos irão ter uma etapa onde os concurseiros homens deverão baixar suas calças para ver se são circuncidados e, com isto, sumariamente eliminados?

O mesmo para poder participar do Enem? Afinal judeus que sejam sionistas e acreditam no direito de Israel existir não deveriam entrar em Universidades Federais, certo?

Que tal estimular as empresas para não contratarem empregados judeus? Ou mesmo proibirem caçando benefícios fiscais?

O que mais virá neste Brasil que está institucionalizando como lícitas as práticas e condutas do antissemitismo?

No que se refere a Tolerância Racial e combate ao antissemitismo o Brasil não está de volta. Retrocedeu e regrediu.

Vivemos tempos sombrios no Brasil do governo Lula.

Autor convidado: Charles Schaffer

Antisemitismo: da deicídio a genocidio – la sostanza non cambia (Rav Riccardo Di Segni)

Antisemitismo: da deicídio a genocidio – la sostanza non cambia (Rav Riccardo Di Segni)

Rav Jonathan Sacks, parlando di antisemitismo, notava che è un fenomeno storico costante, ma che in ogni generazione cambia vestito, sfruttando i temi che più fanno effetto sulle persone. Un tempo era la religione, poi la nazione, le divisioni economiche e sociali, poi la scienza, sulla quale si costruì la dottrina pseudoscientifica della razza, oggi sono i diritti civili.

 

La difesa di un diritto diventa ora il pretesto per conculcare altri diritti: la difesa dell’animale porta a proibire la macellazione rituale, la difesa del bambino porta a proibire la circoncisione. In dimensioni più grandi, i movimenti antirazzisti di oggi non si limitano a difendere i diritti delle persone che sono perseguitate per la loro differenza; piuttosto dividono il mondo in oppressi e oppressori e a chi fa parte della seconda categoria, nella loro classificazione, in nome dei diritti dei primi, vengono negati i diritti, da quello alla vita, all’integrità fisica (vedi il caso delle donne stuprate), alla difesa, alla sovranità.

 

Si evoca un diritto per calpestare altri diritti. E per farlo si costruisce una menzogna propagandistica colossale. È quello che sta avvenendo alla Corte internazionale dell’Aja, in cui Israele è stata accusata di genocidio.

 

Per quanto riguarda l’antisemitismo religioso, ci sono voluti due decenni dopo la Shoà perché la Chiesa Cattolica nel 1965, con la dichiarazione Nostra Aetate, abolisse, seppure parzialmente, l’accusa di deicidio rivolta al popolo ebraico, che era stata la giustificazione di persecuzioni millenarie.

 

Il vuoto lasciato da questa abolizione fu subito colmato, nel 1967, ai tempi della Guerra dei Sei Giorni, con l’immagine delle “vittime che sono diventate carnefici”; un’idea geniale lanciata dalla propaganda sovietica e subito ripresa da illustri intellettuali, tra cui in Italia Italo Calvino. Sì, perché affinché le cose camminino c’è bisogno del supporto degli intellettuali, che non manca mai. La calunnia non si è mai fermata, anzi si è radicata nelle coscienze, anche perché è un ottimo strumento psicologico per ridimensionare il genocidio, quello vero, la Shoà, e deresponsabilizzare tutti.

Quando si spargono menzogne, qualche elemento di verità è essenziale perché la menzogna attecchisca.

 

Nel caso del processo a Gesù c’era chiaramente qualche ebreo che non amava l’ebreo Gesù, ma da qui ad accusare l’intero popolo ebraico di allora e i suoi discendenti, ce ne corre. Eppure è stato fatto. Nel caso di Gaza c’è purtroppo il dramma delle vittime civili, che il rappresentante israeliano all’Aja ha definito “tragico e straziante”. Ma da qui a dire che si sta compiendo un genocidio ce ne corre. Un conto sono i fatti e un altro l’interpretazione che gli viene data.

 

Speriamo che un sussulto di dignità della Corte ne trasformi l’immagine, da quello che per ora sembra un film in costume con toghe e parrucche, in un riferimento etico condivisibile. Per ora è solo un film, e neppure originale, è un remake.

 

È il punto di arrivo di un sofisticato sistema di odio millenario basato sulla perversione della verità e ora del diritto, che usa il diritto per la criminalizzazione di Israele e del popolo ebraico. Premessa per cose peggiori.

 

Ci deve essere sempre l’accusa di qualche “-cidio” ai danni di Israele, prima era “dei-cidio“, oggi è “geno-cidio“, ma la sostanza non cambia.

 

Rav Riccardo Di Segni – Shalom.it

 

Não adiante falar 24hs por dia diante de antissemitas (eu sou um alvo!)

Não adiante falar 24hs por dia diante de antissemitas (eu sou um alvo!)

Não adianta eu falar 24hs por dia que sou a favor da criação efetiva de um Estado da Palestina. Não adianta eu falar 24hs por dia que tenho um imenso respeito e amor fraternal pelo Povo Palestino, e que sua causa é também minha causa. Não adianta eu falar 24hs por dia que sou contra o Netanyahu (e contra todos a quem ele representa). Não adianta eu repudiar 24hs por dia o massacre israelense contra a população de Gaza.
 Não adianta eu falar 24hs por dia que os Israelenses devem respeitar todos os direitos dos Palestinos de Gaza, da Cisjordânia e dos que vivem em Israel ou dos Árabes que sejam também israelenses.
 
Não adiante eu falar e dizer 24hs por dia que sou Judeu de Esquerda, com pautas de Esquerda, lutas de Esquerda e vida de Esquerda, Não adianta eu falar 24hs por dia que em Israel, como em qualquer país, há Judeus de Esquerda, Jornal de Esquerda, Kibutzim de Esquerda, Partidos Políticos de Esquerda, Professores de Esquerda, Sindicatos de Esquerda… e religiosos de Esquerda…
 
Nada disso adianta porque todos e todas me olham como Judeu, e sob o seu olhar maléfico, antissemita e odioso, eu não posso existir como Judeu, eu não posso viver como Judeu nem sentir como Judeu.
Além disso, ser antissemita dá milhares likes para seus perfis, atrai muito “pix” para suas contas e monetiza diuturnamente os meios de comunicação alternativos. Para eles, eu sou uma “boa mercadoria”, um “bom objeto” de especulação e um alvo constante.
O que posso fazer a respeito? Nada, exceto me opor a eles e combatê-los diuturnamente!
Não há diálogo possível com antissemitas. Mas, eles, diante de quem não adianta ficar falando 24hs por dia , pois são antissemiticamente impermeáveis, eles (e elas!) não conseguem destruir em mim o Judeu que sou. Ao contrário, muito ao contrário…