Nos últimos dez dias, os Houthis do Iêmen tem lançado um míssil balístico por dia contra nós, hoje foram dois. Geralmente as sirenes de alerta soam nas regiões de Jerusalém e Tel Aviv, e até o momento, todos os mísseis foram derrubado fora do nosso espaço aéreo.
Vocês têm noção do que é viver assim? Todos os dias, as vezes de dia, mas quase sempre no meio da noite, ter de acordar e correr para um abrigo? Ninguém quer ariscar que a defesa falhe e o míssil caia sobre si. Nossa defesa antiaérea é a melhor do mundo, no entanto não é hermética.
Principais impactos esperados em caso de impacto direto:
Destruição estrutural massiva:
Ogivas convencionais de mísseis como o Emad (iranisano) podem demolir edifícios de concreto, como evidenciado pelo colapso parcial de uma escola em Modi’in.
Crateras de 8 a 10 metros de profundidade capazes de destruir infraestrutura subterrânea1.
Vítimas humanas em larga escala:
Um impacto em áreas residenciais ou comerciais poderia resultar em centenas de mortes, conforme estimado por análises da BBC.
Fragmentação de vidros e detritos projetados amplificariam ferimentos, mesmo em interceptações parciais.
Em meio a convivência com este perigo diário, seguimos realizando ataques no Líbano contra o Hizbalah e na Síria contra os novos mandantes.
E a guerra em Gaza, que foi retomada para manter Netanihau no poder e poder passar o orçamento anual de 2025, vai aumentando de intensidade dia a dia. A perda de vidas cresce do lado palestino e a qualquer momento vai chegar para nós também. Sejam as vidas de soldados, sejam de reféns, ou de ambos. Uma questão de tempo.
Se tudo isto não bastasse, o governo passou uma lei que muda a constituição profissional da comissão que nomeia juízes. Saem os profissionais e a ordem dos advogados, entram políticos. Obviamente que com maioria para o governo. A lei já está sendo contestada na suprema corte.
As ruas estão recebendo manifestações diárias com dezenas de milhares de manifestantes por todo o país. Os sindicatos, o comércio, a indústria, o sistema financeiro e as empresas High Tech estão avisando o governo que se a democracia for abalada, vão parar o país.
O inverno está indo embora. A primavera já se insinua com os primeiros dias de calor e logo adiante é Pessach. Não há muito o que ser comemorado.
Em um mundo onde as linhas entre crítica política legítima e preconceito se tornaram cada vez mais nebulosas, “O Socialismo dos Tolos” emerge como uma obra fundamental para todos aqueles comprometidos com os valores genuínos de direitos humanos e justiça social.
A Convergência Perturbadora
Um dos aspectos mais perturbadores do cenário atual é a convergência ideológica que ocorre quando grupos com visões de mundo aparentemente opostas encontram um denominador comum: a hostilidade contra judeus e o Estado de Israel. O livro expõe com clareza como, apesar das diferenças retóricas, organizações terroristas como o Hamas e certos setores progressistas acabam reproduzindo narrativas surpreendentemente similares quando o assunto envolve judeus.
Enquanto o Hamas expressa seu antissemitismo explicitamente em sua carta fundadora, chamando pela eliminação dos judeus, setores da esquerda frequentemente adotam uma linguagem sofisticada que disfarça preconceitos semelhantes por trás de termos como “antissionismo” e “anticolonialismo”. No entanto, a obra demonstra que, quando analisamos os efeitos práticos de ambos os discursos, encontramos padrões perturbadoramente semelhantes.
O Silêncio Seletivo
Um exemplo concreto desta dinâmica é a resposta ao massacre de 7 de outubro de 2023 e seus desdobramentos. Enquanto o Hamas executou atrocidades documentadas contra civis, incluindo crianças, mulheres e idosos, certos círculos progressistas demonstraram uma hesitação notável em condenar inequivocamente tais atos. Mais recentemente, a descoberta dos corpos de reféns executados no cativeiro – incluindo uma mãe e seus dois filhos pequenos, um deles um bebê de apenas 9 meses da família Bibas – foi recebida com um silêncio ensurdecedor por parte daqueles que rotineiramente se mobilizam contra injustiças em outros contextos.
Este livro oferece ferramentas intelectuais para identificar e responder a esta hipocrisia moral, explicando como o sofrimento judeu é frequentemente relativizado, minimizado ou completamente ignorado por aqueles que se declaram defensores da justiça universal.
Reconhecendo os Códigos
Uma das contribuições mais valiosas desta obra é sua análise detalhada dos códigos linguísticos e retóricos através dos quais o antissemitismo contemporâneo se manifesta. O livro demonstra como certas expressões aparentemente neutras – como “poder sionista”, “lobby israelense” ou a caracterização de Israel como exclusivamente “colonial” – frequentemente funcionam como substituições para tropos antissemitas tradicionais.
Esta decodificação é essencial para todos aqueles comprometidos com o combate genuíno ao preconceito, pois permite reconhecer manifestações de antissemitismo mesmo quando elas vêm disfarçadas de linguagem progressista ou anticolonial.
Por Que Esta Leitura é Essencial
Em um momento em que o antissemitismo global atinge níveis não vistos desde a Segunda Guerra Mundial, compreender suas manifestações contemporâneas torna-se uma necessidade urgente. O livro oferece:
Uma análise histórica que contextualiza o antissemitismo de esquerda desde suas origens até suas formas atuais
Ferramentas para identificar quando críticas a Israel cruzam a linha para o antissemitismo
Exemplos concretos de como movimentos sociais aplicam padrões duplos quando se trata de judeus
Estratégias para responder a argumentos que relativizam ou justificam violência contra judeus
Para aqueles genuinamente comprometidos com justiça social, este livro representa um convite à coerência moral. Ele demonstra que não podemos combater efetivamente qualquer forma de preconceito se continuarmos a tolerar, ignorar ou justificar o preconceito contra judeus.
Recuperando o Universalismo Ético
“O Socialismo dos Tolos” não é apenas uma denúncia do antissemitismo contemporâneo, mas um chamado para que os movimentos progressistas retornem a seus princípios fundadores de igualdade e justiça universal. A obra argumenta convincentemente que um movimento verdadeiramente emancipatório não pode selecionar quais vítimas merecem solidariedade, nem quais formas de ódio devem ser combatidas.
Em um cenário global cada vez mais polarizado, esta análise representa um farol de clareza moral e intelectual, essencial para todos aqueles comprometidos com a construção de um mundo mais justo – para todos os povos, sem exceção.
O “Socialismo dos Tolos” – Das Origens à Contemporaneidade
A Perspicácia de Bebel: Contexto Histórico e Significado
A Alemanha do final do século XIX experimentava transformações profundas. A industrialização acelerada, a urbanização e as mudanças sociais dramáticas criavam terreno fértil para movimentos políticos que buscavam explicações simplistas para problemas complexos. É neste contexto que August Bebel, um dos fundadores do Partido Social-Democrata Alemão (SPD), observa um fenômeno perturbador: a infiltração de ideias antissemitas no movimento socialista nascente.
A frase “Der Antisemitismus ist der Sozialismus der dummen Kerle” (“O antissemitismo é o socialismo dos tolos”) foi pronunciada por Bebel em 1893 durante um discurso no Reichstag, conforme documentado em arquivos parlamentares alemães. Este comentário não era apenas uma denúncia do preconceito casual, mas um alerta sobre uma falha estrutural e intelectual no pensamento socialista da época.
O termo “tolos”, usado por Bebel, simbolizava uma crítica à substituição da análise rigorosa por explicações fáceis e preconceituosas. Para ele, o antissemitismo era uma forma de desvio ideológico que afastava a atenção dos trabalhadores das reais estruturas de poder e exploração do capitalismo industrial..
O Contexto do Pensamento de Bebel
Para compreender a profundidade da análise de Bebel, é crucial examinar o ambiente político da época.
O movimento socialista enfrentava questões complexas sobre a natureza do capitalismo industrial, as relações de classe e as estratégias para transformação social. Simultaneamente, correntes antissemitas ofereciam explicações simplificadas, personificando problemas sistêmicos na figura do “judeu”.
A análise de Bebel revelava como o antissemitismo funcionava como uma forma de desvio ideológico pernicioso. Ao personificar problemas sistêmicos do capitalismo na figura do “judeu”, esta simplificação permitia que as verdadeiras estruturas de poder econômico permanecessem intocadas e invisíveis. Em vez de examinar as complexas relações de classe e os mecanismos de exploração capitalista, os “socialistas tolos” contentavam-se em substituir análise rigorosa por preconceitos étnicos arraigados.
Esta substituição tinha consequências graves para o movimento socialista. A solidariedade internacional da classe trabalhadora, fundamental para qualquer projeto de transformação social, era minada por divisões étnicas e religiosas artificiais. Ironicamente, esta fragmentação servia perfeitamente aos interesses das classes dominantes, que se beneficiavam da desunião entre os trabalhadores.
Mais fundamentalmente, o antissemitismo comprometia os próprios princípios do socialismo. Um movimento que se proclamava defensor da igualdade e da emancipação universal não podia, sem grave contradição, abraçar ou tolerar preconceitos contra qualquer grupo étnico ou religioso. A presença do antissemitismo sinalizava uma falha não apenas moral, mas também intelectual no coração do projeto socialista.
Evolução do Antissemitismo na Esquerda
A penetração do antissemitismo no pensamento de esquerda não foi um fenômeno limitado ao século XIX. A revisão dos dados históricos revela que mesmo pensadores influentes como Proudhon e Bakunin, apesar de seu compromisso declarado com a emancipação universal, incorporavam preconceitos antijudaicos em seus escritos.
Por exemplo, Proudhon, em seus textos, associava estereótipos antissemitas à crítica do capitalismo. Bakunin, por sua vez, perpetuava a ideia de que os judeus possuíam características inerentes negativas. Esses casos ilustram como o antissemitismo conseguiu se adaptar e sobreviver mesmo dentro de movimentos que se declaravam progressistas.
No século XX, a Revolução Russa de 1917 marcou um aparente rompimento com o passado antissemita, abolindo leis discriminatórias e promovendo judeus a posições de liderança. Contudo, sob Stalin, o regime soviético desenvolveu uma forma sistemática e sofisticada de antissemitismo estatal.
O “Complô dos Médicos” e o Antissemitismo Soviético
De 1948 a 1953, a campanha contra o “cosmopolitismo sem raízes” atingiu seu ápice com o “Complô dos Médicos” em 1953. Neste evento, 37 médicos, predominantemente judeus, foram presos sob falsas acusações de conspirarem para assassinar líderes soviéticos. Estes eventos são extensivamente documentados nos Arquivos Estatais Russos e em obras como Stalin’s Last Crime de Brent e Naumov.
A Repressão Antissemita na União Soviética Pós-Guerra
A repressão contra judeus na União Soviética, especialmente nos anos pós-Segunda Guerra Mundial, foi marcada por uma série de medidas que visavam a marginalização e a supressão da cultura e identidade judaicas.
Números da Repressão:
– Intelectuais: Cerca de 2.000 intelectuais judeus foram demitidos de seus empregos entre 1948 e 1952, evidenciando uma perseguição sistemática contra a elite intelectual judaica.
– Instituições Culturais: A cultura judaica também foi alvo de repressão, com o fechamento de aproximadamente trinta publicações e dez teatros entre 1948 e 1951.
– Ativismo: O Comitê Antifascista Judaico, um grupo de ativistas judeus, sofreu um duro golpe com a execução de treze de seus membros em 12 de agosto de 1952.
Persistência do Antissemitismo após a Morte de Stalin:
Mesmo após a morte de Stalin em 1953, o antissemitismo continuou a ser uma realidade na União Soviética. Entre 1953 e 1964, observou-se:
– Fechamento de Sinagogas: O número de sinagogas em funcionamento foi drasticamente reduzido, passando de 500 para apenas 96.
– Restrições Religiosas: Um total de 269 comunidades judaicas enfrentaram severas restrições religiosas, limitando a prática do judaísmo e a vida religiosa dos judeus soviéticos.
Os dados apresentados revelam a extensão da repressão antissemita na União Soviética, que afetou não apenas indivíduos, mas também instituições e comunidades judaicas. A perseguição sistemática e a imposição de restrições religiosas visavam a erradicação da identidade judaica e a submissão dos judeus soviéticos ao regime.
Esta persistência é particularmente notável quando comparada ao destino de outras políticas stalinistas. Enquanto práticas como o culto à personalidade, os expurgos políticos e a coletivização forçada foram amplamente criticadas durante a desestalinização, o antissemitismo institucional sobreviveu sob novas formas. O “antissionismo” soviético pós-1967 forneceu um modelo para como preconceitos antijudaicos podiam ser reformulados em termos aparentemente progressistas.
Vejo nos últimos dias muita gente querida preocupada, e até indignada com a limpeza étnica proposta por Trump em Gaza. Com toda razão, se fosse verdade.
Desde que assumiu, Trump demonstrou ser exatamente quem prometeu: um líder imprevisível e polarizador. Aqueles que duvidaram de suas promessas de campanha logo descobriram a realidade. Funcionários governamentais, minorias e grupos marginalizados que apoiaram sua candidatura rapidamente se arrependeram.
Os Árabes Americanos, que anteriormente foram ativos em sua campanha, mudaram até o nome de sua organização para “Árabes Americanos pela Paz” – um sintoma eloquente da desilusão com Trump.
Onde estão os artigos de indignação quando Trump:
Disse que vai tomar de volta o Canal do Panamá. não vi ainda artigos condenando este ato. F*dam-se os panamenhos.
Afirmou que quer a Groelândia. Alguém escreveu alguma coisa em defesa deles? Deve ser porque a maioria nem sabe onde fica a tal Groelândia. F*dam-se os groenlandeses.
Manteve a taxação de produtos chineses que por sua vez já retaliaram no que está sendo o estopim de uma guerra comercial que vai trazer aumento de preços para produtos no mundo inteiro, não apenas para chineses e americanos. Algum artigo? Unzinho?
Trump disse que deseja que os palestinos de Gaza sejam absorvidos pelo Egito e Jordânia enquanto reconstrói a faixa. Bibi gostou da ideia. Pronto caiu o mundo. Artigos de indignação, limpeza étnica, roubo de terras e por aí vai. Judeus dizendo que o antissemitismo vai aumentar ainda mais, seja lá o que isto signifique. Bem, vamos colocar um pouco de ordem nas coisas.
O silêncio ensurdecedor sobre essas declarações contrasta drasticamente com a avalanche de críticas contra Israel. Esta seletividade moral revela mais sobre os críticos do que sobre a complexidade real do conflito.
Números concretos desmontam o sensacionalismo: a reconstrução de Gaza levará pelo menos 15 anos, com mais de 60% das moradias destruídas. Só a limpeza da destruição, que ninguém ainda sabe onde colocar, uns 10 anos. Então imaginem o que será da vida de mais de um milhão de pessoas vivendo em tendas por todo este tempo. Compreensivelmente, nenhum país árabe se ofereceu para receber famílias palestinas – incluindo Egito e Jordânia, justamente os países mencionados na proposta de Trump.
Na verdade, ninguém sabe nada desta proposta, somente da ideia maluca, que nenhuma pessoa com o mínimo de bom senso, acredita que seja exequível. Da mesma maneira, ninguém sabe quem vai reconstruir, quem vai pagar pela reconstrução e o principal, quem vai governar Gaza.
Aqui em Israel, só os extremistas apoiaram o que escutaram de Trump, quando até o seu círculo mais íntimo não faz a menor ideia do que ele está dizendo. Alguns afirmam que será uma saída temporária, ou seja, eles serão alocados para condomínios em outros países enquanto aguardam que novos condomínios sejam construídos em Gaza para que possam voltar. Sério que precisamos falar de tamanha estupidez.
A maioria absoluta dos jornalistas israelense dá risada disso, até mesmo políticos do governo se calam para não rirem em frente às câmeras. Mas ainda assim, tem gente cobrando que devemos repudiar com veemência esta limpeza étnica proposta.
A verdadeira tragédia não são as propostas de Trump, mas a facilidade com que pessoas bem-intencionadas são seduzidas por narrativas simplistas que alimentam o antissemitismo contemporâneo.
Este governo de Israel é tudo de ruim. Esta guerra já deveria ter sido concluída um ano atrás se houvesse um planejamento para o dia seguinte, para substituir o governo do Hamas.
Tudo isto que estamos assistindo prova que os idiotas dominaram o mundo e o poder está com eles neste momento. Sejam razoáveis e não compactuem.
Mas isso não é tudo, vocês que apontam o dedo para Israel, onde estavam quando os Rohingyas foram expulsos de Mianmar para Bangladesh? Quando os Uyghurs foram removidos de regiões na China? Quando os Armênios de Nagorno-Karabakh foram forçados a deixar a região após conflito com Azerbaijão em 2020?
Tudo isto que estamos assistindo prova que os idiotas dominaram o mundo e o poder está com eles neste momento. Sejam razoáveis e não compactuem.
Meu recado é simples: antes de julgar, busquem estudar o assunto.
Incrível, mas estamos completando um ano em guerra. Se inicialmente era uma operação em Gaza, hoje estamos lutando também contra o Islã radical no Líbano, nos territórios ocupados, no Yemen, no Iraque, na Síria e no Irã, num total de sete frentes.
Neste conflito específico, tudo começou em 7 de Outubro de 2024 com um ataque cometido por 3 mil terroristas do Hamas acompanhados por civis de Gaza contra uma população indefesa e soldados desarmados. Famílias foram massacradas. Jovens que participavam de uma festa foram abatidos com requintes de crueldade.
Praticamente não se passou um dia sem que foguetes de todos os tipos fossem jogados contra nós. Não fosse nossa defesa antiaérea e o número de baixas e destruição seria incalculável. Estou falando de milhares deles.
A situação em Gaza
Gaza está toda destruída. Serão necessários muitos anos para a reconstrução. O Hamas militarmente foi praticamente destruído como uma força organizada. Mesmo assim, ainda acontecem batalhas e 101 reféns, vivos ou mortos continuam desaparecidos.
O conflito se estende ao Líbano
No Líbano, o sul do país vai pelo mesmo caminho, assim como o bairro muçulmano que é dominado pelo Hizbalah. Uma operação por terra está em andamento e já se fala em mais de um milhão de habitantes deslocados. Em Israel cerca de 70 mil habitantes do norte ainda não puderam voltar para suas casas.
O Hizbalah já não tem nenhuma liderança viva. Todos seus principais dirigentes e comandantes foram eliminados. Nasrallah, seu líder histórico foi morto, assim como seu substituto, que foi eliminado 4 depois de assumir a liderança e o substituto do substituto que esteve a frente da organização por algumas horas.
Outras frentes de conflito: Yemen, Iraque e Síria
O Yemen continua disparando mísseis balísticos, mesmo depois de dois ataques de Israel contra objetivos econômicos do país. Os EUA e os Ingleses também os atacam por conta de disparos contra navios no Mar Vermelho.
Desde o Iraque e da Síria, milícias patrocinadas pelo Irã disparam mísseis em direção a Israel. A Força Aérea israelense revida atacando estes grupos procurando atingir os locais de armazenamento e disparo destes mísseis.
O envolvimento do Irã e suas consequências
O Irã atacou Israel por duas vezes, uma em abril e a segunda este mês. Este segundo ataque foi realizado com o disparo de cerca de 200 mísseis balísticos que levam 12 minutos para chegar até aqui. Mesmo com 15% dos mísseis chegando ao solo, nenhum israelense foi atingido e nenhum objetivo militar ou civil sofreu grandes danos. A morte de um palestino de Jericó foi grande ironia deste ataque.
Agora estamos aguardando pela nossa resposta que deve acontecer em questão de dias, ou de horas. Não se trata mais de se vamos responder, mas de quando a resposta será dada e em que medida. São muitas opções e a decisão já foi tomada e informada aos nossos aliados.
Especulações sobre o futuro do conflito
O que vai acontecer a seguir são puras especulações. O Irã ameaça atacar com mais mísseis e se o fizer, provocará outro contra ataque israelense, mais agudo o que pode eventualmente, desencadear um conflito que envolva outras nações. Se os campos petrolíferos iranianos forem atingidos, os aitolás dizem que vão disparar contra os campos sauditas e kwaitianos.
Os EUA não desejam uma guerra regional que acabe os arrastando para o conflito. Estão dispostos a ajudar na defesa de Israel, mas não querem participar de nenhum ataque a qualquer país. O problema é que Israel tem se mostrado rebelde em suas decisões militares e não leva em conta o que os EUA sugerem, principalmente no que se refere a soluções diplomáticas.
Os objetivos de Israel e o custo humano
O que acontece na prática é que Israel está decidido a acabar com as duas principais ameaças junto as suas fronteiras: o Hamas e o Hizbalah. De quebra está disposto a enfrentar o Irã e não permitir que siga financiando livremente suas “proxis” (milícias sustentadas e mantidas pelo Irã) no Oriente Médio.
Em meio a isto tudo temos a tragédia que recai sobre a população civil. Nenhuma morte de inocentes pode ser justificada, embora existam muitas explicações do porquê elas ocorrem, e principalmente, como boa parte delas poderia ter sido evitada. Infelizmente não existe nenhuma guerra sem baixas civis.
Uma experiência pessoal
Pela primeira vez, desde o início do conflito, eu e minha família, passamos meia hora dentro do abrigo antiaéreo que temos no nosso apartamento. Foi durante o ataque do Irã e praticamente toda a população de Israel se abrigou da mesma forma. Moramos a meio caminho entre Haifa no norte e Tel-Aviv no centro. Neste sentido somos sortudos. Muitos israelenses tem passado muitas horas e noites dentro dos abrigos.
Conclusão
Dizem que nada está tão ruim, que não possa piorar um pouco mais. Depois do nosso revide ao Irã vamos saber se realmente ainda pode piorar.
Uma semana bastante agitada aqui em Israel. Desde o assassinato de duas importantes figuras, Salah al-Arouri do Hezbollah e Ismail Haniyeh do Hamas, estamos novamente em uma espécie de pausa no espaço temporal. Como se tudo estivesse se movendo em uma velocidade diferente do resto do mundo. Estamos levando a vida normalmente, só que não.
Não vou entrar no mérito das mortes, se foram cabíveis ou não, justificáveis ou não, porque ocorreram e tudo agora é consequência. Estamos sendo ameaçados por diversas frentes de um ataque massivo simultâneo. Além do Irã e do Hezbollah, os Houthis e as milícias iranianas no Iraque e na Síria coordenam o ataque. Desta vez são esperados um número significativamente maior de mísseis balísticos e drones suicidas. Especula-se em até 1500.
Israel se prepara para o embate. São diversas linhas de defesa que vão empregar um número considerável de aviões e sistemas antiaéreos. Outros países vão ajudar, especialmente os EUA e a Inglaterra. Possivelmente a Jordânia, Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, como da última vez.
Em meio aos preparativos de ataque e defesa, todos dizem que não desejam uma guerra total, e nós, os cidadãos, tentamos manter nosso dia a dia como se nada estivesse acontecendo. A única certeza é de que o ataque será à noite, para tornar mais difícil a localização dos artefatos por parte da aviação. São eles que derrubam a quase totalidade deles. Também não há como manter segredo, quando os mísseis e drones tiverem sido disparados do Irã, vamos ficar sabendo. Do Iêmen e do Iraque também. O problema ocorre com o Líbano e Síria que são muito próximos. O exército determina se devemos ir para os abrigos, ou não.
Desta vez, Israel está deixando claro que sabemos nos defender e sabemos atacar também. Dependendo do que tiver acontecido depois do ataque, vamos retaliar. Nossa resposta e o possível ataque a bases americanas também, pode desencadear uma guerra sem precedentes na região.
Numa situação hipotética como esta, os EUA poderiam ser arrastados para esta guerra e outros países também, a favor de um dos lados. Haveria uma escalada rápida e dramática. Os alvos passariam de essencialmente militares, para civis e econômicos. Como se classifica uma Estação de Energia, ou um poço de petróleo?
Eu moro em frente a uma estação de luz, literalmente. Meu prédio está separado da estação por um terreno aberto a uma distância de cerca de um quilômetro. Se por um lado, pode ser um alvo, por outro, e pela mesma razão é superprotegido. Não sei dizer ao certo, o quanto, mas prefiro pensar que estou no raio de proteção da estação.
Muita gente já está sentindo os efeitos da situação. As companhias aéreas estão cancelando voos de ida e de volta. Para quem não vai poder sair de férias, existe todo o transtorno de cancelamentos, alguns com reembolso, outros sem. Os que estão tentando voltar são os mais prejudicados. Já mostram cenas de dezenas de israelenses dormindo nos corredores de aeroportos.
Eu mesmo tenho uma viagem a trabalho programada para setembro. Ainda não compraram as passagens, e já começo a ter dúvidas se vou poder realizá-la. Como eu, certamente existe muita gente com o mesmo dilema.
Não está faltando nada. Os Supermercados estão abastecidos. Os Hospitais já estão preparados para qualquer situação e os socorristas também. Existem planos para falta de luz e de Internet. Tudo está sendo levado em conta, inclusive o pior cenário possível.
Já passamos por situações complicadas antes. Cada uma delas deixou lições entre erros e acertos. Apesar de tudo, confiamos no exército e em nós mesmos. Nos tornamos gigantes diante de ameaças. Estamos preparados para o que der e vier.
E apesar dos pesares, encontramos tempo para comemorar nossos atletas nas Olimpíadas.