Ainda em final de 2024, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal do Brasil, relator do inquérito das fake news, ordenou que a Rumble e a Trump Media & Technology Group, proprietária da rede social Truth Social, removessem contas de perfis ligados à extrema-direita, acusados de disseminar discurso de ódio e desinformação.
A ordem incluía o bloqueio de contas específicas, o seu acesso por brasileiros, a indicação de representante legal no Brasil (conforme a lei determina), sob pena de multas, inclusive relativas a descumprimentos de ordens anteriores. Em particular, o alvo era Allan dos Santos, com prisão preventiva decretada em 5 de outubro de 2021.
Allan dos Santos é acusado de atuação em organização criminosa para desestabilizar as instituições democráticas brasileira, esquemas de lavagem de dinheiro e crimes contra a honra, entre outros. A extradição dos EUA foi negada, justificada pela Primeira Emenda.
A Rumble e a Trump Media então processaram o ministro Moraes em um tribunal federal na Flórida, acusando-o de tentar censurar o discurso político legítimo nos Estados Unidos, amparado pela Primeira Emenda.
A ação desferida teve um conteúdo pessoal e dirigida contra o Ministro Alexandre de Morais, desconsiderando que toda a atuação do Ministro estava baseada na jurisprudência do STF.
Este caso foi tornado uma nova disputa pessoal, de políticos contra a pessoa de Alexandre de Morais e, como sempre, não contra o STF que tem confirmado todas as suas decisões. Isto gerou novas repercussões, ataques agressivos por parlamentares e pela mídia, em um debate político nacional já tão polarizado.
Com a recusa da plataforma Rumble em cumprir as determinações judiciais, o STF emitiu uma nova ordem, agora para suspender o acesso à rede social em todo o território brasileiro. Na ordem, foi determinado à Anatel que adotasse as medidas necessárias.
Neste dia 25 de fevereiro de 2025 saiu a decisão do tribunal nos EUA, em Tampa, indeferindo a ação proposta, por não haver nada a decidir, pelo princípio do “ripness” (imaturidade da ação, nada a julgar) já que:
✔ A decisão de Moraes contra Rumble e Trump Media não foi formalmente executada nos EUA.
✔ Nenhuma entidade tentou obrigar as empresas a cumprir as ordens brasileiras em território americano.
✔ Portanto, não há um caso concreto para ser analisado agora.
No julgamento, um precedente foi chamado à pauta:
O caso Yahoo! Inc. v. La Ligue Contre Le Racisme et L’Antisémitisme (9º Circuito, 2006)
O caso Yahoo! Inc. v. La Ligue Contre Le Racisme et L’Antisémitisme, decidido pelo Tribunal de Apelação do 9º Circuito dos Estados Unidos em 2006, é um precedente importante sobre jurisdição internacional e liberdade de expressão na internet.
Ele envolveu uma disputa entre a empresa americana Yahoo! Inc. e organizações francesas de combate ao racismo e antissemitismo.
Em meados do ano 2000, a internet ainda era um território em expansão, onde as fronteiras físicas pareciam dissolver-se diante da vastidão digital. Nesse cenário, o portal Yahoo! destacava-se como uma das principais portas de entrada para o mundo online, oferecendo uma variedade de serviços, incluindo leilões virtuais.
Entre os itens disponíveis nos leilões do Yahoo!, encontravam-se objetos carregados de um passado sombrio: memorabilia nazista, incluindo uniformes, insígnias e até mesmo uma lata de Zyklon B, o gás mortal utilizado nos campos de extermínio, tudo protegido pela Primeira Emenda à Constituição dos EUA.
Para muitos, especialmente na França, país profundamente marcado pelas atrocidades da Segunda Guerra Mundial, a simples exposição e comercialização desses artefatos eram não apenas ofensivas, mas também ilegais.
A Ligue Internationale Contre le Racisme et l’Antisémitisme (LICRA) e a Union des Étudiants Juifs de France (UEJF), organizações dedicadas ao combate ao racismo e ao antissemitismo, não puderam ignorar tal afronta. Indignadas, decidiram agir. Em maio de 2000, ingressaram com uma ação judicial no Tribunal de Grande Instância de Paris, buscando impedir que o Yahoo! continuasse a facilitar a venda desses itens em sua plataforma.
O Yahoo!, por sua vez, argumentou que seus servidores estavam localizados nos Estados Unidos, onde tais vendas eram permitidas sob a égide da Primeira Emenda da Constituição Americana, que protege a liberdade de expressão. A empresa alegou, ainda, que seria tecnicamente inviável restringir o acesso de usuários franceses aos leilões hospedados em seus domínios americanos.
O tribunal francês, no entanto, não se convenceu. Em uma decisão histórica, determinou que o Yahoo! deveria “tomar todas as medidas necessárias para dissuadir e impedir” o acesso de internautas franceses a essas ofertas, sob pena de multa diária de 100.000 francos. Especialistas foram consultados e concluíram que, embora desafiador, era tecnicamente possível implementar filtros que bloqueassem a maioria dos acessos provenientes da França.
Diante da pressão legal e moral, o Yahoo! optou por ajustar sua política global. Anunciou a proibição da venda de objetos nazistas em todas as suas plataformas de leilão, não apenas na França.
Essa decisão não apenas atendeu às demandas legais, mas também refletiu uma responsabilidade corporativa diante das sensibilidades históricas e culturais.
Esse episódio emblemático destacou os desafios intrínsecos à governança da internet, especialmente quando práticas online entram em conflito com legislações e valores culturais de diferentes nações. A controvérsia entre a LICRA e o Yahoo! serviu como um marco na discussão sobre jurisdição, liberdade de expressão e responsabilidade corporativa no espaço digital globalizado.
Vinte e cinco anos depois, com a nova presidência norte-americana, com Donald Trump, o tema de uma Primeira Emenda que abriga e protege o discurso de ódio, teses nazistas, antissemitismo, liberdade a partidos nazistas, atuação da Ku Klux Klan, demonstrações reiteradas da saudação romana, sinal de apoio a Hitler utilizado na segunda guerra, por Elon Musk, Steve Bannon, volta à tona o debate.
Muitos judeus, no mundo inteiro, estão seduzidos pelo canto da sereia do discurso de Trump em apoio Israel na faixa de Gaza, com um projeto absolutamente inaceitável por aqueles que defendem a paz, e, com ela, a única opção compatível com a democracia e os valores judaicos do “Tikun Olam” (melhorar o mundo).
A necessária formatação, ainda que lenta e de longo prazo, de um projeto de dois estados, Israel e Palestina, lado a lado, é pré-requisito para a paz e para o futuro democrático do Estado de Israel.
Esta cegueira surge em consonância com um filosemitismo efêmero e instável, afinal o 47º presidente dos EUA é instável e pode mudar de posição a qualquer momento, basta um aceno de fornecimento de petróleo barato por países como a Arábia Saudita.
Não podemos agir com cegos a esta nova realidade. Um perigo. Não se trata de opinião. Abrir os olhos é essencial, especialmente se queremos reafirmar que “NUNCA MAIS É NUNCA MAIS” mesmo.
Pois, senhores, a política brasileira, e, em especial, a política baiana de hoje, inverteu esse princípio elementar. Em lugar de verdade, verdade e mais verdade, mentira, mentira e mais mentira: só mentira, mentira e mentira. Mentira nas instituições. Na administração, mentira. Na tribuna e no telégrafo, e nos jornais, mentira, rementira e arquimentira.”
— Rui Barbosa, A Imprensa e o Dever da Verdade, Edições do Senado Federal, Vol. 272, pág. 43.
“Ao derredor do poder formigueja a multidão venal, e os governos, se algum embaraço topam, é em dar vazão ao número de mascates da palavra escrita.”
— Ibidem, pág. 25.
Dois dias após o Natal, Kakay traz um texto emotivo e melancólico sobre sua cidade materna, Patos de Minas, em Minas Gerais. Fala de suas memórias de aconchego e segurança, conversas sem fim, poesia e serenatas. Uma época sem televisão, de um Natal de alegrias e tristezas injustificadas.
O presépio montado com cuidado pela mãe para um Cristo imerso em um bercinho de palha. Um texto sereno para uma cidade serena. Em sua escrita, como sempre, Kakay cativa o leitor com seu calor humano. Não obstante, interrompe a sua exposição singela para inaugurar um tributo ao governo mais antissemita da história da República no Brasil, desde Getúlio Vargas, que deportou Olga Benário para morrer nas câmaras de gás nazistas, ela e seu filho.
Cita que, “segundo a ONU”, cerca de 14.500 crianças foram mortas na Faixa de Gaza. Por ignorância e viés de confirmação, não faz referência ao fato de que a ONU é fonte secundária e que replica, sem checar, os números do “Ministério da Saúde de Gaza”, que é o próprio Hamas. A fonte primária desses números, o Hamas, é mencionada em letras pequenas, em nota de rodapé. Segundo essa fonte, nenhum terrorista morreu, o que sugere uma falta de pontaria imensa de Israel, ou extrema, que teria como alvo as cabecinhas das crianças.
A própria ONU já revisou os números para 3.500 crianças. Existem apenas duas fontes primárias sobre o conflito em Gaza: o tal “Ministério da Saúde”, controlado pelo Hamas, e as Forças de Defesa de Israel (IDF). Em análise recente, 98% das notícias — incluindo as da ONU, Anistia Internacional, CNN, BBC e agora Kakay — baseiam-se unicamente nos dados do Hamas. Dessas, 20% sequer citam a fonte. Agem como Kakay, que ignora todos os princípios do direito ao utilizar fontes secundárias e deixar de apresentar o outro lado.
Apresentar o contraditório? Nem pensar!
Para Israel, mais de 20 mil terroristas foram mortos, todos identificados com nomes e sobrenomes. Esses terroristas não usam uniformes verdes, mas andam de jeans com RPGs ao braço. O Hamas considera crianças até os 18 anos quando recruta combatentes a partir dos 14 ou 15 anos e utiliza terroristas disfarçados de mulheres para enganar o exército israelense.
Kakay ignora isso.
Nem menciona as dezenas de mulheres estupradas coletivamente pelos terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023, muitas delas sequestradas, feitas escravas sexuais em Gaza e, possivelmente, grávidas. Algumas, tem-se informações, já tiveram filhos dos seus estupradores. Ele também ignora as crianças queimadas vivas, pessoas degoladas pelo Hamas, ou um feto arrancado pelos terroristas da barriga de uma mulher grávida com uma faca. Jovens de uma rave metralhados, habitantes de kibutzim socialistas no sul de Israel executados apenas por serem judeus.
Nenhuma referência aos 250 reféns feitos pelo Hamas, dos quais 100 deles continuam em cativeiro. Outra boa parte foi executada e morta. A meta do Hamas, inscrito em seu próprio Estatuto, é exterminar os judeus. Basta ler. Primeiro o povo do Sábado, depois o povo do Domingo.
Mas Kakay não está nem aí.
A seguir, Kakay fala de Herodes, impõe a ele a identidade judaica que não tem e diz que Israel mataria Jesus se estivesse em guerra, na linha daqueles que dizem que Jesus seria palestino. Trata-se de um verdadeiro clássico do antissemitismo que aponta para os judeus como deicidas e que justificou pogroms russos, massacres durante as cruzadas, expulsão dos judeus da Inglaterra, Espanha, França, Portugal etc., torturas e mortes durante a Inquisição, inclusive no Brasil e na América Espanhola. Kakay não está nem aí.
Remeto à ignorância de Kakay sobre o tema, um jurista de primeira estirpe, mas um verdadeiro bronco em assuntos do Oriente Médio. O viés de confirmação cega, que ataca a verdade.
Herodes não era judeu; e os judeus de Jerusalém estavam sob o domínio romano. Jesus (Yeshua), filho de Miriam e Yehoshua, era judeu e religioso, chegando à posição de rabino, estudioso e professor das escrituras judaicas.
Jesus nasceu, cresceu e cumpriu a tradição judaica, incluindo o ´Brit Milá`, cerimônia da circuncisão e o ‘Bar Mitzvá’, rito de passagem à idade adulta.
Mas a ignorância e a omissão não param por aí, nem na nesciedade do texto escrito por Kakay. Ao resgatar a ideia do ‘deicídio judaico’, Kakay dá voz ao antissemitismo histórico que culminou no Holocausto nazista.
Sendo católico, como se apresenta, Kakay deveria saber que o Papa Paulo VI, no Concílio Vaticano II, onde tivemos a Declaração “Nostra Aetate” (Nossa Era). No documento, publicado em 1965, foi recontextualizada a relação entre cristãos e judeus e deixou-se institucionalmente claro pelo Vaticano que Jesus nasceu como judeu e viveu dentro da tradição judaica, que os primeiros seguidores de Jesus eram judeus, assim como os apóstolos.
O Vaticano reconheceu que o cristianismo tem raízes no judaísmo e que a separação entre as duas religiões ocorreu após os eventos da morte de Jesus. Nada fala sobre palestinos, cuja identidade distintiva do povo árabe só surgiu na década de 1940. Mais recentemente, reuniões históricas entre papas e líderes judaicos, como o encontro de Papa João Paulo II com rabinos em Jerusalém, reafirmaram o combate ao antissemitismo. Este documento do Vaticano, que contradiz os discursos de grande parte da esquerda brasileira, que corre desta a presidente do PT até Lula, passando pelo Sr. Genoíno, Frei Betto, Janja e muitos outros. Uma vergonha.
Kakay não está nem aí.
Ele romantiza sua cidade na saudade de uma infância feliz e ataca Israel e os judeus como deicidas. Poderia refletir sobre a história de violência e racismo em Patos de Minas Gerais. Poderia traçar uma crítica histórica à trajetória de sua Patos de Minas Gerais até os dias de hoje. Que ela nasceu como Santo Antônio dos Patos em 1820 e trouxe sua estaca de fundação em um terreno marcado pelos massacres dos indígenas na expansão bandeirante. As Nações Xacriabás, Araxás e outros grupos menores são hoje etnias extintas.
Patos de Minas Gerais, como boa parte das cidades brasileiras, cresceu economicamente pelo trabalho escravo, especialmente na agricultura. Kakay, ao brincar de fazendeiro nesta sua cidade natal, como relatou saudoso, poderia agregar escravos neste seu forte apache à brasileira. Quando do Estado Novo, Patos esteve com Minas Gerais no apoio ao ditador Getúlio Vargas, mantendo inclusive um pequeno grupo de integralistas na região.
A discriminação, violência e racismo em Pato de Minas Gerais não são apenas coisas do passado, é atual: Madalena Gordiano, feita escrava doméstica desde os oito anos de idade, foi liberta apenas em 2020, um dos episódios mais tristes de exploração e de racismo estrutural no Brasil.
Seria mais correto, honesto e útil Kakay cuidar da história de sua cidade, Patos de Minas, das dezenas de Madalenas Giordanos que a sua cidade produziu, ao invés de atravessar dois mares, milhares de quilômetros, para debruçar suas lentes embaçadas pela ignorância e viés preconceituoso sobre aquilo que não conhece, o Oriente Médio, Israel e a Palestina.
Kakay, que fez um trabalho excelente em denunciar a Lava Jato, poderia também estudar um paralelo histórico, o caso Dreyfus, na França, em 1894, quando o oficial de artilharia Alfred Dreyfus, judeu, é julgado por alta traição (espionagem para os alemães) e condenado à prisão perpétua na Ilha do Diabo, na Costa da Guiana Francesa.
Como Émile Zola apresentou na sua denúncia do julgamento injusto, marcado pela perseguição aos judeus, o militar francês foi também chamado de “judeu porco”, “judeu sujo”, entre outras. Rui Barbosa, em “Cartas de Inglaterra”, também dissertou sobre o caso Dreyfus.
A acusação de dupla lealdade em face dos judeus é reconhecida como antissemitismo pela carta da IHRA, da qual dezenas de países são signatários; o Brasil é membro observador, e várias cidades e estados, como São Paulo, Rio de Janeiro etc.
A Sra. Gleisi Hoffmann e os seus, entretanto, vivem de apontar para uma suposta “dupla lealdade” dos judeus brasileiros da diáspora, imputando a pecha de estrangeiros sobre estes. Vai além, ao demarcar aos judeus como responsáveis pela morte de Cristo.
Este é o Brasil antissemita, de um governo antissemita, de partidos antissemitas sob o qual os judeus, uma minoria de não mais de 0,5% da população brasileira, está vivendo.
As manifestações de antissemitismo cresceram mais de mil por cento ao longo do mandato Lula III, com impulso e estímulo do próprio governo. E olha que, sob o governo anterior, base de comparação, não houve economia no Brasil em manifestações antissemitas e nazistas.
Juristas brilhantes e formadores de opinião, como Kakay, o Marco Aurélio Carvalho, Lenio Streck e todo o grupo “Prerrogativas” têm o dever ético e moral de combater o antissemitismo no Brasil. E agora!!!
Mesmo que, na autocrítica, tenham que cortar na própria carne. Ou se tornarão apenas lacaios do ódio.
O projeto neonazista no interior da Pontifícia Universidade Católica e da Universidade Estatual de São Paulo.
Autor: Charles Schaffer, ex aluno, orgulhoso, da PUC de São Paulo, hoje, profundamente decepcionado
Em 1933, na Alemanha Nazista comandada por Hitler, iniciou-se um movimento denominado em alemão de “Säuberung” , “Limpeza” ou “Purga”. Este foi o processo de purificação racial e ideológica nas universidades da Alemanha nazista, com queima de livros, expurgos das artes e da ciência, culminando na expulsão dos professores judeus e na proibição de alunos estudarem nas universidades alemãs.
De forma semelhante, estudantes de índole neonazista se reuniram em assembleia no dia 28 de agosto de 2024, com uma única pauta: “acabar com o sionismo na PUC”. Na USP assembleia deste dia 30 de agosto, também com pauta única “Basta de convênios da USP com universidades israelenses”.
Visando “limpar” e “Purgar” as universidades de judeus sionistas, do sionismo e das influências acadêmicas dos judeus sionistas, no melhor espírito nazista, alunos da PUC e da USP agora adotam o padrão de conduta do Hamas.
Afinal, independente da motivação, se religiosa ou racial, o projeto de extermínio do Hamas não difere muito do projeto da Alemanha nazista, como vemos no seu Estatuto:
O Estatuto do Hamas
(…) O Movimento de Resistência Islâmica aspira concretizar a promessa de Alá, não importando quanto tempo levará. O Profeta, que as bênçãos e a paz de Alá recaiam sobre ele, disse; “A hora do julgamento não chegará até que os muçulmanos combatam os judeus e terminem por matá-los e mesmo que os judeus se abriguem por detrás de árvores e pedras cada árvore e cada pedra gritará: Oh! Muçulmanos, Oh! Servos de Alá, há um judeu por detrás de mim, venha e mate-o.
Assim, vestidos com camisas do Hamas e gritando slogans como “Palestina Livre do Rio ao Mar”, do Rio Jordão ao Mar Mediterrâneo, o que significa a defesa pela extinção do Estado de Israel, este movimento surge como um novo movimento neonazista que, maquiado de antissionista, está tomando forma nestas universidades do Estado de São Paulo.Na semana anterior, quando da convocação à assembleia, estes alunos entraram nas salas de aula, distribuíram panfletos e, em sua trajetória de apologia ao terror e ao terrorismo, estimularam o ódio antissemita, racista e xenófobo.
A perseguição dos alunos judeus dentro de instituições de ensino superior, a aliança ideológica com movimentos fundamentalistas de extrema direita como o Hamas, o Hezbolah e o Irã têm nome: Neonazismo.
Esses alunos chamam de resistência legitima um grupo que estupra adolescentes em um festival de música, classificam de atos legítimos contra Israel a degola de crianças judias e a carbonização de judeus.
Em resumo, aliam-se à pauta do Hamas, do Irã e do Hezbolah para o oriente médio.
Há mais semelhanças que divergências entre o projeto nazista alemão e o projeto de extrema direita islâmica fundamentalista do Hamas, que pretende Califado no oriente médio livre de infiéis, como veem judeus e cristãos.
Em sua defesa estes alunos movidos pelo ódio tentam se justificar dizendo que são apenas antissionistas, de esquerda e que o nazismo é de direita.
Sim, o nazismo é de direita, obviamente. Mas o fato destes alunos se dizerem de esquerda não os transforma em gente de esquerda. Não é a autodeclaração que define se alguém é de esquerda ou de direita.
O fato destes alunos estarem ligados a partidos que se dizem de esquerda, e muitos destes partidos também não são, não os torna gente de esquerda.
A esquerda não é um rótulo, não basta a autodeclaração.
Uma esquerda histórica, e vamos começar com Marx e Lenin, jamais se aliaria a regimes teocráticos, ideologias fundamentalistas, que comandam a morte de gays, apedrejamento de mulheres com suspeita de infidelidade, que submetem mulheres a uma servidão masculina e que pretendem exterminar do mundo infiéis como judeus e cristãos.
Uma esquerda histórica, continuando com Rosa Luxemburgo e Trotsky, jamais se aliaria a grupos fundamentalistas como o Hamas que, tal como o Estado Islâmico, pretendem dominar e fundar um califado islâmico no oriente médio exclusivamente para muçulmanos sunitas e mais ninguém.
Uma esquerda histórica, não esquecendo de Gramsci e Wilhelm Reich, jamais aceitaria regimes que, por sua superestrutura, impusessem uma moralidade opressora, tolhendo a liberdade de criar, a liberdade sexual, e a liberdade de consciência.
Não, estes alunos, nesta empreitada antissemita, xenófoba e racista, nada tem de esquerda.
Têm, na verdade, índole nazista. Agem, falam e se comportam como nazistas.
Como dizia o saudoso Leonel Brizola se pudesse observar este projeto neonazista que se instalou nestas universidades paulistas: afinal, tem rabo de porco, focinho de porco, barriga de porco, como não é porco?
Benjamin Netanyahu demonstra desamor por Israel, na medida em que coloca os seus interesses pessoais e mesquinhos sempre à frente do amor e lealdade pelo Estado de Israel. Ficam atrás ainda a história e o sofrimento dos judeus e mesmo a libertação dos reféns.
Não fosse isto, amasse Israel antes de tudo, teria renunciado no exato momento em que o promotor do Tribunal Penal Internacional apresentou sua denúncia. Ou muito antes, envergonhado de ser o primeiro chanceler israelense que não soube cuidar dos seus cidadãos, permitindo o massacre de 7 de outubro. Assim será lembrado.
O atual primeiro-ministro faz jus às falas de Golda Meir, uma verdadeira estadista que, em sua sabedoria, disse que “a única maneira de eliminar a guerra é amar mais nossos filhos do que odiar nossos inimigos.” Para Netanyahu, seu ódio e seus inimigos estão em primeiro lugar e vão do Hamas e Hezbolah até a democracia representativa israelense e o sistema judiciário que quer puni-lo.
Não se duvida que Benjamin Netanyahu tenha algum afeto pelo Estado de Israel, mas com certeza este afeto é mediado sempre pela sua sobrevivência política e pessoal. Estas vêm sempre antes de qualquer outra coisa.
Benjamin Netanyahu cresceu politicamente navegando sobre o cadáver fresco de Yitzhak Rabin, assassinado em 15 de novembro de 1995 por judeus extremistas com os quais ele compartilhava uma ideologia em comum.
Netanyahu assumiu a chancelaria pela primeira vez em 18 de junho de 1996, sete meses depois do assassinato de Yitzhak Rabin, em uma Israel que ainda vivia seu luto. A lápide no túmulo de Rabin, que marcaria o fim do período do luto judaico, ainda estava por ser colocada.
Netanyahu enterrou os acordos de Oslo, promoveu mais e mais assentamentos ilegais e, hoje, coloca em risco os acordos de Abraão, o acordo de paz com o Egito conquistado por Menachem Begin há 46 anos e toda uma série de conquistas de Israel e dos judeus sobreviventes do Holocausto e dos seus filhos.
Ainda antes da guerra, e o que provavelmente contribuiu para a falha em proteger os cidadãos israelenses e prevenir o massacre de 7 de outubro, dedicou todos seus esforços e foco em dar um golpe no judiciário.
Para se manter no poder e não ser encarcerado, formatou uma coalizão com ministros racistas e supremacistas, cujas falas lembram de um período trágico em que os israelenses e judeus em todo o mundo clamam por nunca mais se repetir.
Os ministros Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich, e sua extrema direita, trazem uma ideologia absolutamente incompatível com os princípios judaicos mais sensíveis. Eles vêm traçando falas desavergonhadas e sistemáticas na defesa de um genocídio palestino, o que contribuiu para a representação da África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça, na ONU.
Eles não representam a comunidade israelense, não têm poder de fato, mas são o esteio para a permanência de Benjamin Netanyahu no poder e para evitar seu julgamento e condenação por corrupção. Netanyahu tem vários processos, foi denunciado por quebra de confiança, por aceitar subornos e por fraudes e agora deve acumular novas denúncias.
O dia 7 de outubro é fruto também de uma negociação ruim, malfeita, uma “tragédia”. Conduzida por este mesmo primeiro-ministro, de forma amadora, em 2011, foram trocados 1.027 presos palestinos, muitos deles com sangue judeu nas mãos, por um único soldado israelense, Gilad Shalit.
Pelo menos uma centena destes presos participaram dos estupros, violações, degolas, que incluíram judeus sendo queimados vivos, promovidos pelo Hamas no massacre do dia 7 de outubro. Dentre mais de mil presos trocados estava Yahya Sinwar, hoje chefe do Hamas em Gaza.
Esta é a índole e o caráter deste líder que jamais poderá ser chamado de estadista, pelo contrário, um homem covarde e moralmente fraco que, no intuito de permanecer no poder e não ir preso, tem, pelas atrocidades sob o seu comando e conduta, concorrido com a destruição da imagem de Israel no mundo, dando vazão para que os antissemitas retraídos em seus armários tentem justificar seus discursos de ódio.
Benjamin Netanyahu vem prolongando a guerra contra o Hamas, evitando soluções que deem guarida a um novo status na região de Gaza, com a implementação de uma nova gestão, em uma aliança entre o Fatah, países europeus e árabes, solução que já poderia ter iniciado no Norte e centro da faixa de Gaza.
Mas Benjamin Netanyahu quer prolongar a guerra, para se safar da justiça, e faz jus a outra máxima de Golda Meir: “A única alternativa à guerra é a paz e o único caminho para a paz são as negociações.” Deixemos claro, não necessariamente com o Hamas, mas com a liderança do Fatah, com a Arábia Saudita e com o Catar. Benjamin Netanyahu não tem o menor interesse nisto.
Benjamin Netanyahu foi denunciado pelo promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), que é uma instituição séria.
Seu diploma legal, o Estatuto de Roma, é muito claro quando diz que o:
“Tribunal será uma instituição permanente, com jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade com alcance internacional, de acordo com o presente Estatuto, e será complementar às jurisdições penais nacionais. (…) Relembrando que é dever de cada Estado exercer a respectiva jurisdição penal sobre os responsáveis por crimes internacionais.”
Isto significa que a atuação do TPI é preponderante quando os Estados Nacionais não são capazes de colocar no banco dos réus seus próprios criminosos, quando há falha no seu poder de fazer justiça, quando não possuem as ferramentas adequadas para destituir um primeiro-ministro que coloca seus interesses pessoais à frente dos interesses nacionais.
É neste momento que o TPI é acionado e ganha jurisdição (competência para julgar) líderes que cometem “crimes de maior gravidade”. A denúncia, no caso, foi de “crimes de guerra” e “crimes contra a humanidade” (não de genocídio, que com estes não se confundem).
Como dissemos, houvesse um mínimo de honra e caráter e seu amor por Israel fosse maior que seus interesses pessoais, Benjamin Netanyahu teria renunciado. Mas não, ele é um líder fraco e covarde.
Israel, portanto, tem sua responsabilidade e culpa direta, não é apenas o primeiro-ministro e o seu governo.
Tem faltado iniciativa dos demais líderes, da oposição e, ao que parece, o ferramental jurídico e constitucional não tem sido suficiente para destituir Benjamin Netanyahu. A movimentação de rua, da população, ainda é incipiente.
É certo que há o hábito, uma convenção, de que Israel não deve trocar lideranças em meio a uma guerra. Mas vivemos uma situação excepcional, Benjamin Netanyahu está destruindo o futuro do Estado de Israel e comprometendo a história do povo judeu.
Algo tem que ser feito logo, a oposição deve convocar e sair às ruas com a população o quanto antes, convocando a população para que o voto de desconfiança e novas eleições sejam realizadas o quanto antes.
O movimento tem que ser diário, o judiciário deve ser acionado, todos devem participar.
Só assim Israel poderá resgatar, algum dia, sua imagem e credibilidade. E isto não ocorrerá no curto prazo.
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, permita-me, apresentar. Sou brasileiro nato, judeu e multiétnico. Compõe minha ascendência judeus pardos originários de países árabes, brancos da Europa Oriental e negros oriundos da Etiópia.
Não sou nem faço parte de um grupo lobista com tentáculos no poder globalista e supremacista branco como nos acusam.
Agradeço Vossa Excelência, presidente Lula, por ter tirado o Brasil da barbárie que se trilhava em nome de um nacionalismo com traços fascistas e do preconceito que se estendia às minorias e aos mais fracos. Os movimentos nazifascistas recrudesceram imensamente durante os anos que o antecederam.
O senhor livrou-se, são e salvo, das maiores calúnias, tendo conquistado os corações de muitos brasileiros e supostamente teria voltado para redirecionar o país no rumo da civilização.
Como Vossa Excelência diz, na melhor das expressões, o Brasil está de volta, o Brasil voltou. A Educação voltou, a Saúde voltou com as vacinas, os direitos das dos indígenas também estão de volta.
Infelizmente o antissemitismo também voltou!
O ANTISSEMITISMO VOLTOU E ESTÁ SE INSTITUCIONALIZANDO NO SEU GOVERNO.
Vamos, portanto, falar aqui de uma enorme mancha que toma forma sob o seu nome – eu iria dizer sob seu governo – que é esse abominável crescimento do antissemitismo no Brasil durante a sua gestão, mormente entre alas ligadas a esquerda brasileira, ditas progressistas sem sê-los. Não experimentávamos tal infâmia e perseguição desde o Estado Novo. Esta mancha certamente marcará seu legado.
E Vossa Excelência, Presidente, ainda que inadvertidamente venha estimulando o ódio, seja por suas falas, seja por sua omissão, e tem permitindo, sem qualquer objeção, que este antissemitismo já estrutural no nosso país, seja disseminado com mais ênfase e força entre os seus pares.
Este governo Lula já está sendo manchado para todo sempre, como nunca antes neste país, por uma das mais odiosas ofensas contra os direitos humanos e a humanidade: O antissemitismo.
Quem achava que com a saída de Bolsonaro escaparíamos do antissemitismo e das propostas nazistas mimetizadas da Alemanha dos anos 1930 se equivocou.
Bolsonaro ameaçou com um golpe de Estado argumentando ser “liberdade de expressão”, verdade. Mas este seu Governo não fica atrás, ao se alinhar a pessoas e grupos que recrudescem a prática do antissemitismo e do discurso de ódio para chamá-la de “liberdade de expressão.
Não há dúvidas que boa parte dos seus aliados não hesitariam em propor e implantar leis raciais no Brasil, antissemitas, tais como as leis de Nuremberg da Alemanha de Hitler. Já fazem isto nas redes sociais e nas publicações ditas “progressistas”. Já perseguem as instituições judaicas e judeus brasileiros que defendem sua coletividade do antissemitismo, o que falta?
Quando a Sra. Gleisi Hoffman, entre outros, infere em uma lealdade externa dos judeus brasileiros, nós lembramos das Leis Racistas de Nuremberg e do seu capítulo que apontava para a “Lei da Cidadania do Reich”, decretada por Adolf Hitler em de 15 de setembro de 1935.
Quando o sr. Genoíno propõe o boicote a empresas de judeus brasileiros, está se alinhando de forma inconteste as teses do nazismo. Afinal, em primeiro de abril de 1933, no intuito de isolar e prejudicar economicamente os judeus, Hitler em ascensão decretou boicote às empresas de judeus. No que foi denominado de ““Judenboykott” no alemão, membros do partido nazista ficaram em frente a lojas e empresas de judeus, fazendo piquetes, intimidando clientes e impedindo-os de entrar.
Quando Sr. Breno Altman faz apologia ao terrorismo, ao comemorar o massacre do Hamas, com meninas judias sofrendo estupros coletivos, crianças judias queimadas vivas, bebê arrancado a faca do útero de uma mulher grávida, além de centenas de reféns, parte deles, meninos e meninas, sofrendo estupros diários no cativeiro. Afinal, disse em um post, “os militantes do Hamas devem agir como gatos e caçar os judeus sionistas e israelenses como se rato fossem, afinal”, e em outro post, “eles merecem”.
É por estas falas e condutas que José Genoíno e Breno Altman estão sendo investigados, não por críticas ao Governo ou ao Estado de Israel ou qualquer outra “crítica” legítima.
Entendo que os desagravantes deveriam ter ciência, ao menos em parte, sob pena de podermos induzir que estão sendo coniventes com estas práticas.
Ou assinaram sem pesquisar ou ler os processos e investigações em andamento? Isto apenas traz à memória Hannah Arendt e seus escritos, cada vez mais atuais.
Dos apoiadores que fizeram um abaixo assinado de desagravo temos uma longa lista de autoridades, jornalistas, cientistas que, em consonância ao que chamamos de banalidade do mal, inerente a todo aquele ser pacato, aparentemente correto, cumpridor de ordens, mas que unido ao uma turba antissemita, ganha forças em forma de onda para destilar seu ódio.
Sim, gente culta, temos os nossos Johannes Dietrich e Julius Streicher, o primeiro foi editor-chefe do jornal nazista “Das Reich”; e o segundo fundador e editor do jornal antissemita “Der Stürmer”.
Sim, temos nossos Martin Heidegger e Carl Schmitt, o primeiro filósofo existencialista e acadêmico que se juntou ao partido nazista; e o segundo jurista e teórico político aliado de Hitler.
Temos também, não poderiam faltar os nossos cientistas, gente como Werner Heisenberg e Philipp Lenard, o primeiro inclusive ganhador do Prêmio Nobel em 1932 e contribuiu para pesquisas na Alemanha Nazista; e o segundo físico experimental reconhecido pelo seu antissemitismo e apoio ao nazismo.
Certamente os desagravantes dirão que isto não é antissemitismo, que os alvos do Sr. Genoíno e do Sr. Altman não são todos os judeus, mas apenas alguns judeus, somente os judeus brasileiros sionistas.
Importa destacar que praticamente todos os judeus do mundo, em maior ou menor grau, acreditam no direito à autodeterminação nacional, o direito legítimo de Israel existir. E assim são os judeus brasileiros, de esquerda e de direita, liberais e conservadores, todos sionistas, salvo exceções.
Ao subscreverem desagravo aos Senhores José Genoíno em sua fala de discriminar judeus brasileiros, boicotando suas empresas; e ao Sr. Breno Altman, que comemorou e apoia os ataques do Hamas aos civis israelenses e judeus, sem esquecer que já chamou judeus brasileiros de “Ratazanas Sionistas”, os desagravantes parecem entender que isto se insere na legalidade e no legítimo direito de expressão e que tais práticas não seriam incompatíveis com o Estado de Direito.
Quando o Secretário de Cultura do governo Bolsonaro mimetizou Goebbels em uma fala na televisão as organizações judaicas repudiaram. Ele foi demitido.
Quando o ministro das relações Exteriores do governo Bolsonaro afirmou que o Nazismo era de esquerda, as organizações judaicas repudiaram: O Nazismo foi de extrema direita.
Quando as organizações judaicas repudiam falas antissemitas de líderes partidários de partidos de esquerda, de ministros e autoridades deste governo, a reação tem sido outra.
Fecham-se ao diálogo e não apenas não se retrataram, insistem nas calúnias.
Passam a defender a fala e o discurso antissemita com ainda mais ímpeto.
O que falta ao Governo Lula, seus ministros, aliados e partidários para institucionalizar a discriminação contra judeus brasileiros?
Proibir casamentos mistos e relações sexuais com brasileiros que tenham uma gota de sangue judaico? Ou só daqueles judeus brasileiros que entendem que Israel tem o direito de existir?
Proibir que judeus de participarem de concursos públicos? Ou somente os judeus sionistas?
Os concursos públicos irão ter uma etapa onde os concurseiros homens deverão baixar suas calças para ver se são circuncidados e, com isto, sumariamente eliminados?
O mesmo para poder participar do Enem? Afinal judeus que sejam sionistas e acreditam no direito de Israel existir não deveriam entrar em Universidades Federais, certo?
Que tal estimular as empresas para não contratarem empregados judeus? Ou mesmo proibirem caçando benefícios fiscais?
O que mais virá neste Brasil que está institucionalizando como lícitas as práticas e condutas do antissemitismo?
No que se refere a Tolerância Racial e combate ao antissemitismo o Brasil não está de volta. Retrocedeu e regrediu.
Vivemos tempos sombrios no Brasil do governo Lula.
Autoria: Simeão Jaime R Pinto
Revisão Rosane Pavam
Não, não saio pelas redes sociais esfregando a minha “paz”. A paz não se esfrega na cabeça e no corpo. A paz não é apenas uma teoria. Paz não é Estado Líquido. A paz não é um planeta, é plano diário. Paz não se ensina. Antes de muitas outras coisas, a paz é. Ter paz para estudar, sim. Mas, antes disso, é preciso conseguir as condições de proporcionar essa paz. Quantas pessoas somente no Brasil não têm educação pública de qualidade?
Paz não é segurança. A segurança pública é que deveria dispor de meios para alcançar a paz. Todos vimos o que a falta de paz fez em alguns estados. Não houve aulas em muitas escolas. A violência não permitiu essa paz. Ah, a violência, o que é a violência? Ausência de paz ou ausência de quê? Violência é não ter paz para fazer seus estudos, pois, dizem, educar reduz a violência. Nem ter saúde, embora o SUS seja o mais democrático sistema de saúde do mundo. Nós temos saúde pública de qualidade para toda a população do Brasil? Não. Pois como uma criança de 3 três anos de idade pode iniciar os estudos sem saneamento básico e pior, antes disso, sem que sua mãe tivesse feito o pré-natal durante a gravidez? Muitas não fizeram. Como conseguir paz dessa forma, sem saúde, segurança e educação?
A violência no Brasil é pior que qualquer guerra no mundo. Se você não acredita, pegue os dados. Vamos falar de dignidade. Podemos ter paz sem emprego, sem educação, sem segurança e, menos ainda, sem cultura? Não. Já elenquei diversas situações que nos tiram a paz.
A violência constitui algo muito grave, sim. Perder um familiar de forma trágica é devastador. Não consigo imaginar, nem me colocar no lugar de centenas de famílias que sofreram os ataques terroristas em Israel. E olhe que lá existe paz na saúde e na educação. Há emprego. Mas segurança não se tem. Israel foi entregue nas mãos de um pequeno grupo extremista B’H, um grupo pequeno, graças a deus, mas que não ouviu nem viu diversos avisos de que algo, algum tipo de movimentação ocorria do outro lado do muro, onde não se tem paz nenhuma. Seria tão simples. Bastaria ter olhado por cima do muro para ver que do outro lado a paz estava cercada, sem nada, sem educação. Lá do outro lado não havia saúde. Do outro lado não havia segurança, essa que nunca passou perto dali. Ninguém viu, não ouviu… A boca, essa sim, fala de paz, mas somente para um lado.
Não, eu não poderia falar de paz para centenas de famílias em Israel. Por enquanto, é dor, dor, luto e muito luto. E um misto de raiva, ira e o pior dos sentimentos (que o Eterno não permita), vingança. Sabem como eu estou, como vejo a paz? A paz está sentada na janela, olhando os tantos prantos da população de Israel e ouvindo os gritos da população de Gaza.