“SÄUBERUNG” –  “LIMPEZA”

“SÄUBERUNG” – “LIMPEZA”

O projeto neonazista no interior da Pontifícia Universidade Católica e da Universidade Estatual de São Paulo.

Autor: Charles Schaffer, ex aluno, orgulhoso, da PUC de São Paulo, hoje, profundamente decepcionado

Em 1933, na Alemanha Nazista comandada por Hitler, iniciou-se um movimento denominado em alemão de “Säuberung” , “Limpeza” ou “Purga”. Este foi o processo de purificação racial e ideológica nas universidades da Alemanha nazista, com queima de livros, expurgos das artes e da ciência, culminando na expulsão dos professores judeus e na proibição de alunos estudarem nas universidades alemãs.
De forma semelhante, estudantes de índole neonazista se reuniram em assembleia no dia 28 de agosto de 2024, com uma única pauta: “acabar com o sionismo na PUC”. Na USP assembleia deste dia 30 de agosto, também com pauta única “Basta de convênios da USP com universidades israelenses”.

Visando “limpar” e “Purgar” as universidades de judeus sionistas, do sionismo e das influências acadêmicas dos judeus sionistas, no melhor espírito nazista, alunos da PUC e da USP agora adotam o padrão de conduta do Hamas.
Afinal, independente da motivação, se religiosa ou racial, o projeto de extermínio do Hamas não difere muito do projeto da Alemanha nazista, como vemos no seu Estatuto:
O Estatuto do Hamas

(…) O Movimento de Resistência Islâmica aspira concretizar a promessa de Alá, não importando quanto tempo levará. O Profeta, que as bênçãos e a paz de Alá recaiam sobre ele, disse; “A hora do julgamento não chegará até que os muçulmanos combatam os judeus e terminem por matá-los e mesmo que os judeus se abriguem por detrás de árvores e pedras cada árvore e cada pedra gritará: Oh! Muçulmanos, Oh! Servos de Alá, há um judeu por detrás de mim, venha e mate-o.

Assim, vestidos com camisas do Hamas e gritando slogans como “Palestina Livre do Rio ao Mar”, do Rio Jordão ao Mar Mediterrâneo, o que significa a defesa pela extinção do Estado de Israel, este movimento surge como um novo movimento neonazista que, maquiado de antissionista, está tomando forma nestas universidades do Estado de São Paulo.Na semana anterior, quando da convocação à assembleia, estes alunos entraram nas salas de aula, distribuíram panfletos e, em sua trajetória de apologia ao terror e ao terrorismo, estimularam o ódio antissemita, racista e xenófobo.

A perseguição dos alunos judeus dentro de instituições de ensino superior, a aliança ideológica com movimentos fundamentalistas de extrema direita como o Hamas, o Hezbolah e o Irã têm nome: Neonazismo.

Esses alunos chamam de resistência legitima um grupo que estupra adolescentes em um festival de música, classificam de atos legítimos contra Israel a degola de crianças judias e a carbonização de judeus.

Em resumo, aliam-se à pauta do Hamas, do Irã e do Hezbolah para o oriente médio.

Há mais semelhanças que divergências entre o projeto nazista alemão e o projeto de extrema direita islâmica fundamentalista do Hamas, que pretende Califado no oriente médio livre de infiéis, como veem judeus e cristãos.

Em sua defesa estes alunos movidos pelo ódio tentam se justificar dizendo que são apenas antissionistas, de esquerda e que o nazismo é de direita.

Sim, o nazismo é de direita, obviamente. Mas o fato destes alunos se dizerem de esquerda não os transforma em gente de esquerda. Não é a autodeclaração que define se alguém é de esquerda ou de direita.

O fato destes alunos estarem ligados a partidos que se dizem de esquerda, e muitos destes partidos também não são, não os torna gente de esquerda.

A esquerda não é um rótulo, não basta a autodeclaração.

Uma esquerda histórica, e vamos começar com Marx e Lenin, jamais se aliaria a regimes teocráticos, ideologias fundamentalistas, que comandam a morte de gays, apedrejamento de mulheres com suspeita de infidelidade, que submetem mulheres a uma servidão masculina e que pretendem exterminar do mundo infiéis como judeus e cristãos.

Uma esquerda histórica, continuando com Rosa Luxemburgo e Trotsky, jamais se aliaria a grupos fundamentalistas como o Hamas que, tal como o Estado Islâmico, pretendem dominar e fundar um califado islâmico no oriente médio exclusivamente para muçulmanos sunitas e mais ninguém.
Uma esquerda histórica, não esquecendo de Gramsci e Wilhelm Reich, jamais aceitaria regimes que, por sua superestrutura, impusessem uma moralidade opressora, tolhendo a liberdade de criar, a liberdade sexual, e a liberdade de consciência.

Não, estes alunos, nesta empreitada antissemita, xenófoba e racista, nada tem de esquerda.

Têm, na verdade, índole nazista. Agem, falam e se comportam como nazistas.

Como dizia o saudoso Leonel Brizola se pudesse observar este projeto neonazista que se instalou nestas universidades paulistas: afinal, tem rabo de porco, focinho de porco, barriga de porco, como não é porco?

Benjamin Netanyahu: o perfil de uma liderança moralmente fraca e covarde.

Benjamin Netanyahu: o perfil de uma liderança moralmente fraca e covarde.

Por: Charles Schaffer

Benjamin Netanyahu demonstra desamor por Israel, na medida em que coloca os seus interesses pessoais e mesquinhos sempre à frente do amor e lealdade pelo Estado de Israel. Ficam atrás ainda a história e o sofrimento dos judeus e mesmo a libertação dos reféns.

Não fosse isto, amasse Israel antes de tudo, teria renunciado no exato momento em que o promotor do Tribunal Penal Internacional apresentou sua denúncia. Ou muito antes, envergonhado de ser o primeiro chanceler israelense que não soube cuidar dos seus cidadãos, permitindo o massacre de 7 de outubro. Assim será lembrado.

O atual primeiro-ministro faz jus às falas de Golda Meir, uma verdadeira estadista que, em sua sabedoria, disse que “a única maneira de eliminar a guerra é amar mais nossos filhos do que odiar nossos inimigos.” Para Netanyahu, seu ódio e seus inimigos estão em primeiro lugar e vão do Hamas e Hezbolah até a democracia representativa israelense e o sistema judiciário que quer puni-lo.

Não se duvida que Benjamin Netanyahu tenha algum afeto pelo Estado de Israel, mas com certeza este afeto é mediado sempre pela sua sobrevivência política e pessoal. Estas vêm sempre antes de qualquer outra coisa.

Benjamin Netanyahu cresceu politicamente navegando sobre o cadáver fresco de Yitzhak Rabin, assassinado em 15 de novembro de 1995 por judeus extremistas com os quais ele compartilhava uma ideologia em comum.

Netanyahu assumiu a chancelaria pela primeira vez em 18 de junho de 1996, sete meses depois do assassinato de Yitzhak Rabin, em uma Israel que ainda vivia seu luto. A lápide no túmulo de Rabin, que marcaria o fim do período do luto judaico, ainda estava por ser colocada.

Netanyahu enterrou os acordos de Oslo, promoveu mais e mais assentamentos ilegais e, hoje, coloca em risco os acordos de Abraão, o acordo de paz com o Egito conquistado por Menachem Begin há 46 anos e toda uma série de conquistas de Israel e dos judeus sobreviventes do Holocausto e dos seus filhos.

Ainda antes da guerra, e o que provavelmente contribuiu para a falha em proteger os cidadãos israelenses e prevenir o massacre de 7 de outubro, dedicou todos seus esforços e foco em dar um golpe no judiciário.

Para se manter no poder e não ser encarcerado, formatou uma coalizão com ministros racistas e supremacistas, cujas falas lembram de um período trágico em que os israelenses e judeus em todo o mundo clamam por nunca mais se repetir.

Os ministros Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich, e sua extrema direita, trazem uma ideologia absolutamente incompatível com os princípios judaicos mais sensíveis. Eles vêm traçando falas desavergonhadas e sistemáticas na defesa de um genocídio palestino, o que contribuiu para a representação da África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça, na ONU.

Eles não representam a comunidade israelense, não têm poder de fato, mas são o esteio para a permanência de Benjamin Netanyahu no poder e para evitar seu julgamento e condenação por corrupção. Netanyahu tem vários processos, foi denunciado por quebra de confiança, por aceitar subornos e por fraudes e agora deve acumular novas denúncias.

O dia 7 de outubro é fruto também de uma negociação ruim, malfeita, uma “tragédia”. Conduzida por este mesmo primeiro-ministro, de forma amadora, em 2011, foram trocados 1.027 presos palestinos, muitos deles com sangue judeu nas mãos, por um único soldado israelense, Gilad Shalit.

Pelo menos uma centena destes presos participaram dos estupros, violações, degolas, que incluíram judeus sendo queimados vivos, promovidos pelo Hamas no massacre do dia 7 de outubro. Dentre mais de mil presos trocados estava Yahya Sinwar, hoje chefe do Hamas em Gaza.

Esta é a índole e o caráter deste líder que jamais poderá ser chamado de estadista, pelo contrário, um homem covarde e moralmente fraco que, no intuito de permanecer no poder e não ir preso, tem, pelas atrocidades sob o seu comando e conduta, concorrido com a destruição da imagem de Israel no mundo, dando vazão para que os antissemitas retraídos em seus armários tentem justificar seus discursos de ódio.

Benjamin Netanyahu vem prolongando a guerra contra o Hamas, evitando soluções que deem guarida a um novo status na região de Gaza, com a implementação de uma nova gestão, em uma aliança entre o Fatah, países europeus e árabes, solução que já poderia ter iniciado no Norte e centro da faixa de Gaza.

 

Mas Benjamin Netanyahu quer prolongar a guerra, para se safar da justiça, e faz jus a outra máxima de Golda Meir: “A única alternativa à guerra é a paz e o único caminho para a paz são as negociações.” Deixemos claro, não necessariamente com o Hamas, mas com a liderança do Fatah, com a Arábia Saudita e com o Catar. Benjamin Netanyahu não tem o menor interesse nisto.

Benjamin Netanyahu foi denunciado pelo promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), que é uma instituição séria.

Seu diploma legal, o Estatuto de Roma, é muito claro quando diz que o:

“Tribunal será uma instituição permanente, com jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade com alcance internacional, de acordo com o presente Estatuto, e será complementar às jurisdições penais nacionais. (…) Relembrando que é dever de cada Estado exercer a respectiva jurisdição penal sobre os responsáveis por crimes internacionais.”

Isto significa que a atuação do TPI é preponderante quando os Estados Nacionais não são capazes de colocar no banco dos réus seus próprios criminosos, quando há falha no seu poder de fazer justiça, quando não possuem as ferramentas adequadas para destituir um primeiro-ministro que coloca seus interesses pessoais à frente dos interesses nacionais.

É neste momento que o TPI é acionado e ganha jurisdição (competência para julgar) líderes que cometem “crimes de maior gravidade”. A denúncia, no caso, foi de “crimes de guerra” e “crimes contra a humanidade” (não de genocídio, que com estes não se confundem).

Como dissemos, houvesse um mínimo de honra e caráter e seu amor por Israel fosse maior que seus interesses pessoais, Benjamin Netanyahu teria renunciado. Mas não, ele é um líder fraco e covarde.

Israel, portanto, tem sua responsabilidade e culpa direta, não é apenas o primeiro-ministro e o seu governo.

Tem faltado iniciativa dos demais líderes, da oposição e, ao que parece, o ferramental jurídico e constitucional não tem sido suficiente para destituir Benjamin Netanyahu. A movimentação de rua, da população, ainda é incipiente.

É certo que há o hábito, uma convenção, de que Israel não deve trocar lideranças em meio a uma guerra. Mas vivemos uma situação excepcional, Benjamin Netanyahu está destruindo o futuro do Estado de Israel e comprometendo a história do povo judeu.

Algo tem que ser feito logo, a oposição deve convocar e sair às ruas com a população o quanto antes, convocando a população para que o voto de desconfiança e novas eleições sejam realizadas o quanto antes.

O movimento tem que ser diário, o judiciário deve ser acionado, todos devem participar.

Só assim Israel poderá resgatar, algum dia, sua imagem e credibilidade. E isto não ocorrerá no curto prazo.

 

Carta a Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República

Carta a Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República

Autor: Charles Schaffer

Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, permita-me, apresentar. Sou brasileiro nato, judeu e multiétnico. Compõe minha ascendência judeus pardos originários de países árabes, brancos da Europa Oriental e negros oriundos da Etiópia.

Não sou nem faço parte de um grupo lobista com tentáculos no poder globalista e supremacista branco como nos acusam.

Agradeço Vossa Excelência, presidente Lula, por ter tirado o Brasil da barbárie que se trilhava em nome de um nacionalismo com traços fascistas e do preconceito que se estendia às minorias e aos mais fracos. Os movimentos nazifascistas recrudesceram imensamente durante os anos que o antecederam.

O senhor livrou-se, são e salvo, das maiores calúnias, tendo conquistado os corações de muitos brasileiros e supostamente teria voltado para redirecionar o país no rumo da civilização.

Como Vossa Excelência diz, na melhor das expressões, o Brasil está de volta, o Brasil voltou. A Educação voltou, a Saúde voltou com as vacinas, os direitos das dos indígenas também estão de volta.

Infelizmente o antissemitismo também voltou!

O ANTISSEMITISMO VOLTOU E ESTÁ SE INSTITUCIONALIZANDO NO SEU GOVERNO.

Vamos, portanto, falar aqui de uma enorme mancha que toma forma sob o seu nome – eu iria dizer sob seu governo – que é esse abominável crescimento do antissemitismo no Brasil durante a sua gestão, mormente entre alas ligadas a esquerda brasileira, ditas progressistas sem sê-los. Não experimentávamos tal infâmia e perseguição desde o Estado Novo. Esta mancha certamente marcará seu legado.

E Vossa Excelência, Presidente, ainda que inadvertidamente venha estimulando o ódio, seja por suas falas, seja por sua omissão, e tem permitindo, sem qualquer objeção, que este antissemitismo já estrutural no nosso país, seja disseminado com mais ênfase e força entre os seus pares.

Este governo Lula já está sendo manchado para todo sempre, como nunca antes neste país, por uma das mais odiosas ofensas contra os direitos humanos e a humanidade: O antissemitismo.

Quem achava que com a saída de Bolsonaro escaparíamos do antissemitismo e das propostas nazistas mimetizadas da Alemanha dos anos 1930 se equivocou.

Bolsonaro ameaçou com um golpe de Estado argumentando ser “liberdade de expressão”, verdade. Mas este seu Governo não fica atrás, ao se alinhar a pessoas e grupos que recrudescem a prática do antissemitismo e do discurso de ódio para chamá-la de “liberdade de expressão.

Não há dúvidas que boa parte dos seus aliados não hesitariam em propor e implantar leis raciais no Brasil, antissemitas, tais como as leis de Nuremberg da Alemanha de Hitler. Já fazem isto nas redes sociais e nas publicações ditas “progressistas”. Já perseguem as instituições judaicas e judeus brasileiros que defendem sua coletividade do antissemitismo, o que falta?

Quando a Sra. Gleisi Hoffman, entre outros, infere em uma lealdade externa dos judeus brasileiros, nós lembramos das Leis Racistas de Nuremberg e do seu capítulo que apontava para a “Lei da Cidadania do Reich”, decretada por Adolf Hitler em de 15 de setembro de 1935.

Quando o sr. Genoíno propõe o boicote a empresas de judeus brasileiros, está se alinhando de forma inconteste as teses do nazismo. Afinal, em primeiro de abril de 1933, no intuito de isolar e prejudicar economicamente os judeus, Hitler em ascensão decretou boicote às empresas de judeus. No que foi denominado de ““Judenboykott” no alemão, membros do partido nazista ficaram em frente a lojas e empresas de judeus, fazendo piquetes, intimidando clientes e impedindo-os de entrar.

Quando Sr. Breno Altman faz apologia ao terrorismo, ao comemorar o massacre do Hamas, com meninas judias sofrendo estupros coletivos, crianças judias queimadas vivas, bebê arrancado a faca do útero de uma mulher grávida, além de centenas de reféns, parte deles, meninos e meninas, sofrendo estupros diários no cativeiro. Afinal, disse em um post, “os militantes do Hamas devem agir como gatos e caçar os judeus sionistas e israelenses como se rato fossem, afinal”, e em outro post, “eles merecem”.

É por estas falas e condutas que José Genoíno e Breno Altman estão sendo investigados, não por críticas ao Governo ou ao Estado de Israel ou qualquer outra “crítica” legítima.

Entendo que os desagravantes deveriam ter ciência, ao menos em parte, sob pena de podermos induzir que estão sendo coniventes com estas práticas.

Ou assinaram sem pesquisar ou ler os processos e investigações em andamento? Isto apenas traz à memória Hannah Arendt e seus escritos, cada vez mais atuais.

Dos apoiadores que fizeram um abaixo assinado de desagravo temos uma longa lista de autoridades, jornalistas, cientistas que, em consonância ao que chamamos de banalidade do mal, inerente a todo aquele ser pacato, aparentemente correto, cumpridor de ordens, mas que unido ao uma turba antissemita, ganha forças em forma de onda para destilar seu ódio.

Sim, gente culta, temos os nossos Johannes Dietrich e Julius Streicher, o primeiro foi editor-chefe do jornal nazista “Das Reich”; e o segundo fundador e editor do jornal antissemita “Der Stürmer”.

Sim, temos nossos Martin Heidegger e Carl Schmitt, o primeiro filósofo existencialista e acadêmico que se juntou ao partido nazista; e o segundo jurista e teórico político aliado de Hitler.

Temos também, não poderiam faltar os nossos cientistas, gente como Werner Heisenberg e Philipp Lenard, o primeiro inclusive ganhador do Prêmio Nobel em 1932 e contribuiu para pesquisas na Alemanha Nazista; e o segundo físico experimental reconhecido pelo seu antissemitismo e apoio ao nazismo.

Certamente os desagravantes dirão que isto não é antissemitismo, que os alvos do Sr. Genoíno e do Sr. Altman não são todos os judeus, mas apenas alguns judeus, somente os judeus brasileiros sionistas.

Importa destacar que praticamente todos os judeus do mundo, em maior ou menor grau, acreditam no direito à autodeterminação nacional, o direito legítimo de Israel existir. E assim são os judeus brasileiros, de esquerda e de direita, liberais e conservadores, todos sionistas, salvo exceções.

Ao subscreverem desagravo aos Senhores José Genoíno em sua fala de discriminar judeus brasileiros, boicotando suas empresas; e ao Sr. Breno Altman, que comemorou e apoia os ataques do Hamas aos civis israelenses e judeus, sem esquecer que já chamou judeus brasileiros de “Ratazanas Sionistas”, os desagravantes parecem entender que isto se insere na legalidade e no legítimo direito de expressão e que tais práticas não seriam incompatíveis com o Estado de Direito.

Quando o Secretário de Cultura do governo Bolsonaro mimetizou Goebbels em uma fala na televisão as organizações judaicas repudiaram. Ele foi demitido.

Quando o ministro das relações Exteriores do governo Bolsonaro afirmou que o Nazismo era de esquerda, as organizações judaicas repudiaram: O Nazismo foi de extrema direita.

Quando as organizações judaicas repudiam falas antissemitas de líderes partidários de partidos de esquerda, de ministros e autoridades deste governo, a reação tem sido outra.

Fecham-se ao diálogo e não apenas não se retrataram, insistem nas calúnias.

Passam a defender a fala e o discurso antissemita com ainda mais ímpeto.

O que falta ao Governo Lula, seus ministros, aliados e partidários para institucionalizar a discriminação contra judeus brasileiros?

Proibir casamentos mistos e relações sexuais com brasileiros que tenham uma gota de sangue judaico?  Ou só daqueles judeus brasileiros que entendem que Israel tem o direito de existir?

Proibir que judeus de participarem de concursos públicos? Ou somente os judeus sionistas?

Os concursos públicos irão ter uma etapa onde os concurseiros homens deverão baixar suas calças para ver se são circuncidados e, com isto, sumariamente eliminados?

O mesmo para poder participar do Enem? Afinal judeus que sejam sionistas e acreditam no direito de Israel existir não deveriam entrar em Universidades Federais, certo?

Que tal estimular as empresas para não contratarem empregados judeus? Ou mesmo proibirem caçando benefícios fiscais?

O que mais virá neste Brasil que está institucionalizando como lícitas as práticas e condutas do antissemitismo?

No que se refere a Tolerância Racial e combate ao antissemitismo o Brasil não está de volta. Retrocedeu e regrediu.

Vivemos tempos sombrios no Brasil do governo Lula.

Autor convidado: Charles Schaffer

A Tão Desejada Paz.

A Tão Desejada Paz.

Autoria: Simeão Jaime R Pinto
Revisão Rosane Pavam

Não, não saio pelas redes sociais esfregando a minha “paz”. A paz não se esfrega na cabeça e no corpo. A paz não é apenas uma teoria. Paz não é Estado Líquido. A paz não é um planeta, é plano diário. Paz não se ensina. Antes de muitas outras coisas, a paz é. Ter paz para estudar, sim. Mas, antes disso, é preciso conseguir as condições de proporcionar essa paz. Quantas pessoas somente no Brasil não têm educação pública de qualidade?

Paz não é segurança. A segurança pública é que deveria dispor de meios para alcançar a paz. Todos vimos o que a falta de paz fez em alguns estados. Não houve aulas em muitas escolas. A violência não permitiu essa paz. Ah, a violência, o que é a violência? Ausência de paz ou ausência de quê? Violência é não ter paz para fazer seus estudos, pois, dizem, educar reduz a violência. Nem ter saúde, embora o SUS seja o mais democrático sistema de saúde do mundo. Nós temos saúde pública de qualidade para toda a população do Brasil? Não. Pois como uma criança de 3 três anos de idade pode iniciar os estudos sem saneamento básico e pior, antes disso, sem que sua mãe tivesse feito o pré-natal durante a gravidez? Muitas não fizeram. Como conseguir paz dessa forma, sem saúde, segurança e educação?

A violência no Brasil é pior que qualquer guerra no mundo. Se você não acredita, pegue os dados. Vamos falar de dignidade. Podemos ter paz sem emprego, sem educação, sem segurança e, menos ainda, sem cultura? Não. Já elenquei diversas situações que nos tiram a paz.

A violência constitui algo muito grave, sim. Perder um familiar de forma trágica é devastador. Não consigo imaginar, nem me colocar no lugar de centenas de famílias que sofreram os ataques terroristas em Israel. E olhe que lá existe paz na saúde e na educação. Há emprego. Mas segurança não se tem. Israel foi entregue nas mãos de um pequeno grupo extremista B’H, um grupo pequeno, graças a deus, mas que não ouviu nem viu diversos avisos de que algo, algum tipo de movimentação ocorria do outro lado do muro, onde não se tem paz nenhuma. Seria tão simples. Bastaria ter olhado por cima do muro para ver que do outro lado a paz estava cercada, sem nada, sem educação. Lá do outro lado não havia saúde. Do outro lado não havia segurança, essa que nunca passou perto dali. Ninguém viu, não ouviu… A boca, essa sim, fala de paz, mas somente para um lado.

Não, eu não poderia falar de paz para centenas de famílias em Israel. Por enquanto, é dor, dor, luto e muito luto. E um misto de raiva, ira e o pior dos sentimentos (que o Eterno não permita), vingança. Sabem como eu estou, como vejo a paz? A paz está sentada na janela, olhando os tantos prantos da população de Israel e ouvindo os gritos da população de Gaza.

Am Israel hi!

Fascismo na nossa cara

Fascismo na nossa cara

Por Eva Blay, Professora Emérita da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP

Nos últimos quatro anos tornou-se ostensivo o desmonte da democracia no Brasil. Como um martelo que quebra estruturas aparentemente sólidas, instalou-se um processo tipicamente fascista. Através das palavras estão sendo inculcadas mentiras nos espíritos, falseiam-se valores, desvirtuam-se comportamentos. Victor Klemperer já mostrara em A Linguagem do Terceiro Reich como, através das palavras, se incutiram racismo, preconceitos, como se destruíra a história factual substituindo-a por uma “nova verdade”.

Ao mudar o sentido das palavras e repetindo-as inúmeras vezes, se inculcam deliberadamente novos sentidos. A repetição mecânica, milhares de vezes, acaba instalando um novo significado. O que se passou no fascismo e no nazismo estamos vendo acontecer diante de nossos olhos. Tomemos o caso do “kit gay”. Observem que nem precisamos explicar do que se trata, pois já ficou em nosso imaginário um apócrifo livro que o candidato que se elegeu presidente da República repetidamente apresentava e distorcia na televisão como sendo um método que pretendia “destruir a moral das crianças tornando-as homossexuais”.

Ora, na verdade, falsificava excelente livro de orientação sexual preparado pelo Ministério da Educação para jovens estudantes. Trabalho importante, cientificamente construído, didático, que tinha como objetivo orientar jovens à entrada na vida sexual cuidando para que não ficassem sujeitos a doenças sexualmente transmissíveis ou a gravidezes precoces. Uma falsa capa desse suposto livro passou a ser apresentada pelo então candidato à presidência da República como o “estimulante à sexualização e à homossexualidade das crianças”! A mentira repetidamente apresentada de forma escandalosa e descarada não encontrou uma resposta contundente e assim prevaleceu a versão falsificada.

Em uma sociedade conservadora, desprovida de informação, a falsificação proliferou e se mantém até hoje! Os resultados foram desastrosos: a educação sexual foi eliminada das escolas (sobretudo das públicas), cresceu a gravidez na adolescência, aumentaram as mortes de meninas que completamente sem orientação tentaram interromper a gravidez, cresceram exponencialmente os estupros e a violência contra aquelas crianças cuja sexualidade ainda despontava.

O caso citado não é aleatório, simboliza a destruição do trabalho científico. Ele revela a intenção de demolir um dos pilares da democracia, o sistema educacional público. Educação é saber, é ciência, é conhecimento crítico. Em seu lugar se propõe uma escola “sem ideologia”, em nome de “proteger” alunos e alunas; na verdade se deseja formatar jovens num modelo autoritário, obediente, usando como instrumento uma educação concorde com a família tradicional e conservadora subordinada a estritos preceitos religiosos. Coerentemente se instalou no Ministério da Educação presbíteros e não professores implantando nele uma orientação estritamente religiosa, mas atenção: não pluralista, uma vertente religiosa única e dogmática. Em lugar de uma escola pública para todos, propõe-se a educação domiciliar, controlada pela família, ou a educação militar, somada à difusão da propriedade privada de armas.

Cortam-se os cursos das ciências humanas, o pensamento crítico, e se difunde a proposta de um saber mecanicista perfeitamente de acordo com a paradoxalmente versão colonial da economia baseada no agronegócio exportador. O processo aqui analisado é persistente, se reescreve o passado. Assim o Ministério da Justiça reclassifica antigos filmes repentinamente considerados pedófilos; o governo não está preocupado com a pedofilia, mas procura desqualificar atores famosos politicamente oponentes. O esquema, como se vê, é o mesmo: distorce-se o conteúdo para criar uma versão midiática.

Criam-se inimigos seja o comunismo ou a “ideologia de gênero”. Em nome do controle do corpo, especialmente do corpo das mulheres, desqualificam-se todas as pesquisas, das mais variadas ciências. Excluir a condição de gênero não vai invalidar a composição genérica de nossas células, mas certamente vai atrasar as descobertas de medicamentos específicos para homens, mulheres, pessoas trans, entre outros.

Ao ignorar as relações sociais de gênero se ocultam as relações patriarcais, a discriminação sexual, racial e as raízes da violência. Assim, ao invés de analisar o crescimento dos homicídios de mulheres, sobretudo de mulheres negras (esses aumentaram 22% com relação às brancas – 2005 /2017, como mostra o Atlas da Violência de 2017), destrói-se a excelente Secretaria das Mulheres substituindo-a por um Ministério da Mulher voltado para perseguir aqueles profissionais que cumpriam a lei em casos de aborto com meninas estupradas.

Paradoxalmente se garante a versão colonial da economia, baseando-a no agronegócio exportador de produtos primários ao lado de uma população sem trabalho e totalmente concentrada em centros urbanos. Cresce o papel do Estado que financia o capital do agronegócio provocando uma profunda contradição entre os segmentos exportadores e o resto da população desprovida de qualificação e emprego, que só consegue sobreviver via comercialização de bens que entram ilegalmente no País ou, por outro lado, se autoempresariando (30,5% dos jovens de 15 a 24 anos estão desempregados; na população em geral, o índice de desemprego é de 12,9%).

Não é preciso repetir a extraordinária concentração da renda e a pobreza da população. Sair do impasse só será possível se mudarmos essa estrutura e garantirmos a igualdade de oportunidades para todos e todas na educação, no trabalho, nos direitos reprodutivos. O caminho é desmascarar e superar os obstáculos alimentados pelo fascismo e pelo nazismo aqui instalados. O alerta deve ser exposto em todos campos. Não podemos cair novamente na carência de respostas. É fundamental recuperar o valor da ciência, do saber crítico, da democracia.

Judias e Judeus contra Bolsonaro advertem: Bolsonaro fala a língua dos nazistas

Judias e Judeus contra Bolsonaro advertem: Bolsonaro fala a língua dos nazistas

Surpreendeu-nos, no mau sentido da palavra, o fato de que uma parte da comunidade ajudou a eleger Jair Bolsonaro em 2018; nos foi difícil admitir que muitos optaram por um fascista, cujos valores sempre foram diametral e claramente opostos aos valores judaicos. Afinal, o inominável nunca escondeu, nem tentou dissimular, a imoralidade de seus discursos. Ele é autêntico. E mesmo assim, os judeus que abriram as portas da Hebraica do Rio de Janeiro para que o então candidato vomitasse seu ódio, preferiram tapar os ouvidos e os olhos, inclusive quando eles próprios eram vítimas da discriminação.

Deram de ombros quando o sujeito afirmou que seu herói era um torturador, deram de ombros quando se propôs a matar 30 mil adversários, deram de ombros quando tratou uma mulher, sua própria filha, como um ser inferior, deu de ombros quando os negros foram tratados como animais, deram de ombros quando ele disse preferir a morte de seu filho se fosse gay, etc, etc, etc.

Como judeus nos questionamos se a personalidade e o caráter do candidato eram compatíveis com os valores judaicos.
Sabíamos todos – o rabino, o ashkenazi, o sefaradi, os laicos, os agnósticos, os ateus, quem ele era muito antes de 2018. A questão é que muitos judeus não agiram como judeus, optando por votar no fascista ou anular o voto, permitindo assim a sua eleição.
Em nome do que? De interesses pessoais para uns, do ódio pelo outro candidato para outros, de cegueira para terceiros.

Por trás da triste realidade estão quase 700 mil mortos, centenas de milhares dos quais poderiam ter sido salvos se não fosse o negacionismo da covid.
Ainda mais incompreensível é por que não se preocuparam com o aumento de atos nazistas, como se o passado de sofrimento de nossos pais e avós não contasse. O filósofo franco-argelino Bernard Henri Levy, em visita ao Brasil, advertiu os judeus ao lembrar que a discriminação acaba, inevitavelmente, desembocando no antissemitismo.

Nos últimos três anos e meio, no Brasil, o número de células neonazistas cresceu mais de 270%, para ultrapassar 600.
Nada a ver com Bolsonaro; diriam alguns. Vejamos:

– Em 1998, Bolsonaro elogiou Hitler, ao afirmar que o líder do 3° Reich “soube impor ordem e disciplina”.
Os formandos da turma de 1995 do colégio militar de Porto Alegre tiveram que escolher, entre Jesus Cristo, Joana D’Arc, Tiradentes, Ayrton Senna, Mahatma Gandhi, Herbert de Souza, Adolf Hitler e outros, a personalidade histórica mais admirável. Dos 158 que se formaram, 84 escolheram o Fuhrer como a principal figura. Tiveram pleno apoio do capitão expulso do Exército.

– Em 2004, Bolsonaro enviou carta de agradecimento aos sites neonazistas e supremacistas nos seguintes termos: “Vocês são a razão de existência do meu mandato”.

– Em uma entrevista ao extinto programa CQC, da Band, o ainda deputado disse que Hitler era um estrategista, que queria “aniquilar outro país para defender o seu povo.” Assim, negando o holocausto, completou: “genocídio é outra história”.

– Ao ser questionado se entraria no exército nazista de Hitler, teria respondido: lógico. E para se auto-satisfazer, mentiu que seu avô lutou como soldado na 2° Guerra a favor de Hitler.

– Em 2011, grupo de neonazistas saiu às ruas em defesa do capitão.

– Nas redes sociais, Bolsonaro postou um selfie com um sósia de Hitler, convidado pelo seu filho Carlos para discursar na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.

– “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Bolsonaro usou em campanha eleitoral o slogan copiado da Alemanha nazista.

– Em 2019, em evento com evangélicos e rememorando sua visita a Israel, o presidente disse, sobre o Holocausto, que “Podemos perdoar, mas não esquecer.” Ele ainda teve a desfaçatez de fazer ironia: – Perdoar o quê, pateta? As câmaras de gás? O extermínio ético?

– Durante uma live presidencial, tomou um copo de leite, em alusão ao símbolo dos supremacistas brancos da Alt Right, grupo neonazista norte-americano.

– “Melhor viver um dia como leão do que cem anos como cordeiro” disse o inominável. Este era o bordão de Mussolini, o líder fascista da Itália, repetido em outra live.

– Imitando Benito Mussolini, um de seus inspiradores, o capitão promove motociatas.

– Ao tomar posse, o secretário de cultura, Roberto Alvim, interpretou o papel de Joseph Goebbels, copiou texto e fotografia do braço direito de Hitler, em discurso pronunciado ao som de Wagner, o compositor preferido do fuhrer. O presidente hesitou muito, mas acabou o demitindo por pressão da comunidade judaica.

– O secretário da Comunicação Fabio Wajgarten, judeu, usou a frase do portão de Auschwitz para ilustrar uma fala e salientar a narrativa bolsonarista de que “O trabalho liberta”.

– Em 2021, o presidente, todo sorrisos, se reuniu com a neta do ministro das finanças de Hitler, a neonazista Beatrix von Storch, vice-líder da Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema direita. A AfD é um partido racista, xenófobo, antissemita, islamofóbico, negacionista da pandemia e revisionista do Holocausto. O partido foi colocado sob vigilância pelo Estado Alemão e passou a ser considerado uma potencial fonte de terrorismo interno e ameaça à democracia.

– Um bolsonarista propôs, na Jovem Pan, que o Brasil matasse judeus para enriquecer, como fez a Alemanha nazista. O capitão nada disse.
Assim como se calou quando o apresentador Monark defendeu, diante de milhões de pessoas, a existência de um partido nazista. Quanto a ser amigo de Israel, trata-se de uma Israel branca, armada, cristã e ultracapitalista.

– No auge da pandemia, o então chanceler terraplanista Ernesto Araujo assimilou o isolamento social aos campos de concentração.

Não podemos esquecer tampouco que o guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, foi um notório e assumido antissemita.

Apesar de se auto-intitular amigo dos judeus, o governo se cercou de referências, inspirações e servidores nazistas, que acabaram tomando conta do Palácio e transformando o Planalto numa caserna hitlerista.

Com nazista não há conversa, nazismo se combate.

Os judeus não podem, não têm o direito de continuar a fechar os olhos para não ver, a boca para não protestar e o nariz para não sentir o fedor que exala do esgoto palaciano.

JUDIAS E JUDEUS CONTRA BOLSONARO COM LULA/ALCKMIN NO 1° TURNO