…e o que diz o vento?…muita coisa… -Mentira! O vento não diz nada (Alberto Caeiro, in O Guardador de Rebanhos)
Desconfio que o Renascimento, enquanto um movimento cultural e espiritual humano, ainda não ocorreu, pois nos sufocamos, por séculos, em um mundo de conceitos-frankenstein do tipo “atenas-persia-roma-meca-wittenberg”, que se tornaram preconceitos de brancos (de todas as cores), negros (de todas as tribos), orientais (com ou sem petróleo), bárbaros-convertidos (com ou sem graal), gregos (atenienses ou espartanos), romanos-germânicos (com cruz ou suástica), afro-americanos (pastores ou pugilistas), afro-brasileiros (pregadores ou predadores), hispano-americanos (generais ou sindicalistas). E hoje são, por desgraça coletiva, divulgados e impostos – via missionários, professores e loucos de todo gênero – aos quatro ventos (e mais alguns) como conceitos originais (riso, muito riso, sinal da cruz, um passe e língua estranha!!!)
Estamos completamente minados de falsas idéias, de espasmos educacionais, de loucuras programáticas, de um tosco senso de superioridade bacharelada e, temo em afirmar, que os homens das cavernas estavam bem melhor, pois, ao menos, não estavam enganados quantos aos verdadeiros obstáculos e as lutas cotidianas por sobrevivência. Saíam para enfrentar o tigre e caçar a gazela. Defendiam o fogo como se fora sua própria essência (e era…). Não sofriam de depressão, solidão, inveja, consumismo, não visitavam a caverna do vizinho, não faziam culto ao mercado, não comiam isopor e plástico, não arrastavam cruzes na Via Dutra nem se explodiam para ganhar virgens celestiais, não entregavam “lições bíblicas” nas rochas e, sobretudo, não faziam cursinhos preparatórios. Além disso, não faziam sexo virtual nem desenhavam mulheres nuas em uma rocha qualquer! De fato, eles não freqüentavam lojas de “adultos” (gargalhadas!!!)
E por que lutam ou vivem as pessoas hoje? Por nada. As pessoas não lutam, elas vão acordando, a muito custo, para mais um dia (que precisa logo terminar), na cópia insana de seres abstratos, de personagens insípidas, chorando o choro desconhecido, o choro oriundo da oscilação psicológica. É um sofrimento pobre (que causa risos e gargalhadas), e que passa quando termina o capítulo, o funeral e o efeito de vinhos feitos em laboratório, pois faltam os ursos, os tigres, os leões levando crianças. Estamos em uma sociedade pobre, que ama estar no vazio. As estruturas educacionais, culturais, econômicas, políticas e jurídicas (e por que não dizer as miseráveis estruturas religiosas) primam pelo absolutamente idiota e idiotizante!
Há uma necessidade mecanicamente visceral de meios artificiais de prazer ou de percepção de mundo. Há uma glória, incontrolável e orgásmica, por exemplo, em saber lidar com os variados recursos de um celular (aplausos). O cheiro é artificial. O que se vê é virtual. O que se saboreia é um misto de “alguma” coisa com “alguma” coisa. O que se ouve é eletrônico. E o toque é o encontro da mão de espuma com a superfície de concreto…(cara de choro…)
Experimentar um “renascimento” humano, deveria começar pela defesa da caverna e do fogo. É preciso voltar a reconhecer o cheiro natural (será que alguém sabe qual é o cheiro do encontro entre um homem e uma mulher?). É preciso quebrar todos os celulares e recuperar o grito, o urro e o gemido, verdadeiramente orgásmicos, que afastavam ursos, leões e hienas…e ecoavam pelos espaços na terra…É preciso revisitar a nossa própria humanidade sem a imagem artificial, e voltar a comer coisas que tenham o seu gosto, morder a fruta e a carne sem componentes cancerígenos e transgênicos. E, sobretudo, desligar os aparelhos que produzem o som retardado, e tentar ouvir a voz, a vibração, o timbre, até que o cantante desmaie e faça desmaiar…É preciso reaprender a tocar, com o dedo, com a língua, com o tecido epitelial, como fazem os animais e sentir que aquilo que se toca é aquilo mesmo!
Mas, sobretudo, é preciso “fuzilar” (ou melhor, mandar para o espaço) todos os educadores que vivem fazendo comércio da Educação, todos os artistas acometidos de nulidades absolutas, todos os economistas que não puderam resolver o problema básico do pão (infelizmente francês), e todos os juristas (formados até aqui), sejam advogados, delegados, sejam promotores, sejam juízes ou qualquer outro aventureiro, pois não conseguiram fazer o povo acreditar na Justiça (aliás, contribuíram com a inércia, superficialidade e mercenarismo, para o estado de “medo e desconfiança”). Afinal, as pessoas têm medo de advogados, delegados, promotores e juízes e, por culpa deles, não sabem distinguir o que é justo e injusto, o que é verdade e o que é mentira, o que é autoridade e o que é violência. Por culpa deles, o Direito virou ração de porcos! (aplausos!!!)
Porém, aos políticos e líderes religiosos (os piores de todos), deve ser reservada a prisão perpétua e, perpetuamente devem ser obrigados, diuturnamente, de modo incessante, continuado e impiedoso, a ouvir seus próprios discursos, suas loucuras, suas blasfêmias, suas mentiras, suas interpretações loucas de textos antigos. É preciso que saibam, com exatidão, que criaram para o povo alucinações das quais mil anos será pouco, para a devida purificação…(muitos aplausos!!!)
E, por fim, quebrar as correntes do Prometeu (matando-o ou libertando-o) e espantar os abutres que lhe comeram o fígado esses séculos todos. Não há razão para sofrer quando se transfere o conhecimento, quando a luz é entregue, quando o amor reina e quando o homem descobre o seu caminho…(correria, risos e aplausos!!!)
Roma (Isola Sacra Fiumicino), Itália, 20 de Sivan, 5768 (23/6/2008)
Por onde andam os sentidos efetivos e as experiências epiteliais? Por onde andam os risos de doer o abdômen? Por onde andam os debates em que se olha no olho e a exposição não escapa aos limites do encontro, da dialética e da comunhão? Por onde andam os gostos de fazer escorrer suco pelo queixo e mel pelos cantos da boca? E por onde andam as oscilações naturais dos humores e das percepções espontâneas? Por onde andam mulheres e homens reais na era da virtualização?
Trocaram-se os bancos pelas cadeiras sofisticadas (duas vezes sofisticadas em seu sentido etimológico) e os seres humanos se apresentam diante de imagens montadas em qualquer canto. As imagens de criação multifacetada – e sem limites, substituíram a pele e a lágrima, o sorriso e as nuances faciais.
Presos, então, ao computer e conectados diuturnamente, homens e mulheres perderam a relação de humanidade e, agora, não têm a capacidade de processar os encontros e suas variáveis, não enxergam e não veem. Sobretudo, não percebem e não atuam.
As imagens se oferecem aos milhares, fakes escondem abismos inimagináveis e noctívagos perdem o sono e desmaiam no espasmo, cada vez mais afastados de parte de sua salvação: o “eu”! Exatamente isto: o “eu” é uma parte da salvação – o “tu”, a outra!
E porque se perdeu o “eu”, perdeu-se, também, o “tu”: eis o deserto da solidão! As pessoas (reais) estão ficando solitárias, demasiadamente solitárias, e imagens sem dor nem sabor, sem amor nem ódio, vão se reproduzindo aos milhares.
O mundo virtual tornou-se o modelo, o exemplo, a aparência de verniz e, atualmente, define um modo, um “ethos”, ou seja, o “modo virtual” de viver. Os virtuais (ou fakes) juram amor uns pelos outros nos vários meios e sites de relacionamento, mas, sabem mesmo o que é o amar? Sabem transitar sobre a pele do “tu”, sabem quais são as reações plurais de cada poro e o arrepio da penugem? Sabem as diferenças entre um gosto e outro, entre um perfume e outro? Sabem mesmo o que significam pupilas e lábios dilatados? Sabem lidar com as diferentes temperaturas emocionais do outro – este não “tu” – e processar a diferença em termos reais? Chega, então, um tempo de saudade do outro – o inferno de Sartre, que embora não fosse um “tu” realizava a grande obra das diferenças, das tensões evolutivas, da dialética produtiva e reprodutiva – o outro fazia avançar!
Agora, nem o “outro” dialético, a quem se podia matar ou diante de quem se morria ou, simplesmente, com quem se construía uma coexistência social e juridicamente suportável, nem o “tu” dialógico, a quem se podia levar para a cama ou à mesa, com quem se construía uma convivência poeticamente substancial. Nem o “outro” nem o “tu”, apenas o virtualmente deletável – o fakerizado! Mais que isso, ainda, o modo virtual determina uma falsa percepção – a fakerização que resulta, por sua vez, em ações unilateralmente virtuais – o estado de tristeza e esvaziamento!
O esvaziamento da mente fakerizada de quem, conectado durante o dia (e a noite) vai se transformando em nada e perdendo a sensibilidade com o mundo em redor, imaginando projetos absurdamente inexequíveis, preparando discursos e aulas de cocô com talquinho perfumado do PowerPoint, buscando respostas inseridas no kaos virtual, jurando paixões à tela e gemendo noite adentro. Tudo isso conduz, invariavelmente, a um comportamento vazio de sentido. Não a um comportamento mau ou bom, por princípio, mas a um comportamento que, vazio ou esvaziado de sentido, resulta em algo apenas mau – o mau, então, por resultado!
E esse resultado mau, criado na virtualização do mundo, evolui para um ethos de perversidade e timidez. Ou seja, diante da imagem e da idéia criada e mantida pelos meios virtuais, do esvaziamento de sentidos e perda das relações efetivas, escreve-se o que se quer, produz-se o que se quer, transmite-se o que se quer, diz-se o que se quer, faz-se o que se quer. Mas, no encontro direto e pessoal, o que se escreve não encarna, o que se produz não se concretiza, o que se transmite é irreal e dissociado da experiência humana, o que se diz não se confirma e, por desgraça, o que se faz não se expressa no corpo presente!
É o momento da completa idiotização e cansaço ou, em outras palavras, o momento do esvaziamento ou da fakerização do mundo, e por mais que se venda outra coisa com aparência de bom, ainda assim, é uma coisa vazia, em um ciclo fake-faker-fake: o falso, o falsificador e esse mesmo, o falso!
Va bene, eu desço, avanço e explico um pouco mais!
A relação fake-faker-fake desenvolveu um comportamento feudal de opressão e domínio, com intensa perversidade religiosa, seja pelo desdobramento do pensamento agostiniano ou das variáveis luteranas (no conjunto, uns e outros são a mesma coisa, criada em Nicéia!). É um modo fakerizado de ver o mundo, ou seja, dualista, maniqueísta e eclesial, cujo atraso e desvirtuamentos exigem dez mil anos de purificação! O “deus” e o “diabo” medievais, bem como, anjos e demônios, santos e santinhas, virgens grávidas e deuses encarnados, resultam do fake-faker-fake! Até aí, nada de mais, exceto pelas mulheres e homens que foram mortos no óleo fervente ou em fogueiras juninas, e pelos seres humanos cortados ao meio, arrastados exemplarmente pelas vias públicas ou, simplesmente, condenados e esquecidos em buracos sob igrejas e castelos. E, mais efetivamente, pela construção nos púlpitos e preces católicas e protestantes, dos fornos que destruíram dez milhões de pessoas sob os coturnos nazistas em campos de concentração, e outros quarenta milhões no front, mas, sempre, com as bênçãos de um grupamento insano!
A relação fake-faker-fake criou, também, o comportamento stalinista (bem distante de suas bases marxistas) desnudado pela Perestróika e, finalmente, implodido. Criou, ainda, e com perversidade excludente, o mundo econômico cocacolizado da bolha financeira – explodido pouco tempo faz, cujo pesado efeito perdurará por décadas.
Assim como nos exemplos expressivos da Idade Média, da Inquisição (ou Inquisições), dos Juízos de “deus” (e do diabo), do Holocausto – situações criadas e desenvolvidas pela visão falsificada de mundo (fake), bem como, do status econômico e financeiro, stalinista e americano, atualmente, vê-se o esvaziamento por conta do mesmo processo de fakerização agravado com o poder da virtualização. Pior que um inimigo real é um inimigo fake! Pois, o inimigo real é mantido a uma relativa distância, mas o inimigo fake não, e, pior, a relação virtual que alimenta milhares de fakes é incontrolavelmente imperceptível.
Enquanto isso, o mundo vai se transformando em uma grande privada não virtual, em uma lixeira não virtual, em um depósito de seres humanos não virtuais cansados e aflitos, esgotados, e em um gemido não virtual – tudo em um processo centrífugo em que nada escapa, a não ser que se escute um grito, que se faça um corte e que se acorde depois dessa noite, dessa longa noite!
Lamentavelmente, a história está repleta de ironias e reviravoltas surpreendentes. Um desses paradoxos que suscita reflexão é a conexão entre a criação dos princípios da ideologia de esquerda por intelectuais judeus e a posterior perseguição enfrentada por nós, judeus sionistas de esquerda por parte da própria esquerda.
No final do século XIX e início do século XX, muitos dos ideais de justiça social, igualdade e movimentos trabalhistas surgiram com significativa contribuição de pensadores judeus. Figuras proeminentes como Karl Marx, Rosa Luxemburgo e muitos outros, todos judeus, moldaram os fundamentos da esquerda moderna. Suas ideias propuseram uma sociedade mais igualitária, com ênfase na distribuição justa de riqueza e poder.
No entanto, ao longo do tempo, vários movimentos e regimes de esquerda começaram a tomar rumos preocupantes, nos quais o antissemitismo emergiu de maneira inesperada. Isso se tornou evidente, por exemplo, durante a Revolução Russa, quando alguns líderes bolcheviques adotaram políticas discriminatórias em relação aos judeus. O mesmo fenômeno ocorreu em outros contextos políticos, onde a esquerda começou a demonstrar sinais de hostilidade em relação aos judeus, muitas vezes associando-os à burguesia ou a outras formas de opressão.
Além disso, em tempos mais recentes, movimentos de esquerda que apoiam certas causas políticas, como o movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) contra Israel, levantaram questões sobre até que ponto a crítica política pode se transformar em antissemitismo, afetando negativamente a comunidade judaica em todo o mundo.
Essa ironia histórica traz à tona debates complexos sobre como ideias e movimentos políticos podem se distanciar de suas origens e evoluir para algo que contradiz seus princípios iniciais. A perseguição sofrida pelos judeus por parte de grupos ou movimentos que, em teoria, lutam por igualdade e justiça social, destaca uma contradição alarmante e um desafio ético.
O fenômeno do antissionismo também está intrinsecamente conectado à discussão sobre a relação dos judeus com movimentos de esquerda e as ironias históricas associadas a ela. O antissionismo refere-se à oposição à ideia ou ao movimento de sionismo, que defende o direito à autodeterminação do povo judeu e o estabelecimento de um Estado judeu, Israel, em sua terra histórica.
É importante observar que nem todo antissionismo é necessariamente antissemita, pois criticar políticas do Estado de Israel não implica automaticamente hostilidade contra os judeus como povo. No entanto, a linha entre antissionismo legítimo e antissemitismo muitas vezes se torna tênue, especialmente quando certas críticas ou ações se desviam para o território do preconceito.
Muitas vezes, movimentos de esquerda e grupos que se autodenominam antissionistas acabam por adotar posições e práticas que ultrapassam a crítica política legítima e entram em terreno antissemita. O antissionismo pode, em alguns casos, tornar-se um disfarce para a manifestação de preconceitos contra judeus, negando o direito à existência do Estado de Israel ou usando retóricas que alimentam estereótipos e ódio contra a comunidade judaica.
Esta intersecção entre antissionismo e antissemitismo complica ainda mais a relação entre judeus e certos movimentos de esquerda. Enquanto muitos judeus historicamente estiveram envolvidos na esquerda e em movimentos progressistas, o crescimento do antissionismo em alguns desses grupos levanta preocupações sobre a inclusão e o tratamento da comunidade judaica.
Assim, a ironia persiste: judeus, que estiveram envolvidos na fundação de ideias de esquerda, frequentemente enfrentam hostilidade e discriminação dentro de alguns círculos dessa mesma esfera política, especialmente quando se trata de questões relacionadas a Israel e ao sionismo.
Nos dias atuais temos o contradição de a esquerda apoiar o Hamas. Trata-se de uma manifestação clara da intersecção entre antissionismo e antissemitismo. O Hamas é uma organização terrorista que se dedica à destruição do Estado de Israel e à morte de judeus. Seus objetivos são diametralmente opostos aos da esquerda, que defende a igualdade, a justiça social e a paz.
No entanto, há uma parcela da esquerda que, por motivos ideológicos ou políticos, apoia o Hamas. Esses grupos argumentam que o Hamas é uma organização legítima que representa o povo palestino e que sua luta é justa. No entanto, essas alegações são infundadas. O Hamas é uma organização terrorista que não representa o povo palestino como um todo. Suas ações são responsáveis pela morte de milhares de civis, em sua maioria palestinos.
O apoio da esquerda ao Hamas é uma forma de antissemitismo disfarçado. É uma forma de negar o direito à existência do Estado de Israel e de apoiar a violência contra os judeus.
A compreensão desse paradoxo é fundamental para promover a luta contra o antissemitismo. É importante que a esquerda esteja ciente da ameaça que o Hamas representa e que se oponha a ele de forma inequívoca.
A compreensão dessa complexa dinâmica entre antissionismo, antissemitismo e a relação dos judeus com a esquerda é fundamental para promover diálogos construtivos, evitar generalizações injustas e garantir que as lutas por justiça social sejam conduzidas de maneira inclusiva e livre de preconceitos.
Em última análise, essa ironia histórica serve como um lembrete poderoso da necessidade contínua de vigilância contra todas as formas de preconceito e discriminação. Revela que, independentemente das origens de ideias políticas ou sociais, é vital permanecer vigilante contra quaisquer manifestações de intolerância, garantindo que as lutas por igualdade e justiça sejam verdadeiramente inclusivas e não perpetuem os males que procuram combater.
Em cada amanhecer, há um ritual silencioso de resignação. Nosso despertar não é ditado pelo canto dos pássaros ou pelo acariciar do sol, mas pelo grito estridente de um relógio que marca não o tempo, mas nossa servidão. Nos vestimos não para nós, mas para o mundo, um mundo que nos avalia mais pelo que fazemos do que pelo que somos. A roupa de trabalho, como uma armadura, nos protege e ao mesmo tempo nos aprisiona na expectativa alheia.
As ruas, cheias de rostos anônimos, são veias por onde corre o sangue frio do capitalismo. Cada pessoa, uma célula pulsante de desejo e necessidade, movendo-se não por vontade, mas por necessidade. O trabalho, essa entidade onipresente, nos define. Somos o que fazemos, dizem eles. Mas o que resta de nós quando o fazer é apenas um meio para sobreviver? Esta realidade segue-nos até os cubículos de trabalho.
Sentamos, olhando para telas que piscam com promessas de eficiência e sucesso. Mas em cada clique, uma parte de nossa alma se perde, dissipada na infinita rede de obrigações e expectativas. Esta perda contínua da essência de quem somos nos impulsiona a um ritmo de vida onde tudo é acelerado.
Comemos rápido, vivemos rápido, amamos rápido. O tempo, essa moeda preciosa, é gasto não em nossos sonhos, mas em metas e objetivos que nos foram impostos. Nestes momentos fugazes, percebemos a finitude da vida.
Retornamos aos nossos lares ao final do dia, cansados, desgastados, consumidos. Nosso amor, nossos filhos, nossos sonhos – todos esperando por um momento que nunca chega.
E então, em um breve instante de silêncio, nos perguntamos: para quem vivemos? Para nós ou para o sistema que nos consome?
O dinheiro, esse deus moderno, rege nossas vidas com mão de ferro. Ele compra nosso tempo, nossa energia, nossa paixão – e nos deixa vazios, famintos por algo mais.
Nos vendemos em pedaços, hora após hora, dia após dia. E o que recebemos em troca? O suficiente para continuar existindo, mas nunca o suficiente para realmente viver.
Continuamos, presos em um ciclo de consumo e trabalho, onde o único vencedor é o sistema que nos domina.
Nossos momentos de felicidade são breves, fugazes, como estrelas cadentes em uma noite nublada. Vemos, desejamos, mas antes que possamos alcançar, desaparecem.
Em nosso íntimo, sabemos que há algo errado, algo profundamente injusto nesse mundo que construímos. Mas o medo da mudança, do desconhecido, nos mantém em nossas cadeias.
E então, enquanto a lua se ergue e as estrelas brilham com indiferença, sussurramos para nós mesmos uma promessa de rebelião, de busca por um caminho diferente – um caminho que nos levará não apenas à sobrevivência, mas à vida.
Chega um momento em nossa jornada, quando a verdade se revela em sua forma mais crua: somos passageiros temporários nesta terra. A descoberta de que nossa vida é uma chama fugaz no vasto universo acende uma sede urgente de viver, uma fome de experiências que sabemos ser maior do que o tempo que nos resta.
Confrontamos uma realidade solene: somos apenas um sopro no vento da história, uma onda que se quebra na imensidão do oceano do tempo. O mundo, com sua indiferença imemorial, seguirá seu curso, inalterado pela nossa ausência. Essa percepção de nossa insignificância é um despertar, um chamado para buscar significado e propósito nos dias que nos são concedidos, não para deixar uma marca no mundo, mas para encontrar paz e realização em nossa própria existência.
Depois de mais de 40 dias de guerra, e após extensas pesquisas em sites como da Al-Jazeera, BBC e artigos e posts publicados por jornalistas de grande credibilidade como Breno Altman, já é possível ter uma ideia clara do que aconteceu.
Depois de meses de planejamento para uma oferta de paz a Israel, o Hamas deu inicio a “Operação Surpresa” na madrugada de 7 de outubro. Drones cegaram as torres de vigilância e no início da manhã, cerca de 3 mil voluntários do grupo, atravessaram a fronteira munidos de flores.
Todos estavam incumbidos de entregar flores aos habitantes das comunidades vizinhas na fronteira e explicar que era um gesto de boa vontade. Infelizmente, segundo o porta voz do grupo, as coisas não saíram como esperado.
Numa festa que ocorria próximo a cerca de separação, os participantes confundiram as flores com armas e desataram a correr. Em meio ao caos que se instaurou no local, alguns jovens atiraram neles próprios, outros causaram acidentes de carros com vítimas fatais e quando o exército chegou, atirou em todo mundo.
Nas comunidades próximas da fronteira, não foi diferente. Ao tentarem ser cordiais, as pessoas se assustaram e se trancaram nas casas. Como estavam esquentando o café de manhã, o fogão continuou aceso e ato contínuo, causou incêndios que por sua vez, infelizmente, levaram a morte muitos habitantes destas localidades. Uma verdadeira tragédia. Para evitar que os pobres cães destas famílias ficassem desamparados, eles foram sacrificados num ato de amor aos animais.
Entre os que aceitaram as flores, todos foram convidados para uma festa comemorativa da oferta de paz em Gaza. Infelizmente aconteceram alguns incidentes, não previstos no caminho, mas a maioria chegou a Gaza onde foram recepcionados pela população em festa.
Infelizmente, segundo o Hamas, os sionistas não compreenderam o gesto de boa vontade e começaram a realizar bombardeios em Gaza direcionados a matar mulheres e crianças. Segundo o porta-voz do grupo, Israel sabia exatamente onde se encontravam as mulheres e crianças palestinas e que também outros civis acabaram mortos.
Felizmente, segundo o ministério da saúde do Hamas, nenhum membro do grupo foi morto. Isto se deve ao fato de que estavam preparados para qualquer evento desta natureza e estão confortavelmente instalados nas estações do Metro de Gaza, um segredo cuja existência seria informado durante as comemorações. Também explicam que os sionistas colonialistas imperialistas, não aceitam a paz porque desejam tomar Gaza, a Jordânia, o Líbano e a Síria no seu plano de uma limpeza étnica e genocídio. Sim, genocídio e limpeza étnica.
O Hamas também informa que continua chamando a atenção do mundo através de fogos de artificio que são disparados eventualmente por eles. Que infelizmente, alguns destes fogos, podem eventualmente cruzar a fronteira, mas que não é intencional. Acrescentam que a maior parte destes fogos já haviam sido distribuídos nas creches, escolas, hospitais e outros lugares de concentração de público para festejarem o que imaginaram seria um dia histórico de um possível acordo de paz. Por esta razão é que manifestantes pedem um cessar fogo somente a Israel.
Se você não acredita no que escrevi, procure no WhatsApp, está tudo lá. O único lugar onde a verdade pode ser escrita sem a interferência da grande mídia dominada pelos judeus, digo, pelos sionistas.
Uma notícia de última hora: os convidados do Hamas que estão em Gaza disseram que não desejam voltar vivos para Israel. Isto explica os dois corpos encontrados no dia de ontem. Confrontados com a realidade, preferiram tirar suas próprias vidas.
Este é o mundo em que vivemos. A verdade pode ser manipulada à vontade e sempre vai existir quem acredite numa realidade paralela. Um mundo onde um movimento terrorista é chamado de heróis da resistência. Um mundo onde este movimento declara a homossexualidade uma perversão que deve ser exterminada e possui adeptos homossexuais. Um mundo onde seus membros retiram das mulheres seus direitos básicos e encontramos mulheres em sua defesa. Um mundo onde a “constituição” do Hamas diz que Israel e os judeus de todo o mundo devem desaparecer e encontramos judeus nas manifestações a favor do grupo.
Isto me traz a mente aquela cena de “Independence Day”, de 1996. Nela, centenas de pessoas se reúnem no telhado de um prédio em Los Angeles, esperando que uma nave alienígena que paira sobre a cidade os salve. No entanto, a nave alienígena abre fogo contra a multidão, matando centenas de pessoas instantaneamente. A nave representa o Hamas e as pessoas são esta massa de manobra transloucada.
Sobre a vida, a vida real, aprenda algo, algo que vai te salvar da tristeza, da frustração, dos sentimentos baixos, das angústias, dos aborrecimentos e da fraqueza emocional…
Vamos lá! Atenção!
De tudo o que você vê nas redes sociais (facebook, instagram, grupos de whatsapp, twitter, blogs, plataformas digitais, podcasts, meet, zoom etc), 90% (NOVENTA POR CENTO) são de mentiras. Das postagens das pessoas, postagens pessoais, 95% (NOVENTA E CINCO POR CENTO) são mentiras.
O que parece (repito: O QUE PARECE) não é a verdade, é apenas como uma pessoa quer que você a veja. A vida, a VIDA REAL, não aparece nas redes sociais (dívidas, traições, desvio financeiro, estelionato, violência doméstica, frustração sexual, violência sexual, desespero, abandono, solidão, filhadaputice, tristezas, equívocos, erros, desemprego etc… não aparecem nas redes sociais – repito: NÃO APARECEM NAS REDES SOCIAIS).
Portanto, quando você vê alguém muito feliz (na imagem) não se iluda. Essa pessoa não é tão feliz assim na vida real, nem você é tão derrotado quanto parece diante de uma imagem de uma pessoa falsamente feliz. Muitos usam as redes para enganar o outro – e nada mais!
Enfim, a sabedoria, o discernimento, a inteligência, a bondade, os atos de justiça, a ética, os princípios, o conhecimento, a vida econômica real, o direito etc, não estão nas redes sociais. ´Tudo isso só aparece na VIDA REAL, quando há encontros reais, abraços reais, solidariedade na tristeza, compartilhamento na alegria. Um milhão de fotos de pessoas sorrindo não representam a vida da pessoa, pois o sorriso não é a foto, nem uma postagem…
Entenda tudo isso, e você se encontrará como pessoa real, não como fake, perfil, imagem morta e assombração!
Pietro Nardella-Dell’ova is a Poet, Teacher, Writer and Researcher. He has a PhD and Masters in Law/Philosophy of Law. He has a Doctorate and Masters in Science of Religion/Literature/Judaism. Postgraduate degree in Literature and Civil Law. Degree in Philosophy and Bachelor of Law. Post-doctorate in Religion, Politics and Neo-Fascism.
Develops studies on Judaism, Education and Philosophy at the Hebrew University of Jerusalem, Israel.
Professor, since 1990, of Philosophy, Literature, Political Science, Human Rights, Civil Law and Hebrew Law. Author of legal, philosophical and poetry books