Prezado Presidente Lula,

Prezado Presidente Lula,

Escrevo-lhe novamente para expressar minha profunda preocupação com sua recente comparação entre as ações de Israel em relação aos palestinos e o Holocausto. Acredito que essa comparação é profundamente equivocada e perigosa, e gostaria de apresentar algumas razões para que reconsidere sua posição, mesmo sabendo da sua insistência nesta ignomínia.

O Holocausto, a perseguição e o assassinato sistemáticos de seis milhões de judeus pelo regime nazista e seus colaboradores, foi um evento singular na história da humanidade. Sua brutalidade, a escala da matança industrial e a ideologia que o motivou o distinguem de qualquer outro genocídio. Por esta razão recebeu um nome que identifica única e exclusivamente este evento.

Por favor, me esclareça, onde e quando o governo de Israel se reuniu para determinar o fim do povo palestino, ou dos que vivem em Gaza. Diga-me, por favor, quem são os responsáveis por ordenar a eliminação física dos habitantes de Gaza.

  1. Escala e Sistematização:

O Holocausto foi um genocídio industrializado, com o objetivo de exterminar um grupo inteiro de pessoas de forma rápida e eficiente. Os nazistas utilizaram campos de concentração e extermínio para assassinar milhões de judeus, utilizando métodos como gás venenoso, fuzilamentos e trabalho forçado. A escala da matança e a sistematização com que foi realizada são sem precedentes na história.

Caro Presidente Lula, aponte, por favor, os Campos de Concentração e Extermínio que foram criados em Gaza.

  1. Alvo Específico:

O Holocausto foi direcionado a um grupo específico de pessoas, os judeus, por motivos raciais e ideológicos. Os nazistas acreditavam que os judeus eram uma “raça inferior” e uma ameaça à Alemanha. Essa ideologia de ódio e intolerância alimentou a perseguição e o assassinato sistemático dos judeus.

Entendo que você, caro Presidente, tenha em mãos documentos que comprovem a determinação de Israel de aniquilar por completo o povo palestino, ou ao menos daqueles que vivem em Gaza. Mostre-os ao mundo.

  1. Desumanização e Anulação da Identidade:

Os nazistas desumanizaram os judeus, privando-os de seus direitos civis e de cidadania, forçando-os a viver em guetos e campos de concentração, e tatuando números em seus braços para identificá-los. Essa desumanização foi fundamental para o extermínio em massa que se seguiu.

Entendo que você, Presidente Lula, tenha recebido com exclusividade fotos e documentos que mostram palestinos com números tatuados em seus braços. O mundo precisa ver isto, que tal divulgá-las?

  1. Negação e Falsa Equivalência:

O Holocausto é frequentemente negado ou minimizado por aqueles que desejam apagar sua história e culpa. É importante lembrar que o Holocausto foi um evento real e que negar sua existência é uma forma de antissemitismo. Além disso, é importante evitar comparações superficiais do Holocausto com outros eventos históricos, pois cada genocídio possui suas próprias características e contexto.

  1. Falta de Comparabilidade:

O Holocausto foi um genocídio sistemático que resultou na morte de seis milhões de judeus. A perseguição nazista aos judeus foi motivada por um ódio racial e ideológico profundamente enraizado. Em contraste, o conflito israelo-palestino é um conflito político complexo com raízes históricas e religiosas. É importante reconhecer a dor e o sofrimento de ambos os lados do conflito, e evitar comparações simplistas que não reconhecem a complexa realidade da situação.

  1. Desumanização e Negação:

A comparação entre Israel e o Holocausto corre o risco de desumanizar os israelenses e negar a história real do Holocausto. É importante lembrar que o povo judeu é um povo com uma longa história e uma rica cultura. Eles têm o direito de viver em paz e segurança, assim como qualquer outro povo em seu Lar Nacional.

  1. Exploração do Holocausto para Fins Políticos:

A comparação entre Israel e o Holocausto é frequentemente utilizada por aqueles que desejam demonizar Israel e deslegitimar seu direito à autodeterminação. É importante evitar a instrumentalização do Holocausto para fins políticos, e reconhecer a importância de um diálogo construtivo e pacífico para a resolução do conflito israelo-palestino.

  1. Lições do Holocausto:

O Holocausto nos ensinou a importância de combater o ódio, a intolerância e o racismo. É fundamental que aprendamos com as lições do Holocausto e trabalhemos para construir um futuro livre de genocídios e outras atrocidades.

9. Lições para o Futuro:

O Holocausto serve como um lembrete constante dos perigos do ódio, da intolerância e do racismo. É fundamental aprender com as lições do Holocausto para combater todas as formas de discriminação e prevenir que crimes como este se repitam no futuro.

Conclusão:

O Holocausto foi um evento singular na história da humanidade. Sua escala, sistematização, alvo específico, desumanização e negação o distinguem de qualquer outro genocídio.

Infelizmente, parece que sua visita ao Yad Vashem, o Museu do Holocausto em Israel, foi esquecida. Nada, Presidente Lula, mas nada mesmo se compara ao Holocausto.

Acredito que sua comparação entre Israel e o Holocausto é profundamente equivocada e perigosa. É importante reconhecer a complexa realidade do conflito israelense-palestino e evitar comparações simplistas que não reconhecem a dor e o sofrimento de ambos os lados.

Convido-o a reconsiderar sua posição e a se unir à comunidade internacional na busca por uma solução pacífica e justa para o conflito israelense-palestino.

Atenciosamente,

Mauro Nadvorny

Pearl Harbor e Entorno Israelense de Gaza: Uma Análise Comparativa

Pearl Harbor e Entorno Israelense de Gaza: Uma Análise Comparativa

Em 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou um ataque por terra, mar e ar contra Israel vitimando cerca de 1200 israelenses e tomando outros 240 como reféns, desencadeando uma resposta militar vigorosa por parte de Israel. Essa situação suscita comparações com o ataque japonês a Pearl Harbor em 7 de dezembro 1941 que resultou em 2.403 mortes e 1.178 feridos entre os militares americanos, e que também provocou uma resposta militar contundente dos Estados Unidos. Apesar de algumas similaridades, como a natureza covarde dos ataques e a subsequente ação militar, existem diferenças significativas entre os dois eventos e as reações que se seguiram.

É importante notar que todas as vítimas americanas no ataque eram não combatentes, pois os Estados Unidos não estavam em guerra com o Japão no momento do ataque.

Tanto o ataque a Pearl Harbor quanto o ataque do Hamas foram realizados de maneira covarde e unilateral, resultando em um grande número de mortos e feridos.  Ambos representam violações flagrantes do direito internacional e mostram um desrespeito evidente pela vida humana.

Em ambos os casos, os países atacados responderam com força militar significativa. Os Estados Unidos declararam guerra ao Japão após o ataque a Pearl Harbor, enquanto Israel, deu início a uma operação de guerra em Gaza para derrubar o Hamas do poder e libertar os reféns. Embora Israel não tenha formalmente declarado guerra ao Hamas, o ataque foi considerado um ato de guerra pelo governo israelense. Essa postura demonstra a gravidade do ataque e a determinação de Israel em defender seus cidadãos.

Tanto os Estados Unidos quanto Israel buscaram, por meio de ação militar, deter o agressor e prevenir futuros ataques. A dissuasão é crucial na segurança nacional, e a resposta militar em ambos os casos visou enviar uma mensagem clara de que tais atos de agressão não serão tolerados.

O ataque a Pearl Harbor foi em grande escala, envolvendo o ataque simultâneo a várias bases militares americanas. O ataque do Hamas, aconteceu por terra, mar e ar envolvendo cerca de 3.000 terroristas

Os Estados Unidos usaram armas atômicas contra o Japão, resultando em centenas de milhares de mortes civis. Por outro lado, Israel tem se esforçado para evitar baixas civis em Gaza, mesmo que isso signifique prolongar a operação militar.

Os Estados Unidos buscavam a rendição incondicional do Japão após Pearl Harbor. Israel, em Gaza, visa derrubar o Hamas do poder, acabar com sua ala militara e a libertação dos reféns. Essa diferença nos objetivos políticos destaca a complexidade dos conflitos e a necessidade de soluções políticas abrangentes.

A comunidade internacional condenou o ataque a Pearl Harbor e apoiou a ação militar dos Estados Unidos. No caso do ataque do Hamas, a condenação foi generalizada, mas a reação à ação militar de Israel foi mais ambígua. Isso reflete as diferentes perspectivas sobre o conflito israelo-palestino.

Embora existam semelhanças nas respostas aos ataques de Pearl Harbor e Gaza, as diferenças são significativas. Essas disparidades são atribuíveis à natureza dos ataques, aos objetivos políticos dos países envolvidos e ao papel da comunidade internacional.

O uso de bombas atômicas pelos Estados Unidos foi controverso, resultando por um lado em grandes perdas civis, mas por outro a capitulação do Japão que salvou milhares de vidas. Israel, faz uso de toda a força militar de que dispõe, mas em contraste, prioriza a minimização de baixas civis em Gaza.

A questão central de poupar vidas emerge de maneira destacada ao se comparar as reações ao ataque japonês a Pearl Harbor e ao ataque do Hamas a Israel. No caso do Japão, a capitulação após os bombardeios atômicos foi motivada pela intenção de poupar a vida de sua população diante de uma ameaça grave. A decisão de encerrar o conflito visava evitar mais mortes e sofrimento.

Por outro lado, a situação contrasta com as ações do Hamas em Gaza. Apesar de dispor de extensos túneis, o grupo não permitiu que a população civil os utilizasse como abrigo, comprometendo a segurança dos civis. Além disso, a recusa em capitular e liberar reféns israelenses contribui para a continuidade do conflito, prolongando o sofrimento e as perdas de vidas.

A comparação ressalta a importância das decisões políticas e estratégicas na preservação de vidas. Enquanto o Japão optou pela rendição para evitar mais danos à sua população, o Hamas, ao não utilizar recursos disponíveis para proteger civis e não buscar uma resolução que encerre o conflito, parece negligenciar a prioridade de poupar vidas. Isso evidencia a complexidade ética e humanitária que permeia os conflitos armados e as diferentes abordagens adotadas pelos atores envolvidos em diferentes contextos históricos.

Agora, o que acontece em Israel

Agora, o que acontece em Israel

A situação da guerra está se encaminhando para um tipo de desfecho que pode surpreender muita gente. Certamente vão trazer consequências políticas inevitáveis. As peças do tabuleiro estão se movendo e as apostas estão sendo feitas.

A situação dos reféns continua sendo um espinho na garganta de todos os israelenses. De um lado temos manifestações diárias de familiares e simpatizantes por algum tipo de acordo que os libertem. De outro, começam as manifestações de familiares dos soldados caídos e simpatizantes pela continuidade da guerra até o desaparecimento do Hamas em nome de seus entes queridos que deram suas vidas com esta finalidade.

Netanyhau sabe que independentemente de como a guerra chegará ao fim, ninguém vai esquecer como ela teve início. O povo não vai perdoar a vergonhosa incapacidade das forças de segurança sob o seu comando, de terem impedido a invasão e tudo que ela trouxe consigo.

Os EUA, o principal aliado e avalista da guerra, está certo de que Israel não está perto de acabar com o Hamas e que o preço em vidas inocentes perdidas em Gaza, está se tornando um incômodo com o qual não podem concordar e continuar fazendo vista grossa. Até agora pressionavam pelo aumento da ajuda humanitária, mas já começam a pressionar Israel para não entrar em Rafiah, o último baluarte do Hamas, onde estão mais de um milhão de civis. Em Rafiah é se encontra, muito provavelmente, a direção da ala militar do Hamas e os reféns ainda com vida. Israel já começou a realizar bombardeios pontuais com efeitos colatterais.

Sinuwar, quem liderou a invasão no dia 7 de outubro, está incomunicável há cerca de 10 dias. É a ala política do Hamas quem está a frente de um possível acordo para a libertação dos reféns e um cessar fogo. Acontece que eles estão trazendo exigências que dificilmente podem ser aceitas por Israel e os dois lados precisam começar a relevar pontos importantes de suas demandas se realmente querem chegar a um acordo.

O Hamas aposta que a pressão interna em Israel para libertar os reféns vai fazer com que o governo atenda suas exigências. Israel aposta que a pressão militar intensa sobre o Hamas vai fazer com eles atendam as suas exigências. Os dois lados estão certos de suas pretensões.

Neste momento, delegações de ambos os lados se encontra no Cairo para tentarem uma aproximação. Existe uma pressão enorme de parte dos negociadores dos EUA, Qatar e Egito para que um acordo seja alcançado e as partes estejam dispostas a pagar o preço, incluindo um cessar-fogo permanente.

Netanyhau diz por um lado de que não aceita nada que não seja a destruição completa da capacidade militar do Hamas e sua exclusão de Gaza, além da libertação dos reféns. Por outro lado, já conversa com o líder da oposição Yair Lapid por apoio, no caso de ter de ceder as pressões. Ele sabe que é mais provável um acordo para libertar os reféns se um cessar-fogo permanente acontecer. Neste caso, os extremistas de direita devem abandonar o governo e Lapid daria a ele uma sobrevida temporária para o seu governo.

Também é preciso levar em conta o que está acontecendo no Norte com o Hizbalah. A cada dia que passa a situação vai se complicando e o que até agora vem sendo uma guerra de desgaste dentro das fronteiras, pode se transformar em uma guerra de fato com a invasão do Líbano para empurrar o Hizbalah para o Norte.

Os EUA também começam a se ver a cada dia, mais envolvidos no conflito. Milícias pró-iranianas na Síria e no Iraque declararam guerra as forças americanas que possuem bases militares nestes países. Soldados americanos já morreram e a situação está se escalando rapidamente com ataques de parte a parte.

E não posso deixar de falar no problema Houthi no Iêmen ameaçando a navegação no Mar Vermelho. Os EUA e aliados tentam combater estes rebeldes com ataques diários as suas bases de lançamentos de foguetes contra navios e o sul de Israel. Ainda assim, os rebeldes continuam disparar mísseis fornecidos pelo Irã.

Algo está para acontecer nos próximos dias, para o bem ou para o mal de todas as partes envolvidas neste imbróglio que se formou. Espero que possa surgir uma luz no fundo do túnel que ilumine um caminho para algum tipo de entendimento que cesse as hostilidades, mesmo que temporariamente pelo período que for.

Lula deu um tiro no pé

Lula deu um tiro no pé

No último dia 10, o presidente Lula apoiou oficialmente a denúncia por genocídio contra Israel, de autoria da África do Sul, na Corte Internacional de Haia. 14 países seguiram o mesmo caminho. Desse total, 13 não respeitam os direitos humanos nem podem ser chamados de democráticos. Mas aparentemente este tipo de reflexão não é levado em consideração; nas relações internacionais o que conta são os interesses de cada um, tanto os nacionais quanto os pessoais. É o caso do Brasil de Lula, que não está nem um pingo preocupado com a verdade e menos ainda com o aumento do antissemitismo, que cresceu “apenas” 1.000% no país, desde o início da guerra entre Israel e o Hamas.
O governo não tem hesitado em jogar no lixo o tradicional equilíbrio da sua política externa, a moderação que tantos elogios e respeito trouxeram à diplomacia do Itamarati nos tempos pré-Bolsonaro.
Talvez sem nem sequer se dar conta, Lula, ao aderir à denúncia, abriu a porteira para que a sua boiada passasse aos berros, distilando antissemitismo. Foi o aval que faltava.
Representando o Brasil na ONU, Celso Amorim foi o primeiro, ao acusar Israel de genocídio muito antes de Pretória; seguiram a presidenta do PT, Gleisi Hofman, Janja, a primeira-dama, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o ex-presidente do PT, José Genoino.
Gleisi defendeu quem chamou os judeus de ratazanas, numa alusão às perseguições sofridas na Idade Média, quando foram acusados de espalhar a peste, e ainda acusou a Conib, entidade representativa dos judeus brasileiros, de traição por agir “em nome de Israel”. Uma acusação que lembra a condenação do capitão Dreyfus pela Justiça francesa, pelo simples crime de ser judeu.
Quanto a Genoino, teve a ousadia de propor o boicote de empresas de judeus, fato que em 1938 precedeu a tristemente célebre Noite dos Cristais, em que sinagogas e negócios de judeus foram destruídos.
O ministro Mauro Vieira publicou uma nota na qual explica a posição brasileira, porém, provavelmente envergonhado, evita afirmar que Israel comete genocídio.
Mesmo assim, alguns judeus de esquerda, que como eu passaram dias e noites a fazer campanha pró Lula (e que militam pela solução de 2 Estados), ainda acreditam na boa fé do presidente, que talvez esteja sendo mal orientado e que precisaria portanto ouvir o que essa parcela do seu eleitorado tem a dizer.
Quanto à primeira-dama, lançou um manifesto em defesa das mulheres palestinas, sem nem uma palavra sequer sobre o pogrom sexual sofrido pelas israelenses no dia 7 de outubro: mulheres estupradas, esquartejadas, mutiladas, que chegaram a ter seus fetos arrancados de dentro do ventre materno e assistiram a monstruosidade de ver seus filhos assados vivos num forno. Nada disso parece tê-la sensibilizado. Janja só viu violência de um lado. Mesmo assim o presidente, apaixonado, declarou: – Ela é o meu farol.
A verdade é que a política externa derrapou e que Lula optou por acariciar a pseudo esquerda pró Hamas, que talvez seja o grosso de seu eleitorado, sobretudo no sul do país.
Tudo isso provoca antissemitismo, é lenha na fogueira do ódio. A memória da Shoah foi banalizada.
Lula parece não estar nem aí com o antissemitismo que se espalha pelo país, como se não lhe dissesse respeito. Se o Brasil optou pela adesão à denúncia sul-africana parece ter sido por duas razões: a primeira, eleitoral, óbvia; a segunda, uma jogada de política externa, uma espécie de ação de força do Sul Global, tão caro ao presidente. Que a denúncia tenha sido feita por Pretória, país membro dos BRICS, foi uma dádiva para o fortalecimento do grupo que teve o Brasil na linha de frente. O Sul Global, mais a Turquia, o Irã, a Arábia Saudita, enfim os países que querem desempenhar um papel na futura ordem mundial, como é o caso do Brasil – e de Lula, só podiam apoiar a denúncia de genocídio, que atinge os Estados Unidos e seu amigo, o “Israel colonial”.
A gesticulação faz parte da guerra contra o Ocidente. O presidente brasileiro escolheu o seu campo e espera tirar benefício, inclusive pessoal, de sua opção. Lula certamente ainda sonha em vir a ser uma liderança mundial, por isso seu caminho será pautado pela Rússia, China, Índia, pelo Sul Global, não por Washington nem por Bruxelas. Nessa nova ordem mundial pouco importa a ideologia, os valores, a democracia, os direitos humanos, o estado de direito. Vale tudo e não são mil por cento a mais de atos antissemitas, uns pogroms aqui outros lá, a invasão de um país (a Ucrânia), que vão atrapalhar a construção em andamento desse novo mundo em que nós, judeus, corremos o risco de ser, uma vez mais, bodes expiatórios.
A existência de Israel está ameaçada, por razoes externas e internas. E a nossa existência como judeus da diáspora (incluindo os brasileiros), também.
Em contrapartida, a pseudo esquerda e a extrema-direita exultam.
Navegando entre Identidades: Ser um Judeu Sionista de Esquerda em Tempos Desafiadores

Navegando entre Identidades: Ser um Judeu Sionista de Esquerda em Tempos Desafiadores

Ao longo dos últimos meses, tenho enfrentado um desafio constante como judeu sionista de esquerda. Em um mundo político cada vez mais polarizado, tenho me deparado com ataques antissemitas vindos até mesmo daqueles que compartilham muitos dos meus valores de esquerda. Apesar das dificuldades, acredito que é possível manter-se fiel aos princípios do socialismo, mesmo como defensor do sionismo.

Em primeiro lugar, é crucial compreender que o sionismo não é sinônimo de apoio inquestionável às políticas do governo de Israel. O sionismo, em sua essência, é o movimento político que buscou o estabelecimento de um Estado judeu e hoje luta por sua preservação. Acreditar no direito à autodeterminação do povo judeu não implica concordância irrestrita com todas as ações do governo israelense de ocasião.

A esquerda, historicamente defensora da justiça social e igualdade, não deveria excluir automaticamente aqueles que são sionistas-socialistas. Pode-se ser crítico das políticas específicas de Israel e, ao mesmo tempo, apoiar o direito do povo judeu à autodeterminação. Manter um diálogo aberto e construtivo é fundamental para encontrar soluções que promovam a paz na região, sem perder de vista os valores socialistas. A solução para o conflito com os palestinos é uma das bandeiras de luta do sionismo-socialista e deve levar em consideração que somente as partes envolvidas serão capazes de chegar a um acordo. Nosso dever é encorajar o diálogo na busca de uma solução pacífica.

Os ataques antissemitas que tenho enfrentado vêm de uma visão simplista que associa automaticamente o sionismo ao colonialismo e à opressão. No entanto, é possível ser um judeu sionista de esquerda e lutar contra a ocupação ilegal de terras palestinas, buscando uma solução justa e duradoura para o conflito. A complexidade do conflito israelense-palestino não deve ser reduzida a rótulos simplistas que apenas perpetuam o ódio e a incompreensão.

Como judeu sionista de esquerda, encontro força na história de lutas sociais judaicas. Muitos judeus estiveram na vanguarda de movimentos por direitos civis, justiça social e igualdade ao longo dos anos. Ser parte de uma tradição que busca justiça e equidade me orgulha e motiva a continuar defendendo os princípios socialistas, enquanto também reconheço a importância do Estado de Israel como meu lar.

Acredito que é possível conciliar a identidade judaica, o sionismo e a esquerda. Isso envolve rejeitar generalizações simplistas e promover um diálogo construtivo. À medida que enfrento desafios, mantenho-me firme na crença de que ser um judeu sionista de esquerda não é apenas possível, mas é uma expressão valiosa de diversidade de pensamento e identidade no panorama político atual.

É desconcertante observar como a esquerda, que tradicionalmente tem sido uma defensora incansável dos direitos das minorias, pode, em alguns casos, manifestar comportamentos antissemitas que discriminam os judeus. Essa contradição aponta para a necessidade urgente de uma autorreflexão dentro dos próprios movimentos de esquerda, a fim de compreender e corrigir as raízes desse problema.

A história da esquerda está intrinsecamente ligada à luta contra a opressão e a discriminação. No entanto, em alguns círculos, a crítica legítima às políticas do governo israelense degenerou em generalizações injustas que culpam toda a comunidade judaica. Essa generalização prejudicial transforma-se em antissemitismo quando questiona a lealdade dos judeus à causa progressista ou utiliza estereótipos negativos associados à comunidade.

O antissemitismo disfarçado de crítica política é particularmente perigoso, pois pode alienar aqueles que compartilham valores progressistas. O desafio é discernir entre uma crítica fundamentada às políticas de Israel e o perpetuar de estereótipos antissemitas. A esquerda, ao promover a diversidade e a inclusão, deve se esforçar para evitar cair em armadilhas que contribuam para a discriminação de qualquer comunidade, incluindo a judaica.

A polarização política global também desempenha um papel significativo nesse fenômeno. À medida que o conflito israelense-palestino se torna cada vez mais polarizado, alguns setores da esquerda adotam posições extremas que podem facilmente resvalar para o antissemitismo. É imperativo reconhecer que as divergências em relação à política externa de Israel não justificam generalizações prejudiciais sobre os judeus como um todo, ou mesmo em parte.

É fundamental promover uma compreensão mais profunda do sionismo, reconhecendo sua diversidade de interpretações, e distinguir entre a crítica legítima e o preconceito infundado. Além disso, é importante criar espaços seguros para que os judeus de esquerda possam expressar suas opiniões sem receio de serem alvo de discriminação, o que está ocorrendo sistemáticamnte.

Ao abordar o antissemitismo dentro da esquerda, é possível fortalecer os movimentos progressistas, tornando-os mais inclusivos e verdadeiramente comprometidos com a defesa dos direitos de todas as minorias. Essa autorreflexão é crucial para garantir que a esquerda permaneça fiel aos seus princípios fundamentais de justiça, igualdade e respeito, sem cair nas armadilhas do preconceito.

A recente convocação de boicote às empresas de judeus feita por figuras conhecidas, como José Genoino, levanta uma preocupação legítima sobre a possibilidade de trazer o bom senso de volta à esquerda. A questão torna-se mais premente diante de atitudes que alimentam o antissemitismo e questionam a própria essência dos valores progressistas.

É crucial questionar se ainda estamos no ponto em que o diálogo construtivo e o respeito à diversidade de opiniões podem prevalecer dentro dos movimentos de esquerda. A convocação de boicote a empresas de judeus, além de ser moralmente condenável, contradiz os princípios fundamentais da esquerda, que historicamente lutou contra a discriminação e pela inclusão de todas as minorias.

O desafio reside em como lidar com casos como esse sem comprometer a integridade dos movimentos progressistas. A esquerda, ao se deparar com declarações e ações que promovem o antissemitismo, deveria agir de maneira assertiva para desvincular tais atitudes de sua causa. Isso envolve a autocrítica e a pronta correção de comportamentos que vão contra os princípios da justiça e da igualdade. Infelizmente não é o que vem acontecendo.

O desafio de conciliar minhas identidades como judeu sionista de esquerda torna-se ainda mais complexo diante do inadmissível apoio de alguns setores da esquerda ao Hamas, uma organização terrorista que, em seus estatutos, declara abertamente sua luta pelo fim do Estado de Israel e, chocantemente, pela morte de todos os judeus do mundo. Esta postura extrema vai além de uma crítica política legítima e transcende qualquer discussão sobre o conflito israelense-palestino.

É inconcebível que a esquerda, que historicamente defendeu a justiça, a igualdade e os direitos das minorias, possa dar respaldo a uma organização terrorista que prega a destruição de um Estado soberano e a aniquilação de um grupo étnico específico. O apoio a movimentos com tais ideologias não apenas compromete os valores fundamentais da esquerda, mas também perpetua um ambiente hostil que intensifica o antissemitismo.

A defesa dos direitos humanos e a busca por soluções justas no Oriente Médio não devem ser desculpas para endossar agendas que promovem a violência e a eliminação de uma comunidade. É vital que a esquerda se distancie de qualquer movimento que adote posturas extremistas, rejeitando veementemente discursos que incitam ao ódio e à violência.

O diálogo aberto e a crítica construtiva são pilares da esquerda, mas é preciso discernir entre a promoção de soluções justas e a legitimação de ideologias que desejam a aniquilação de um povo. A esquerda deve ser um espaço de inclusão e respeito, repudiando movimentos que contradigam esses princípios fundamentais.

Ao enfrentar a complexidade de ser um judeu sionista de esquerda, é crucial não apenas questionar as atitudes antissemitas dentro do movimento, mas também confrontar de maneira inequívoca qualquer apoio a organizações que propaguem a violência e o preconceito. A verdadeira força da esquerda reside na coesão de seus valores e na rejeição firme da intolerância em todas as suas formas.

A possibilidade de trazer o bom senso de volta à esquerda está intrinsecamente ligada à capacidade do movimento de se autorregular e de rejeitar práticas que prejudicam sua própria credibilidade. O repúdio claro a atitudes discriminatórias e o apoio a organizações terroristas são passos essenciais para corrigir desvios e fortalecer a coesão dentro do espectro progressista.

É fundamental destacar que a esquerda não é homogênea, e as ações de indivíduos ou grupos específicos não devem ser generalizadas para toda a corrente ideológica. No entanto, é responsabilidade coletiva dos progressistas rejeitar atitudes que comprometem os valores essenciais do movimento.

No final, a questão central é se a esquerda está disposta a se autoavaliar e a corrigir rumos quando necessário. Se a resposta for positiva, ainda há esperança de trazer de volta o bom senso e a coesão interna. Caso contrário, a esquerda corre o risco de perder a legitimidade em suas lutas por justiça e igualdade, minando sua própria força transformadora.

Não estou revendo meus conceitos, estou revendo minhas amizades. Denunciando, tirando da minha vida e rejeitando todos aqueles que, mesmo tendo sido  companheiros de lutas por um mundo melhor, se revelaram antissemitas. Isto não me é agradável, mas necessário por um mundo melhor.

Neo-judeus: judeus que se tornaram antissemitas

Neo-judeus: judeus que se tornaram antissemitas

Há muito que procuro um termo que possa definir judeus antissemitas. São como as bruxas, não acredito que um judeu possa ser antissemita e antissionista, mas que eles existem, existem.

Passo a utilizar o termo “neo-judeu” para me referir a estes judeus Eles geralmente não são religiosos (sim, existe a seita Naturei Karta, um caso à parte), assumem uma estranha identidade judaica, e acreditam que os sionistas são uma ameaça para o mundo.

Existem várias razões pelas quais os judeus podem se tornar neo-judeus. Alguns são influenciados por ideologias antissemitas, como o nazismo, o comunismo, o fascismo ou até mesmo o islamismo radical. Outros são desiludidos com o Estado de Israel e acreditam que ele é uma força maligna no mundo. Ainda outros simplesmente se sentem alienados da comunidade judaica e procuram um novo lugar para pertencer. Neste caso, encontram geralmente grupos de esquerda onde podem se expressar mais facilmente e onde recebem abrigo fácil quando se identificam como judeus que odeiam outros judeus.

Os neo-judeus são uma minoria dentro da comunidade judaica, mas eles têm sido cada vez mais vocal nos últimos anos. Eles têm publicado livros e artigos atacando o judaísmo e o sionismo, e têm participado de protestos contra o Estado de Israel. Vários deles usam o fato de terem perdido parentes no Holocausto para terem mais visibilidade.

A ascensão do neo-judaísmo é uma preocupação para a comunidade judaica. Apesar de que os neo-judeus não representarem uma ameaça à continuidade da identidade judaica, eles contribuem para o aumento do antissemitismo na sociedade.

Os neo-judeus geralmente apresentam as seguintes características:

  • Em sua grande maioria, eles rejeitam a religião judaica (raramente são religiosos). Eles podem ser ateus, agnósticos ou descendentes de famílias mistas ou convertidas a outra religião.
  • Eles assumem uma identidade judaica própria. Se identificam como judeus conforme a conveniência.
  • Eles são antissemitas. Não participam da comunidade judaica onde vivem, e geralmente atacam as entidades judaicas constituídas.
  • Eles são antissionistas. Eles acreditam que o Estado de Israel é um estado colonialista fruto do imperialismo com um regime de Apartheid.
  • Eles consomem e divulgam com avidez todo tipo de teoria conspiratória que elenque atitudes judaicas ou sionistas com supostos fins espúrios.
  • Eles acreditam que entidades judaicas os perseguem e se colocam como vítimas dos sionistas.

As motivações para o neo-judaísmo são variadas. Alguns se tornam neo-judeus por causa de suas crenças políticas. Outros por causa de suas experiências pessoais, por terem sofrido algúm tipo de bullying na infância e/ou adolescência, e ainda por terem experimentado antissemitismo. Alguns neo-judeus simplesmente se tornam alienados da comunidade judaica. Eles podem sentir que não pertencem à ela ou que a comunidade judaica não os aceita.

O neo-judaísmo tem várias consequências negativas. Ele contribui para o aumento do antissemitismo, pois fortalece as ideologias antissemitas e seus divulgadores. Ele também mina a continuidade da identidade judaica, pois de certa forma, desencoraja judeus de se identificarem como tal.

Por outro lado, o neo-judaísmo é prejudicial para os próprios neo-judeus. Eles acabam sendo isolados da comunidade judaica, e ficam sem um lugar para pertencer. Eles também sofrem de ansiedade e depressão, pois estão constantemente lutando contra sua identidade judaica. São obsessivos quando se trata de condenar Israel, buscando diariamente se associar a tudo e a todos que pregam o fim do estado judeu. Nada mais do que acontece no mundo tem muita importância, nenhum outro conflito, massacres, genocídios, apenas o que acontece em Israel.

Eles são uma minoria dentro das comunidades judaicas, mas tem seu ódio amplificado por antissemitas em geral, sejam ideológicamente identificados como de esquerda ou de direita.

Na história

Ao longo da história, houve judeus que se opuseram ao judaísmo e ao sionismo. Essas pessoas foram motivadas por uma variedade de fatores, incluindo ideologia, religião, política e experiência pessoal.

Alguns exemplos de judeus antissemitas incluem:

  • Judeus convertidos ao cristianismo: Quando se trata de judeus antissemitas, alguns exemplos notáveis incluem convertidos ao cristianismo durante a Inquisição Espanhola ou em outras épocas de perseguição religiosa na Europa. Alguns desses convertidos, chamados de “conversos” ou “marranos”, por vezes adotaram atitudes antissemitas como uma maneira de se integrar à sociedade dominante e evitar perseguições. Durante a Idade Média, muitos judeus convertidos ao cristianismo adotaram as crenças antissemitas de sua nova religião. Por exemplo, o padre judeu convertido Johannes Pfefferkorn foi um dos principais defensores da perseguição aos judeus na Alemanha do século XV.
  • Judeus assimilados: No século XIX, muitos judeus começaram a se assimilar às sociedades não-judaicas. Alguns desses judeus adotaram as atitudes antissemitas de suas sociedades anfitriãs. Por exemplo, o filósofo judeu francês Émile Durkheim foi um dos principais defensores do antissemitismo científico.

Alguns exemplos de judeus que se dizem apenas antissionistas:

  • Lazar Kaganovich: Após a Segunda Guerra Mundial, muitos judeus se opuseram à criação do Estado de Israel. Eles acreditavam que a criação de um Estado judeu seria prejudicial para os judeus em todo o mundo. Por exemplo, o líder judeu soviético Lazar Kaganovich foi um dos principais oponentes do sionismo. Lazar Kaganovich desempenhou um papel importante no estabelecimento do território autônomo judeu de Birobidjan na União Soviética. Birobidjan foi fundado em 1934 como uma resposta oficial do governo soviético ao movimento sionista judaico. O objetivo era criar uma região autônoma judaica na União Soviética como uma alternativa à criação de um Estado judeu independente na Palestina.
  • Norman Finkelstein: É um autor e cientista político conhecido por suas críticas ao sionismo e às políticas de Israel em relação aos palestinos. Ele é filho de sobreviventes do Holocausto e se tornou uma figura proeminente nas discussões sobre Israel e o conflito na região.
  • Rabino Brant Rosen: É um rabino americano que se identifica como antissionista. Ele é conhecido por seu ativismo em questões relacionadas à justiça social e pelos direitos dos palestinos.
  • Sara Roy: É uma acadêmica e pesquisadora conhecida por seus estudos sobre a economia política de Gaza. Ela é filha de sobreviventes do Holocausto e expressou críticas às políticas israelenses em relação aos palestinos.
  • Ilan Pappé: É um historiador israelense conhecido por seu trabalho crítico sobre a história de Israel e o conflito com os palestinos. Embora não seja descendente direto de sobreviventes do Holocausto, ele é filho de pais judeus que fugiram da Alemanha nazista.

No Brasil temos alguns expoentes, assim como em outros países.

Contextualização Histórica:

Ao longo da história, a comunidade judaica tem sido caracterizada por uma diversidade de opiniões e correntes de pensamento. Discordâncias ideológicas, políticas e religiosas sempre foram parte integrante da rica tapeçaria cultural do judaísmo. Desde debates teológicos até dissensões sobre sionismo e política, a pluralidade de vozes sempre foi uma marca distintiva.

Diversidade de Opiniões:

É vital reconhecer que a comunidade judaica abriga uma multiplicidade de opiniões sobre o judaísmo, o sionismo e as políticas israelenses. Em meio a essa diversidade, é crucial cultivar um ambiente que promova o diálogo construtivo e respeitoso, onde diferentes perspectivas possam coexistir, enriquecendo a comunidade como um todo e dando um sentido de pertencimento a cada indivíduo.

Abordagem Sensível ao Holocausto:

Os neo-judeus fazem uso enfático do Holocausto, como judeus que tiveram familiares mortos pelos nazistas. Desta maneira, tentam provar especialmente para sim mesmos de que s’ao aut”enticos judeus. É imperativo abordar com cautela o uso do Holocausto por parte de alguns neo-judeus para fundamentar suas opiniões. O Holocausto é uma tragédia inegável e sensível, e seu uso em debates contemporâneos merece uma reflexão cuidadosa para evitar interpretações equivocadas e garantir um ambiente de respeito histórico.

Diálogo Construtivo:

Incentivar um diálogo construtivo entre membros da comunidade judaica com opiniões diversas é fundamental. Esse diálogo pode servir como uma ferramenta valiosa para compreender preocupações individuais, construir pontes e fortalecer a coesão com base na diversidade de pensamento. No entanto, é imperativo que a comunidade combata este tipo pernicioso de neo-judaísmo.

Enfrentamento do Antissemitismo:

É crucial distinguir entre críticas legítimas a políticas específicas e discursos antissemitas. Ao fazê-lo, podemos promover discussões construtivas, abordando preocupações específicas sem recorrer a generalizações prejudiciais que possam minar a unidade da comunidade.

Como lidar com o neo-judaísmo

Não há uma solução fácil para o problema do neo-judaísmo. No entanto, existem algumas coisas que podem ser feitas para lidar com esse problema.

Não vamos mudar o que já deu errado, mas podemos tentar evitar ao máximo o surgimento de novos neo-judeus.

Empoderamento da Identidade Judaica:

Iniciativas que fortaleçam positivamente a identidade judaica, destacando a diversidade de tradições culturais, históricas e religiosas, podem contribuir para uma comunidade mais robusta e coesa.

Recursos Educacionais:

Recomendar recursos educacionais equilibrados que abordem questões relacionadas ao sionismo, judaísmo e conflitos no Oriente Médio pode promover uma compreensão mais completa e informada, capacitando os membros da comunidade a formar suas próprias opiniões bem embasadas.

Incentivo à Aceitação e Compreensão:

Fomentar uma cultura de aceitação e compreensão dentro da comunidade judaica, onde as diferenças são respeitadas e debatidas saudavelmente, é fundamental para construir pontes e fortalecer a coesão interna.

É importante apoiar todos os judeus que estão questionando sua identidade judaica. Isso pode ajudar essas pessoas a superar suas dúvidas e a se aceitarem como judeus.

Como judeus, temos um passado, um presente e um futuro comum. Não somos diferentes de nenhum outro povo que habita o planeta, temos nossos bons e maus elementos.

Entre todas as nações, existe apenas um Estado Judeu e ele tem que ser respeitado e preservado. Os governos passam, o estado permanece.

Aos neo-judeus, lhes resta o mesmo fim de todos os seres similares de outros povos na história, a solidão e o esquecimento.