O Contador de boas histórias

A plateia está em silêncio

O Palco está mais uma vez no escuro

Apagaram-se as luzes

Não se escuta mais a voz do narrador da história,

Na poltrona vazia

Não há mais anedotas, gargalhadas ou aplausos

Apenas uma lágrima amarga

Saudade das nossas conversas à meia noite

Pois, o seu sofá está agora vazio,

Uma tristeza com sabor de saudade

Misturado a alegria das nossas boas recordações

Invade o Brasil

Um beijo do gordo

E um muito obrigado!!!

Ao poeta dos sorrisos noturnos Jô Soares.

A Mala Velha da Saudade

Trago uma mala velha,

Cheia de boas lembranças,

amigos, conversas, músicas, fé,
e canções do Belchior.

 

Trago uma mala velha,

Nela carrego toda saudade
que palpita dentro do peito,

Nela trago fotos na memória, a saudade que dói,

E os nossos sonhos para o pôr-do-sol da bela manhã.

 

Trago uma mala velha,

Sou um navegante de muitas léguas

Viajante entre tantos mundos

Não me julgue pelo sorriso

Nem pela lágrima,

Por tantas partidas sem despedidas …

 

Trago uma mala velha

Nela tenho um jornal

Com notícias bonitas
Mensagens de ano novo
e boas festas também.

 

Tenho,

Tudo aqui bem guardado
Na mala velha da esperança,

Os sonhos da infância, os medos de criança,

O manifesto pela paz mundial

e amor entre os povos,

O bálsamo para toda dor.

 

Na minha mala velha da esperança,

Trago os muitos planos

e toda incerteza do futuro,

E as angústias de um rapaz latino-americano

do interior .

 

Nela também trago o verbo amar:

Eu amo a vida, as pessoas,

dois dedos de prosa no bar

O abrir das flores,

Pétala a pétala abrindo na primavera,

As mariposas, as pernas das moças,

 

De todas as crônicas a mais bela é a vida,

De todas as poesias, a mais bela é a vida,

É um amor matreiro, é um conto ligeiro,

É um desaguar de boas lembranças,

É um rebento de saudade….

 

O poste

O poste

O poste-geral da República, que em respeito ao Estado Democrático de Direito não merece ser nomeado, tentou pela enésima vez dar uma de d’Artagnan e, no melhor estilo de Alexandre Dumas sair em defesa do ocupante do Palácio. Da mesma forma que os mosqueteiros, cumpriu sua missão cegamente, em desafio da lógica e da lei, para proteger o seu monarca. Se o autor, pai ou filho, estivesse vivo, certamente escreveria uma nova obra-prima ressaltando o heroísmo malsão do PGR.

Desta vez, o inominável n° 2 vestiu capa e espada e desafiou 220 milhões de habitantes do Reino da Mentira, que acompanharam os crimes durante meses a fio, ao vivo, denunciados e confessados pela televisão. Todos viram os horrores cometidos pelo monarca absoluto, todos menos um: o famoso poste.

Vamos ao enredo: o relatório final da CPI da Covid (vocês se lembram?) imputou ao rei (inominável n°1), com abundância de provas, nove crimes: charlatanismo, infração de medida sanitária, emprego irregular de verbas ou rendas públicas, epidemia com resultado de morte, prevaricação e até falsificação de documentos.

Jornais do mundo inteiro seguiram os eventos e concluíram: -Agora o presidente fascista está perdido!

Era sem contar com o mosqueteiro-mor. A testa de ferro do magistrado, vice-procuradora-geral Lindôra Maria Araújo teve desfaçatez extrema de pedir o arquivamento das investigações contra o presidente e seus aliados, como ministros, ex-ministros e familiares. Para quem tem memória curta, vale a pena lembrar que Lindôra foi aquela que arquivou o pedido de investigação do inominável n°1, suspeito de crime de saúde pública por não usar máscara no contato com seus súditos. Para tanto, Lindôra explicou que a eficiência da máscara na prevenção da Covid não estava provada. Ao agir da sorte, como uma cientista negacionista, provocou incontáveis críticas, até mesmo de seu chefete, que alegou se tratar de uma magistrada jovem, iniciante, antes de nomeá-la vice PGR.

Agora, ficou evidente que o inominável n°2 a utilizou como testa de ferro, termo aliás lembrado pelos senadores da CPI que protocolaram no STF um pedido de abertura de inquérito contra Lindôra, sob acusação de suspeita de prevaricação.

Os senadores foram além, solicitando que o PGR se manifeste diretamente sobre os casos ou que os autos sejam enviados ao Conselho Superior do Ministério Público Federal, prova de que perderam o resto de confiança na sua atuação. « A atuação do atual PGR e de seus testas de ferro são claramente políticas. Desde o início evidencia-se uma blindagem ao governo federal. »

A resposta da Procuradoria foi imediata: « A CPI é que teve caráter político.»

Brincadeira à parte, fomos tratados como palhaços.

Jair Bolsonaro e Augusto Aras, como já disse num artigo anterior (que me valeu uma tentativa de processo da parte do PGR) são irmãos siameses. O primeiro comete os crimes, o segundo trata de transformá-los em pizza.

São de tal forma complementares que recentemente, logo após o discurso sobre o golpe eleitoral dedicado a informar aos embaixadores de todo o mundo, o inominável n°2 esqueceu que o número 1 devia ter saído do Palácio algemado, direto para a Papuda por crime de traição à pátria. A invés disso, limitou-se a responder em nome do golpista:

  • Eu já defendi a urna eletrônica.

Amanhã, ou melhor dentro de três meses, ambos (ou as duas metades, como queiram), acompanhados de seus séquitos, estarão preparando as malas para deixar o país para todo o sempre. Se não for o caso, é porque o golpe vingou e o Brasil estará mergulhado em mais um período sombrio de uma ditadura fascista com traços nazistas.

Judias e Judeus contra Bolsonaro advertem: Bolsonaro fala a língua dos nazistas

Judias e Judeus contra Bolsonaro advertem: Bolsonaro fala a língua dos nazistas

Surpreendeu-nos, no mau sentido da palavra, o fato de que uma parte da comunidade ajudou a eleger Jair Bolsonaro em 2018; nos foi difícil admitir que muitos optaram por um fascista, cujos valores sempre foram diametral e claramente opostos aos valores judaicos. Afinal, o inominável nunca escondeu, nem tentou dissimular, a imoralidade de seus discursos. Ele é autêntico. E mesmo assim, os judeus que abriram as portas da Hebraica do Rio de Janeiro para que o então candidato vomitasse seu ódio, preferiram tapar os ouvidos e os olhos, inclusive quando eles próprios eram vítimas da discriminação.

Deram de ombros quando o sujeito afirmou que seu herói era um torturador, deram de ombros quando se propôs a matar 30 mil adversários, deram de ombros quando tratou uma mulher, sua própria filha, como um ser inferior, deu de ombros quando os negros foram tratados como animais, deram de ombros quando ele disse preferir a morte de seu filho se fosse gay, etc, etc, etc.

Como judeus nos questionamos se a personalidade e o caráter do candidato eram compatíveis com os valores judaicos.
Sabíamos todos – o rabino, o ashkenazi, o sefaradi, os laicos, os agnósticos, os ateus, quem ele era muito antes de 2018. A questão é que muitos judeus não agiram como judeus, optando por votar no fascista ou anular o voto, permitindo assim a sua eleição.
Em nome do que? De interesses pessoais para uns, do ódio pelo outro candidato para outros, de cegueira para terceiros.

Por trás da triste realidade estão quase 700 mil mortos, centenas de milhares dos quais poderiam ter sido salvos se não fosse o negacionismo da covid.
Ainda mais incompreensível é por que não se preocuparam com o aumento de atos nazistas, como se o passado de sofrimento de nossos pais e avós não contasse. O filósofo franco-argelino Bernard Henri Levy, em visita ao Brasil, advertiu os judeus ao lembrar que a discriminação acaba, inevitavelmente, desembocando no antissemitismo.

Nos últimos três anos e meio, no Brasil, o número de células neonazistas cresceu mais de 270%, para ultrapassar 600.
Nada a ver com Bolsonaro; diriam alguns. Vejamos:

– Em 1998, Bolsonaro elogiou Hitler, ao afirmar que o líder do 3° Reich “soube impor ordem e disciplina”.
Os formandos da turma de 1995 do colégio militar de Porto Alegre tiveram que escolher, entre Jesus Cristo, Joana D’Arc, Tiradentes, Ayrton Senna, Mahatma Gandhi, Herbert de Souza, Adolf Hitler e outros, a personalidade histórica mais admirável. Dos 158 que se formaram, 84 escolheram o Fuhrer como a principal figura. Tiveram pleno apoio do capitão expulso do Exército.

– Em 2004, Bolsonaro enviou carta de agradecimento aos sites neonazistas e supremacistas nos seguintes termos: “Vocês são a razão de existência do meu mandato”.

– Em uma entrevista ao extinto programa CQC, da Band, o ainda deputado disse que Hitler era um estrategista, que queria “aniquilar outro país para defender o seu povo.” Assim, negando o holocausto, completou: “genocídio é outra história”.

– Ao ser questionado se entraria no exército nazista de Hitler, teria respondido: lógico. E para se auto-satisfazer, mentiu que seu avô lutou como soldado na 2° Guerra a favor de Hitler.

– Em 2011, grupo de neonazistas saiu às ruas em defesa do capitão.

– Nas redes sociais, Bolsonaro postou um selfie com um sósia de Hitler, convidado pelo seu filho Carlos para discursar na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.

– “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Bolsonaro usou em campanha eleitoral o slogan copiado da Alemanha nazista.

– Em 2019, em evento com evangélicos e rememorando sua visita a Israel, o presidente disse, sobre o Holocausto, que “Podemos perdoar, mas não esquecer.” Ele ainda teve a desfaçatez de fazer ironia: – Perdoar o quê, pateta? As câmaras de gás? O extermínio ético?

– Durante uma live presidencial, tomou um copo de leite, em alusão ao símbolo dos supremacistas brancos da Alt Right, grupo neonazista norte-americano.

– “Melhor viver um dia como leão do que cem anos como cordeiro” disse o inominável. Este era o bordão de Mussolini, o líder fascista da Itália, repetido em outra live.

– Imitando Benito Mussolini, um de seus inspiradores, o capitão promove motociatas.

– Ao tomar posse, o secretário de cultura, Roberto Alvim, interpretou o papel de Joseph Goebbels, copiou texto e fotografia do braço direito de Hitler, em discurso pronunciado ao som de Wagner, o compositor preferido do fuhrer. O presidente hesitou muito, mas acabou o demitindo por pressão da comunidade judaica.

– O secretário da Comunicação Fabio Wajgarten, judeu, usou a frase do portão de Auschwitz para ilustrar uma fala e salientar a narrativa bolsonarista de que “O trabalho liberta”.

– Em 2021, o presidente, todo sorrisos, se reuniu com a neta do ministro das finanças de Hitler, a neonazista Beatrix von Storch, vice-líder da Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema direita. A AfD é um partido racista, xenófobo, antissemita, islamofóbico, negacionista da pandemia e revisionista do Holocausto. O partido foi colocado sob vigilância pelo Estado Alemão e passou a ser considerado uma potencial fonte de terrorismo interno e ameaça à democracia.

– Um bolsonarista propôs, na Jovem Pan, que o Brasil matasse judeus para enriquecer, como fez a Alemanha nazista. O capitão nada disse.
Assim como se calou quando o apresentador Monark defendeu, diante de milhões de pessoas, a existência de um partido nazista. Quanto a ser amigo de Israel, trata-se de uma Israel branca, armada, cristã e ultracapitalista.

– No auge da pandemia, o então chanceler terraplanista Ernesto Araujo assimilou o isolamento social aos campos de concentração.

Não podemos esquecer tampouco que o guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, foi um notório e assumido antissemita.

Apesar de se auto-intitular amigo dos judeus, o governo se cercou de referências, inspirações e servidores nazistas, que acabaram tomando conta do Palácio e transformando o Planalto numa caserna hitlerista.

Com nazista não há conversa, nazismo se combate.

Os judeus não podem, não têm o direito de continuar a fechar os olhos para não ver, a boca para não protestar e o nariz para não sentir o fedor que exala do esgoto palaciano.

JUDIAS E JUDEUS CONTRA BOLSONARO COM LULA/ALCKMIN NO 1° TURNO