“SÄUBERUNG” –  “LIMPEZA”

“SÄUBERUNG” – “LIMPEZA”

O projeto neonazista no interior da Pontifícia Universidade Católica e da Universidade Estatual de São Paulo.

Autor: Charles Schaffer, ex aluno, orgulhoso, da PUC de São Paulo, hoje, profundamente decepcionado

Em 1933, na Alemanha Nazista comandada por Hitler, iniciou-se um movimento denominado em alemão de “Säuberung” , “Limpeza” ou “Purga”. Este foi o processo de purificação racial e ideológica nas universidades da Alemanha nazista, com queima de livros, expurgos das artes e da ciência, culminando na expulsão dos professores judeus e na proibição de alunos estudarem nas universidades alemãs.
De forma semelhante, estudantes de índole neonazista se reuniram em assembleia no dia 28 de agosto de 2024, com uma única pauta: “acabar com o sionismo na PUC”. Na USP assembleia deste dia 30 de agosto, também com pauta única “Basta de convênios da USP com universidades israelenses”.

Visando “limpar” e “Purgar” as universidades de judeus sionistas, do sionismo e das influências acadêmicas dos judeus sionistas, no melhor espírito nazista, alunos da PUC e da USP agora adotam o padrão de conduta do Hamas.
Afinal, independente da motivação, se religiosa ou racial, o projeto de extermínio do Hamas não difere muito do projeto da Alemanha nazista, como vemos no seu Estatuto:
O Estatuto do Hamas

(…) O Movimento de Resistência Islâmica aspira concretizar a promessa de Alá, não importando quanto tempo levará. O Profeta, que as bênçãos e a paz de Alá recaiam sobre ele, disse; “A hora do julgamento não chegará até que os muçulmanos combatam os judeus e terminem por matá-los e mesmo que os judeus se abriguem por detrás de árvores e pedras cada árvore e cada pedra gritará: Oh! Muçulmanos, Oh! Servos de Alá, há um judeu por detrás de mim, venha e mate-o.

Assim, vestidos com camisas do Hamas e gritando slogans como “Palestina Livre do Rio ao Mar”, do Rio Jordão ao Mar Mediterrâneo, o que significa a defesa pela extinção do Estado de Israel, este movimento surge como um novo movimento neonazista que, maquiado de antissionista, está tomando forma nestas universidades do Estado de São Paulo.Na semana anterior, quando da convocação à assembleia, estes alunos entraram nas salas de aula, distribuíram panfletos e, em sua trajetória de apologia ao terror e ao terrorismo, estimularam o ódio antissemita, racista e xenófobo.

A perseguição dos alunos judeus dentro de instituições de ensino superior, a aliança ideológica com movimentos fundamentalistas de extrema direita como o Hamas, o Hezbolah e o Irã têm nome: Neonazismo.

Esses alunos chamam de resistência legitima um grupo que estupra adolescentes em um festival de música, classificam de atos legítimos contra Israel a degola de crianças judias e a carbonização de judeus.

Em resumo, aliam-se à pauta do Hamas, do Irã e do Hezbolah para o oriente médio.

Há mais semelhanças que divergências entre o projeto nazista alemão e o projeto de extrema direita islâmica fundamentalista do Hamas, que pretende Califado no oriente médio livre de infiéis, como veem judeus e cristãos.

Em sua defesa estes alunos movidos pelo ódio tentam se justificar dizendo que são apenas antissionistas, de esquerda e que o nazismo é de direita.

Sim, o nazismo é de direita, obviamente. Mas o fato destes alunos se dizerem de esquerda não os transforma em gente de esquerda. Não é a autodeclaração que define se alguém é de esquerda ou de direita.

O fato destes alunos estarem ligados a partidos que se dizem de esquerda, e muitos destes partidos também não são, não os torna gente de esquerda.

A esquerda não é um rótulo, não basta a autodeclaração.

Uma esquerda histórica, e vamos começar com Marx e Lenin, jamais se aliaria a regimes teocráticos, ideologias fundamentalistas, que comandam a morte de gays, apedrejamento de mulheres com suspeita de infidelidade, que submetem mulheres a uma servidão masculina e que pretendem exterminar do mundo infiéis como judeus e cristãos.

Uma esquerda histórica, continuando com Rosa Luxemburgo e Trotsky, jamais se aliaria a grupos fundamentalistas como o Hamas que, tal como o Estado Islâmico, pretendem dominar e fundar um califado islâmico no oriente médio exclusivamente para muçulmanos sunitas e mais ninguém.
Uma esquerda histórica, não esquecendo de Gramsci e Wilhelm Reich, jamais aceitaria regimes que, por sua superestrutura, impusessem uma moralidade opressora, tolhendo a liberdade de criar, a liberdade sexual, e a liberdade de consciência.

Não, estes alunos, nesta empreitada antissemita, xenófoba e racista, nada tem de esquerda.

Têm, na verdade, índole nazista. Agem, falam e se comportam como nazistas.

Como dizia o saudoso Leonel Brizola se pudesse observar este projeto neonazista que se instalou nestas universidades paulistas: afinal, tem rabo de porco, focinho de porco, barriga de porco, como não é porco?

O Retorno dos Filhos: Uma História de Esperança, Perda e a Busca por Justiça em Israel

O Retorno dos Filhos: Uma História de Esperança, Perda e a Busca por Justiça em Israel

Foi com lágrimas nos olhos e o coração apertado, que eu e toda Israel recebemos a notícia do resgate de nossos 4 reféns: Noa Argamani, Almog Meir, Andrey Kozlov e Shlomi Ziv do campo de refugiados de Nuseirat, na Faixa de Gaza. Após oito meses de cativeiro, este resgate, um dos mais complexos da guerra, exigiu meticuloso planejamento e execução.

Assim como na Operação Entebe, réplicas em madeira das ruas e dos locais onde os reféns estavam foram construídas. Durante dois meses, exercícios exaustivos foram realizados, prevendo todos os cenários possíveis.

Finalmente, a operação recebeu sinal verde e foi realizada em plena luz do dia. Quase tudo ocorreu conforme o planejado, mas, infelizmente, assim como na Operação Entebe, onde o comandante da operação Yony Netanyahu (irmão do primeiro ministro) foi a única baixa, o inspetor-chefe Arnon Zamora, oficial da unidade antiterrorista de elite Yamam, perdeu a vida nesta ousada missão para libertar os quatro reféns.

Outras histórias comoventes vieram à tona. Poucas horas antes do resgate, o pai do refém Almog Kozlov faleceu. A mãe de Noa Argamani, que se tornou um símbolo da luta pela libertação de todos os reféns, luta contra um câncer terminal na cabeça. Ela já havia sido diagnosticada antes dos eventos de 7 de outubro, com os médicos prevendo poucos meses de vida. No entanto, ela superou as expectativas e, contrariando os prognósticos, reencontrou sua filha.

O país celebrou em festas e comemorações espontâneas nas ruas. Na maior delas, na rua Kaplan em Tel Aviv, a polícia, exercendo força desproporcional, chegou para dispersar a festa e prendeu 33 manifestantes que também exigiam eleições imediatas.

Um novo meme já circula nas redes sociais em Israel, dizendo: “Agora empatou! 120 para voltarem e 120 para irem embora”, referindo-se ao número de reféns ainda em cativeiro e ao número de cadeiras na Knesset.

Parte da imprensa deu voz ao Hamas, que em poucos minutos anunciou um massacre com 250 mortos na ação de resgate. A contagem é exagerada, mas é fato que entre terroristas e civis atingidos no tiroteio, o número pode chegar a algumas dezenas.

Mais uma vez, fica comprovado que o Hamas usa casas de civis como cativeiros em áreas densamente povoadas. Infelizmente, entre esses civis, encontram-se simpatizantes que se tornam cúmplices e outros totalmente inocentes. Estes últimos acabam sendo mortos pela culpa única e exclusiva do Hamas.

Israel tem todo o direito de resgatar seus reféns utilizando todos os meios ao seu dispor, a qualquer custo.

Agora é o momento de pressionar por um acordo que encerre esta tragédia, liberte todos os sequestrados e convoque eleições para que o povo decida o próximo governo. As ruas clamam por isso cada vez mais alto.

Genocídios contra Negros e Índios no Brasil: Uma Trágica História de Violência e Injustiça

Genocídios contra Negros e Índios no Brasil: Uma Trágica História de Violência e Injustiça

O Brasil carrega consigo uma história marcada por genocídios que visaram principalmente as populações negras e indígenas. Esses episódios sombrios representam capítulos cruciais na trajetória do país, revelando a brutalidade e a injustiça infligidas a esses grupos ao longo dos séculos.

Genocídio contra os Índios:

O genocídio indígena no Brasil é um capítulo sombrio e aterrador da história. Desde a chegada dos colonizadores portugueses em 1500, os povos indígenas foram vítimas de um processo sistemático de extermínio, violência e desumanização que se perpetua até os dias de hoje.

Estimativas apontam que dos 2,5 milhões de indígenas que viviam no Brasil em 1500, menos de 10% sobreviveram até os anos 1600. Doenças trazidas pelos europeus, massacres, escravidão, remoções forçadas de seus territórios e a imposição da cultura portuguesa dizimaram populações inteiras e devastaram seus modos de vida.

A Comissão Nacional da Verdade estima que, entre 1946 e 1988, ao menos 8.350 indígenas foram mortos. Mas este número é apenas a ponta do iceberg, pois muitos outros casos de violência e morte nunca foram documentados.

O genocídio indígena não se resume a um evento histórico do passado. A invasão de terras indígenas, a exploração ilegal de recursos e a construção de projetos de infraestrutura sem consulta prévia e informada continuam ameaçando os povos indígenas e seus territórios.

A luta por seus direitos é fundamental para a construção de um Brasil mais justo e igualitário. A demarcação de terras, o reconhecimento de suas culturas e a proteção de seus modos de vida são medidas essenciais para garantir a sobrevivência dos povos indígenas e reparar os crimes históricos cometidos contra eles.

Genocídio contra os Negros:

O Genocídio Negro no Brasil não se limita a um capítulo sombrio do passado. É uma chaga aberta na alma da nação, um processo histórico de extermínio, violência e desumanização que se perpetua até os dias de hoje.

As raízes desse crime estão fincadas na escravidão, que por mais de 300 anos impôs aos negros um sistema brutal de exploração e opressão. Dos 5 milhões de africanos trazidos ao Brasil, apenas 4% sobreviveram. A brutalidade do sistema escravista, com suas condições precárias de trabalho, violência física e psicológica, e a falta de acesso à saúde, resultou em uma taxa de mortalidade altíssima.

Mesmo após a abolição da escravidão em 1888, a marginalização e a exclusão dos negros se perpetuaram na sociedade brasileira. O Genocídio Negro se manifesta de diversas formas:

  • Violência letal: A cada ano, milhares de negros são assassinados no Brasil, principalmente jovens. A taxa de homicídios de negros é 2,8 vezes maior do que a de brancos.
  • Violência institucional: O racismo estrutural permeia todas as instituições da sociedade brasileira, desde o sistema de justiça até o mercado de trabalho. Negros são mais frequentemente vítimas de prisões arbitrárias, têm menor acesso à educação e à saúde, e são discriminados em processos de seleção de emprego.
  • Violência simbólica: A mídia e a cultura brasileira perpetuam estereótipos negativos sobre os negros, reforçando o racismo e a desvalorização da população negra.

É urgente reconhecer o Genocídio Negro como crime contra a humanidade e como um problema estrutural da sociedade brasileira. O combate ao racismo exige medidas concretas:

  • Implementação de políticas públicas de combate ao racismo e à desigualdade racial.
  • Reforma do sistema de justiça para eliminar o racismo institucional.
  • Promoção da educação antirracista nas escolas e na sociedade.
  • Valorização da cultura e da história afro-brasileira.

O reconhecimento e a compreensão desses genocídios são cruciais para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. A luta por direitos indígenas e a promoção da igualdade racial são desafios urgentes que demandam ação governamental, conscientização pública e a desconstrução de estruturas discriminatórias.

O Brasil, ao enfrentar seu passado doloroso, tem a oportunidade de buscar a reconciliação e a justiça social. O respeito aos direitos humanos, a valorização da diversidade cultural e a implementação de políticas inclusivas são passos essenciais na construção de um futuro mais igualitário e compassivo para todos os brasileiros.

Os fatos cometidos contra os índios e os negros ao longo da história do Brasil podem ser definidos como genocídio devido à natureza sistemática e intencional das ações que resultaram na destruição física, cultural e social desses grupos étnicos. Aqui estão algumas razões que justificam essa caracterização:

  1. Extermínio Populacional:

– No caso dos povos indígenas, a chegada dos colonizadores resultou na disseminação de doenças, como varíola e gripe, para as quais essas comunidades não tinham imunidade. Além disso, a violência direta e a desapropriação de terras levaram a um declínio drástico nas populações indígenas.

– Durante o período da escravidão, os negros foram submetidos a condições desumanas que resultaram em altas taxas de mortalidade. A brutalidade física, o trabalho forçado e as más condições de vida contribuíram significativamente para a redução das populações negras.

  1. Desapropriação de Terras e Deslocamento Forçado:

– Os povos indígenas foram sistematicamente deslocados de suas terras ancestrais para dar lugar a projetos de colonização, mineração, agricultura e infraestrutura. Esse deslocamento forçado muitas vezes resultou na perda de identidade cultural e na fragmentação das comunidades.

– Os negros, durante a escravidão, foram retirados de seus países de origem e deslocados para o Brasil em condições desumanas. Após a abolição da escravidão, muitos enfrentaram a falta de acesso a terras e foram relegados a condições de pobreza, perpetuando um ciclo de deslocamento.

  1. Violência Estrutural e Discriminação Contínua:

– O genocídio não se limita apenas ao passado; ele persiste na forma de discriminação racial estrutural, violência policial e exclusão social. Negros e indígenas enfrentam barreiras persistentes no acesso a oportunidades educacionais, emprego digno e serviços básicos.

  1. Impacto Cultural Duradouro:

– O genocídio não se refere apenas à perda de vidas, mas também à destruição de culturas e identidades. Tanto índios quanto negros viram suas tradições, línguas e formas de vida serem severamente prejudicadas, deixando um impacto duradouro nas gerações subsequentes.

Em resumo, a aplicação do termo “genocídio” a esses contextos reflete a gravidade das ações perpetradas, que visavam não apenas a exploração econômica, mas também a eliminação física e cultural desses grupos étnicos.

Além do genocídio cometido contra os índios e negros, há outros episódios na história do Brasil que são caracterizados por violência e violações massivas de direitos humanos. Alguns exemplos incluem:

  1. Massacre de Canudos (1896-1897):

– O conflito de Canudos ocorreu no sertão da Bahia, envolvendo um confronto entre o governo republicano e a comunidade de Canudos, liderada pelo líder religioso Antonio Conselheiro. O conflito resultou em um cerco militar e na destruição da comunidade, causando a morte de milhares de pessoas, incluindo mulheres e crianças.

  1. Ditadura Militar (1964-1985):

– Durante o regime militar, que durou duas décadas, o Brasil enfrentou violações generalizadas dos direitos humanos, incluindo tortura, execuções extrajudiciais, desaparecimentos forçados e censura. Muitos opositores políticos, ativistas e inocentes foram vítimas desse período sombrio da história brasileira.

  1. Chacina da Candelária (1993):

– A Chacina da Candelária ocorreu no Rio de Janeiro, quando um grupo de jovens foi alvo de tiros disparados por policiais militares. O evento resultou na morte de oito jovens e marcou um triste episódio de violência policial contra a população mais vulnerável.

  1. Massacre do Carandiru (1992):

– O Massacre do Carandiru ocorreu no presídio de Carandiru, em São Paulo, quando a polícia militar invadiu o presídio para conter uma rebelião. O resultado foi a morte de 111 detentos, um trágico exemplo de violência institucional.

  1. Conflitos no Campo:

– A luta pela posse de terra no Brasil resultou em diversos conflitos no campo, muitas vezes envolvendo assassinatos de líderes indígenas, quilombolas, trabalhadores rurais e ativistas ambientais. Esses confrontos têm raízes na disputa por recursos naturais e questões fundiárias.

Lamentavelmente o que estes casos têm em comum é a impunidade.

É crucial reconhecer e compreender esses episódios de violência para promover a justiça, a reconciliação e a prevenção de futuros abusos. A construção de uma sociedade mais justa exige enfrentar honestamente os eventos traumáticos do passado.

O presidente Lula e diversos membros de seu governo e de seu partido, dizem que Israel está cometendo um genocídio na Faixa de Gaza contra o povo Palestino, tal qual Hitler cometeu contra os judeus, no que ficou conhecido como o Holocausto.

Nem mesmo os genocídios cometidos no Brasil contra índios e Negros somados, chega a magnitude do que foi o Holocausto. Não se trata apenas do número de mortos, 6 milhões, mas de como uma ideologia transformou a morte dos judeus em uma indústria de matar gente para ter uma solução final que concluída fosse, teria exterminado o povo judeu da face da terra.

É importante notar que a situação na Faixa de Gaza é complexa e altamente controversa, com diferentes perspectivas sobre as ações de Israel, mas nada que permita rotular como genocídio:

As operações militares de Israel têm como alvo o Hamas, que em 7 de outubro de 2023 lançou um ataque contra a população israelense que resultou no massacre de 1200 cidadãos, homens, mulheres e crianças, e no sequestro de outros 240, além do disparo de foguetes contra cidades israelenses. As ações militares são respostas ao ataque covarde, não um esforço para eliminar a população palestina.

Israel realiza esforços significativos para minimizar as baixas civis durante seus ataques, emitindo advertências prévias, utilizando tecnologia de precisão para minimizar danos colaterais e permitindo a entrada de ajuda humanitária.

Trata-se de autodefesa legítima, com o direito de proteger seus cidadãos dos ataques provenientes de Gaza e libertar os reféns. As operações militares são uma resposta proporcional às ameaças enfrentadas.

A questão israel-palestina é profundamente enraizada em uma história de disputas políticas e religiosas. A única solução para o conflito requer uma abordagem política e diplomática, e rotular as ações como genocídio pode complicar ainda mais as negociações. Um verdadeiro tiro no pé da diplomacia brasileira.

Mesmo tarde, Lula tem obrigação de se retratar

Mesmo tarde, Lula tem obrigação de se retratar

Lula podia ter criticado o primeiro-ministro israelense e a coalizão religiosa de extrema-direita que o mantém no poder sem, para tanto, ofender e ferir o povo judeu e, para além, toda a humanidade. Afinal, Bibi e seu governo são mais que criticáveis, pelo pouco apego à democracia, pela corrupção, por ter negligenciado a segurança do país, por privilegiar os interesses pessoais, pelo extremismo e enfim, mais importante, pelos crimes de guerra que vem cometendo. Mas não, o presidente brasileiro preferiu, de maneira consciente ou não, se atacar ao símbolo máximo do mal absoluto, o Holocausto. Acabou, como só podia ser, ferindo gravemente a memória universal. Machucou cruelmente os judeus, claro, porém não apenas, ultrajou todas as vítimas do nazismo, seus sobreviventes e herdeiros, ou seja você, eu, muitos de nós. Netanyahu foi o menos atingido pelas palavras ferinas; os judeus do mundo inteiro, os principais ofendidos. Lula não deve desculpas ao primeiro-ministro de Israel, mas sim a nós.
Talvez ele não tenha se dado conta da crueldade de suas palavras, imaginando que tudo não passava de uma “simples” crítica à morte deplorável de milhares de mulheres e crianças, em Gaza. Errou, e feio. Propositadamente ou não, atiçou o fantasma do antissemitismo, imediatamente abraçado pela esquerda radical, que não hesita em responsabilizar os judeus pelos horrores da guerra. Para chamar a atenção sobre a tragédia, Lula comparou o incomparável e para deixar bem claro o seu alvo, apelou para Hitler. Recorreu, como lembrou a jornalista Lygia Maria na Folha de S. Paulo, para a lei de Godwin, que postula: ” À medida que uma discussão online se alonga, a probabilidade de surgir uma comparação envolvendo Adolf Hitler ou os nazistas tende a 100%”.
“Findados os argumentos senasatos para provar determinado ponto, acaba-se descambando em Hitler ou no Holocausto…Lula foi parar na lei de Godwin sem escalas. Poderia ter se saído bem com argumentos legítimos, como comparar aos crimes de guerra perpetrados pela Rússia na Ucrânia…Mas nesse caso não agradaria à militância de esquerda.”
Único porém, o episódio Lula se deu no mundo real, não no virtual.
Ao invés de tentar trazer o presidente brasileiro de volta à razão, seu entorno aplaudiu, conclamando que não havia nenhum motivo a pedidos de retratação, de desculpas e nem sequer de explicação. Celso Amorim, Gleisi Hofman, Janja, entre outros, vieram a público para defender o “mito”. Sim, porque Luis Inácio Lula da Silva virou mito, e, como tal, tem sempre razão, é infalível.
Dá pra’ entender, pois a esquerda brasileira hoje depende dele para sobreviver. O resultado da eleição presidencial mostrou claramente que ele era o único capaz de derrotar o nazifascista Bolsonaro, graças aos votos dos conservadores, que se a democracia não estivesse em risco jamais teriam apertado na tecla 13.
Como escreveu o filósofo Vladimir Safatle (de esquerda) em seu novo livro “Alfabeto das Colisões”, a esquerda morreu, a extrema-direita é a única força política real no país. A vitória de Lula foi só um respiro, enquanto a extrema-direita continua forte, e mascara a dificuldade de propor soluções para os desafios atuais.
Pobres daqueles que ousaram reclamar uma retratação. Lula nem sequer respondeu, limitando-se a dizer que os críticos não leram a sua entrevista na Etiópia. Ou seja, que a alusão ao holocausto foi tirada do contexto (argumento sempre presente na boca de políticos quando pressionados). Paralelamente, o dono da política externa brasileira, Celso Amorim, autor do prefácio do livro “Engajando o mundo: a construção da política externa do Hamas”, declarou, em alto e bom som, que aqueles que querem um pedido de desculpas podem esperar sentados: – O improviso de Lula em Adis Abeba, disse Amorim, não foi um lapso nem merece reparação, pois representa a política externa do país.
Em outras palavras, não foi um deslize ou algo não ou mal pensado. Ao contrário, trata-se da posição oficial do Brasil.
Na apresentação da edição brasileira do livro, lançada pela editora Memo em 2023, assinada pelo diplomata, lê-se : “O Hamas pode desempenhar um papel central na restauração dos direitos palestinos.” Estamos longe portanto da afirmação de que o Hamas é um grupo terrorista. Ao contrário, o principal conselheiro de Lula exalta o Hamas.
É verdade que a maneira como o governo israelense tratou o assunto não foi adequada. Ao chamar o embaixador brasileiro para explicações, devia ter seguido as regras diplomáticas, que exigem discreção, e não ter dado um show humilhante. No entanto, uma coisa não justifica a outra.
A postura de Amorim talvez não seja tão absurda como parece à primeira vista. Tem sua lógica. Explico: É sabido que os 8,5 milhões de quilômetros quadrados do país não são suficientes para Lula, que sonha em se tornar uma liderança global, uma espécie de consciência universal, como foi Nelson Mandela. Muito se falou, no Brasil, da possibilidade de Lula vir a ser secretário-geral da ONU, enquanto outros apresentaram seu nome para o Nobel da Paz.
Seus dois primeiros mandatos foram marcados internacionalmente pela pela criação dos BRICS, pela onipresença do Brasil na América Latina e pela necessária reforma do Conselho de Segurança. No mesmo movimento, o terceiro começou com a inclusão de outros cinco países no grupo, dentre os quais o Irã.
O presidente sabe que suas chances são aquém de mínimas, mas isso não significa que ele desistiu do reconhecimento global. Só mudou a estratégia. Megalomania é uma das características da personalidade de todos os políticos, ainda mais daqueles que querem alcançar o cargo máximo da Nação. Lula não é exceção, busca os holofotes, dentro e fora do Brasil.
Em importância geopolítica, o mandatário brasileiro não tem como pesar tanto quanto seus pares da China, Índia ou Rússia, resta-lhe portanto por um lado se juntar a estes, de outro – e simultaneamente – cimentar o Sul Global, com vistas a formar uma grande coalizão anti-ocidental, que representaria no médio prazo os mesmos 40% do PIB mundial do G7 . O papel de Lula seria o de atrair os países do sul para a constituição deste polo, que pretende mudar as relações internacionais e, assim sendo, o mundo. As viagens de fevereiro de 2024 ao Egito, aproximando-se da Liga Árabe, e à Adis Abeba, para discursar na abertura da conferência da União Africana, tiveram este objetivo. O Brasil tem uma situação privilegiada, podendo servir de ponte entre as grandes potências não ocidentais e o Sul Global.
Neste contexto internacional, a “defesa da democracia”, tão presente na campanha de Lula para vencer a extrema-direita bolsonarista, tem valor zero. A coalizão está aberta a todos os países, que respeitem ou não os direitos humanos, o Estado de Direito, à única condição que se oponham ao ocidente, representado pelos Estados Unidos, Europa e, no Oriente Médio, Israel. É uma estratégia que se resume em uma frase: – Os inimigos dos meus inimigos são meus amigos.
Lula, Xi Jinping, Putin, Narandra Modi, estão juntos na perspectiva do Novo Mundo. No caso do brasileiro, os interesses geopolíticos explicariam os ataques nojentos aos judeus, da mesma forma como ficou claro porque Lula se negou a comentar a responsabilidade de Putin no assassinato de Alexei Navalny e os crimes cometidos pelos russos na Ucrânia, ou ainda se opôs a criticar os ataques ditatoriais de Nicolas Maduro.
Para fechar este texto, cito novamente Lygia Maria:
“Ao cair na lei de Godwin, Lula incita polarização política (vide o número de bandeiras de Israel na manifestação bolsonarista do dia 25/2), antissemitismo e, de lambuja, ainda envergonha o Brasil.”
Por tudo isso, em nome do respeito pela memória, o presidente brasileiro tem a obrigação de se retratar, mesmo que seja tarde demais.

Prezado Presidente Lula,

Prezado Presidente Lula,

Escrevo-lhe novamente para expressar minha profunda preocupação com sua recente comparação entre as ações de Israel em relação aos palestinos e o Holocausto. Acredito que essa comparação é profundamente equivocada e perigosa, e gostaria de apresentar algumas razões para que reconsidere sua posição, mesmo sabendo da sua insistência nesta ignomínia.

O Holocausto, a perseguição e o assassinato sistemáticos de seis milhões de judeus pelo regime nazista e seus colaboradores, foi um evento singular na história da humanidade. Sua brutalidade, a escala da matança industrial e a ideologia que o motivou o distinguem de qualquer outro genocídio. Por esta razão recebeu um nome que identifica única e exclusivamente este evento.

Por favor, me esclareça, onde e quando o governo de Israel se reuniu para determinar o fim do povo palestino, ou dos que vivem em Gaza. Diga-me, por favor, quem são os responsáveis por ordenar a eliminação física dos habitantes de Gaza.

  1. Escala e Sistematização:

O Holocausto foi um genocídio industrializado, com o objetivo de exterminar um grupo inteiro de pessoas de forma rápida e eficiente. Os nazistas utilizaram campos de concentração e extermínio para assassinar milhões de judeus, utilizando métodos como gás venenoso, fuzilamentos e trabalho forçado. A escala da matança e a sistematização com que foi realizada são sem precedentes na história.

Caro Presidente Lula, aponte, por favor, os Campos de Concentração e Extermínio que foram criados em Gaza.

  1. Alvo Específico:

O Holocausto foi direcionado a um grupo específico de pessoas, os judeus, por motivos raciais e ideológicos. Os nazistas acreditavam que os judeus eram uma “raça inferior” e uma ameaça à Alemanha. Essa ideologia de ódio e intolerância alimentou a perseguição e o assassinato sistemático dos judeus.

Entendo que você, caro Presidente, tenha em mãos documentos que comprovem a determinação de Israel de aniquilar por completo o povo palestino, ou ao menos daqueles que vivem em Gaza. Mostre-os ao mundo.

  1. Desumanização e Anulação da Identidade:

Os nazistas desumanizaram os judeus, privando-os de seus direitos civis e de cidadania, forçando-os a viver em guetos e campos de concentração, e tatuando números em seus braços para identificá-los. Essa desumanização foi fundamental para o extermínio em massa que se seguiu.

Entendo que você, Presidente Lula, tenha recebido com exclusividade fotos e documentos que mostram palestinos com números tatuados em seus braços. O mundo precisa ver isto, que tal divulgá-las?

  1. Negação e Falsa Equivalência:

O Holocausto é frequentemente negado ou minimizado por aqueles que desejam apagar sua história e culpa. É importante lembrar que o Holocausto foi um evento real e que negar sua existência é uma forma de antissemitismo. Além disso, é importante evitar comparações superficiais do Holocausto com outros eventos históricos, pois cada genocídio possui suas próprias características e contexto.

  1. Falta de Comparabilidade:

O Holocausto foi um genocídio sistemático que resultou na morte de seis milhões de judeus. A perseguição nazista aos judeus foi motivada por um ódio racial e ideológico profundamente enraizado. Em contraste, o conflito israelo-palestino é um conflito político complexo com raízes históricas e religiosas. É importante reconhecer a dor e o sofrimento de ambos os lados do conflito, e evitar comparações simplistas que não reconhecem a complexa realidade da situação.

  1. Desumanização e Negação:

A comparação entre Israel e o Holocausto corre o risco de desumanizar os israelenses e negar a história real do Holocausto. É importante lembrar que o povo judeu é um povo com uma longa história e uma rica cultura. Eles têm o direito de viver em paz e segurança, assim como qualquer outro povo em seu Lar Nacional.

  1. Exploração do Holocausto para Fins Políticos:

A comparação entre Israel e o Holocausto é frequentemente utilizada por aqueles que desejam demonizar Israel e deslegitimar seu direito à autodeterminação. É importante evitar a instrumentalização do Holocausto para fins políticos, e reconhecer a importância de um diálogo construtivo e pacífico para a resolução do conflito israelo-palestino.

  1. Lições do Holocausto:

O Holocausto nos ensinou a importância de combater o ódio, a intolerância e o racismo. É fundamental que aprendamos com as lições do Holocausto e trabalhemos para construir um futuro livre de genocídios e outras atrocidades.

9. Lições para o Futuro:

O Holocausto serve como um lembrete constante dos perigos do ódio, da intolerância e do racismo. É fundamental aprender com as lições do Holocausto para combater todas as formas de discriminação e prevenir que crimes como este se repitam no futuro.

Conclusão:

O Holocausto foi um evento singular na história da humanidade. Sua escala, sistematização, alvo específico, desumanização e negação o distinguem de qualquer outro genocídio.

Infelizmente, parece que sua visita ao Yad Vashem, o Museu do Holocausto em Israel, foi esquecida. Nada, Presidente Lula, mas nada mesmo se compara ao Holocausto.

Acredito que sua comparação entre Israel e o Holocausto é profundamente equivocada e perigosa. É importante reconhecer a complexa realidade do conflito israelense-palestino e evitar comparações simplistas que não reconhecem a dor e o sofrimento de ambos os lados.

Convido-o a reconsiderar sua posição e a se unir à comunidade internacional na busca por uma solução pacífica e justa para o conflito israelense-palestino.

Atenciosamente,

Mauro Nadvorny

Pearl Harbor e Entorno Israelense de Gaza: Uma Análise Comparativa

Pearl Harbor e Entorno Israelense de Gaza: Uma Análise Comparativa

Em 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou um ataque por terra, mar e ar contra Israel vitimando cerca de 1200 israelenses e tomando outros 240 como reféns, desencadeando uma resposta militar vigorosa por parte de Israel. Essa situação suscita comparações com o ataque japonês a Pearl Harbor em 7 de dezembro 1941 que resultou em 2.403 mortes e 1.178 feridos entre os militares americanos, e que também provocou uma resposta militar contundente dos Estados Unidos. Apesar de algumas similaridades, como a natureza covarde dos ataques e a subsequente ação militar, existem diferenças significativas entre os dois eventos e as reações que se seguiram.

É importante notar que todas as vítimas americanas no ataque eram não combatentes, pois os Estados Unidos não estavam em guerra com o Japão no momento do ataque.

Tanto o ataque a Pearl Harbor quanto o ataque do Hamas foram realizados de maneira covarde e unilateral, resultando em um grande número de mortos e feridos.  Ambos representam violações flagrantes do direito internacional e mostram um desrespeito evidente pela vida humana.

Em ambos os casos, os países atacados responderam com força militar significativa. Os Estados Unidos declararam guerra ao Japão após o ataque a Pearl Harbor, enquanto Israel, deu início a uma operação de guerra em Gaza para derrubar o Hamas do poder e libertar os reféns. Embora Israel não tenha formalmente declarado guerra ao Hamas, o ataque foi considerado um ato de guerra pelo governo israelense. Essa postura demonstra a gravidade do ataque e a determinação de Israel em defender seus cidadãos.

Tanto os Estados Unidos quanto Israel buscaram, por meio de ação militar, deter o agressor e prevenir futuros ataques. A dissuasão é crucial na segurança nacional, e a resposta militar em ambos os casos visou enviar uma mensagem clara de que tais atos de agressão não serão tolerados.

O ataque a Pearl Harbor foi em grande escala, envolvendo o ataque simultâneo a várias bases militares americanas. O ataque do Hamas, aconteceu por terra, mar e ar envolvendo cerca de 3.000 terroristas

Os Estados Unidos usaram armas atômicas contra o Japão, resultando em centenas de milhares de mortes civis. Por outro lado, Israel tem se esforçado para evitar baixas civis em Gaza, mesmo que isso signifique prolongar a operação militar.

Os Estados Unidos buscavam a rendição incondicional do Japão após Pearl Harbor. Israel, em Gaza, visa derrubar o Hamas do poder, acabar com sua ala militara e a libertação dos reféns. Essa diferença nos objetivos políticos destaca a complexidade dos conflitos e a necessidade de soluções políticas abrangentes.

A comunidade internacional condenou o ataque a Pearl Harbor e apoiou a ação militar dos Estados Unidos. No caso do ataque do Hamas, a condenação foi generalizada, mas a reação à ação militar de Israel foi mais ambígua. Isso reflete as diferentes perspectivas sobre o conflito israelo-palestino.

Embora existam semelhanças nas respostas aos ataques de Pearl Harbor e Gaza, as diferenças são significativas. Essas disparidades são atribuíveis à natureza dos ataques, aos objetivos políticos dos países envolvidos e ao papel da comunidade internacional.

O uso de bombas atômicas pelos Estados Unidos foi controverso, resultando por um lado em grandes perdas civis, mas por outro a capitulação do Japão que salvou milhares de vidas. Israel, faz uso de toda a força militar de que dispõe, mas em contraste, prioriza a minimização de baixas civis em Gaza.

A questão central de poupar vidas emerge de maneira destacada ao se comparar as reações ao ataque japonês a Pearl Harbor e ao ataque do Hamas a Israel. No caso do Japão, a capitulação após os bombardeios atômicos foi motivada pela intenção de poupar a vida de sua população diante de uma ameaça grave. A decisão de encerrar o conflito visava evitar mais mortes e sofrimento.

Por outro lado, a situação contrasta com as ações do Hamas em Gaza. Apesar de dispor de extensos túneis, o grupo não permitiu que a população civil os utilizasse como abrigo, comprometendo a segurança dos civis. Além disso, a recusa em capitular e liberar reféns israelenses contribui para a continuidade do conflito, prolongando o sofrimento e as perdas de vidas.

A comparação ressalta a importância das decisões políticas e estratégicas na preservação de vidas. Enquanto o Japão optou pela rendição para evitar mais danos à sua população, o Hamas, ao não utilizar recursos disponíveis para proteger civis e não buscar uma resolução que encerre o conflito, parece negligenciar a prioridade de poupar vidas. Isso evidencia a complexidade ética e humanitária que permeia os conflitos armados e as diferentes abordagens adotadas pelos atores envolvidos em diferentes contextos históricos.