por Gustavo Perez Pereira Andrade | 19 jun, 2022 | Poesia
Paçoca, pipoca e cocada;
Criança peralta, moça bonita e catraca;
A fumaça que abate os pobres pulmões
Invade o ar
Como estes perfumes de moça.
Pessoas afadigadas entram e saem
Em grandes caixotes de metal
Com seus corpos cambaleantes
E ossos cansados,
Amontoa-se todos nestes caixotes motorizados
Umas chegam de muito longe
Outras não vão a lugar nenhum
Neste vaivém do terminal urbano
O homem da cocada passa gentilmente
Oferecendo os seus doces
Para os paladares amargos dos passageiros
Cada qual ao seu modo diz não
E talvez sim,
Cada qual carregando seus sentimentos
Quem saiba segredos, sonhos,
E talvez sorrisos disfarçados.
por Gustavo Perez Pereira Andrade | 22 mar, 2022 | Brasil , Poesia
Hoje estou a embebedar-me
No vinho do teu amor fagueiro
que não canso de provar-me
Mergulho-me
na tua dorna
para ser pisado
pelos teus pés
O flâmeo que teu rosto
adorna!
estás a despir
então conheço
a tua verdadeira e bela forma
Na alcova do teu amor
fagueiro
aproveito o repouso
Aos teus lábios
provo o mais puro mosto
Ah o nosso fado amor
garboso!
Não és mesmo dócil?!
Na verdade és a edil
Que dá as ordenanças
A duquesa que está a eclipsar
As donzelas mais belas
do nosso universo
nem há palavras
para exprimir
e falar de ti
é preciso suprimir
o verso
Ou desaguar-me
no teu infinito
amor perverso
no qual
estou preso
acorrentado e
submerso!
por Gustavo Perez Pereira Andrade | 1 fev, 2022 | Poesia
Carlos Drummond de Andrade na sala de seu apartamento em 1982, prestes a completar 80 anos Foto: Rogério Reis / Tyba / Rogério Reis / Tyba
No son palabras, el dolor o grito
O cansancio,
¡Que traigo conmigo en mi pecho!
Lo que me trae, lo que traigo,
¡Es el sentimiento del mundo!
Hay sonrisas y abrazos,
Más traigo sólo la sensación del mundo,
Tampoco son las noticias de las guerras en el este…
¡¡No!!
deseos de la revolución
o la poesía de Drummond,
Hay gritos a medianoche o al mediodía de la humanidad….
Más, lo que traigo conmigo en mi pecho,
Es sólo el sentimiento del mundo
Hay CDs o viejos libros polvorientos en el estante…
Lo que traigo,
¡No! ¡No es una dolor tardia!
Tampoco se trata de una flor para mi amor
¿Lo qué llevo conmigo en mi pecho? ¿Lo que llevo en mis manos?
Es sólo la sensación del mundo
À Carlos Drummond de Andrade, inspirado no poema “Sentimento do Mundo” .
por Gustavo Perez Pereira Andrade | 26 dez, 2021 | Poesia
Noite de festa alegria, família reunida e poesia
Ano novo chegando
Cá estou, só. Na companhia da solidão,
Não quero ser o poeta noturno
Que se enfada com o calor do verão,
Que faz conjecturas políticas, com rimas caducas
E bebe na utopia da revolução,
Ano novo chegando,
Eu não quisera ser o poeta noturno
Que está acordado a meia noite do século XXI
Contando estrelas
Do Cruzeiro do Sul
por Gustavo Perez Pereira Andrade | 28 nov, 2021 | Poesia
É preciso desaguar amarguras num lago de belas canções
E das agruras fazer doces composições
E da solidão fazer o flerte
Em pingos de emoções
No anoitecer mirar o cintilar da paisagem
Contar casos, bobagens…
Desaguar.
por Gustavo Perez Pereira Andrade | 31 out, 2021 | Poesia
Neste lupanar
O som de um espasmo no ar
É rua 18
Casa 1938
A porta aberta
Sugere mistério
A rua deserta
É um eterno sacrilégio
Não tem vida,
Não tem dramaticidade
nem dor
é um lupanar
sem amor
que a solidão
esta a gozar
gozar com despudor