Desde pequeno todos olhamos para o espaço, e nos perguntamos qual o nosso lugar nesta imensidão. Os mais antigos, por não terem respostas, imaginaram que fossemos o centro do universo. Tudo girava em torno de nosso planeta, criado por uma grande divindade. Não foram poucos os que perderam a vida ao questionarem estes fatos.

Olhar para o céu a noite, e deslumbrar-se com todas aquelas estrelas sempre foi fascinante. Perceber que somos um ponto do universo onde existem milhares de galáxias, com milhões de sóis rodeados por bilhões de planetas, aguça o nosso desejo de encontrar vida fora da terra.

Quando viajamos dentro de nosso estado contamos de que cidade somos. Ao viajar pelo Brasil, apontamos de que estado viemos. Pelo mundo dizemos que somos Brasileiros. Mas ao viajar pelo espaço, dizemos orgulhosamente que somos da Terra.

Parede incrível como nossas diferenças vão diminuindo a medida em que saímos de nosso lar. Em minutos Ilan Ramon deixou de ser aquele morador de Beber Ceva em Israel para se tornar um cidadão da Terra. Ele e seus companheiros da última viajem da Columbia morreram como terráqueos.

Este infortúnio que abalou os corações de todos nós, mostra o quanto somos frágeis e que distantes estamos de conquistar nossa maior fronteira, o espaço sideral. Mesmo com toda a tecnologia que já dispomos, com toda a nossa capacidade inventiva e adaptativa, um erro ceifou a vida de sete astronautas. Sete terráqueos que vão ficar para sempre na memória de todos os povos deste planeta.

A conquista do espaço, por mais difícil que seja, vai ser vencida. Já chegamos com uma nave tripulada a Lua, logo estaremos chegando a Marte. Cada passo nesta direção, especialmente quando compartilhado entre diversas nações, como a construção da Estação Internacional, aproxima os habitantes deste planeta. Mostra que somos todos moradores do mesmo lugar. Que nossas diferenças tendem, mais dia menos dia, a desaparecer.

Já sabemos que pertencemos à mesma raça: humana. Não importa nossa cor, nosso aspecto ou nosso sexo, somos todos iguais. Isto por si só já é motivo para procurarmos acabar com nossas guerras e buscar pacificar todos os conflitos que jogam homens contra homens.

Ilan Ramon e seus companheiros nos deixaram várias mensagens. A primeira de que o homem é capaz de qualquer coisa. A segunda de que sua missão não foi em vão. Finalmente a terceira de que nada pode deter o ser humano em sua determinação. Que bom seria se todas elas fossem sempre utilizadas para o bem de toda humanidade.

Quem sabe, se neste momento de profunda consternação, israelenses e palestinos possam se dar conta de que unidos e vivendo em paz, podem construir um mundo melhor. Um mundo sem fronteiras como representou Ilan Ramon. Um mundo onde todos fossem pacíficos habitantes deste planeta azul chamado Terra.