Todos conhecem histórias de famílias que se odiaram por gerações. Eternas inimigas, talvez as mais famosas tenham sido as Montague de Romeu, e Capuleto de Julieta, cuja tragédia mostrou as conseqüências do amor e do ódio.

A tragédia do conflito entre palestinos e israelenses tem muito destes dois componentes. São dezenas de histórias de amor, e de ódio, que se confundem na paisagem dantesca de morte e desolação em que se encontram.

Hoje numa única reportagem do Jornal israelense Ha’aretz, contei referências a 5 palestinos mortos nas últimas 24 horas: 1 em Nablus, 2 em Jenin, 1 em Nassanit e 1 em Askar. Cada um deles perdeu a vida em diferentes circunstâncias que fazem parte da lógica do conflito.

Em outra reportagem, distribuída pela Reuters no dia de ontem, tomei conhecimento de um serviço telefônico que contata israelenses e palestinos. Nele é possível falar com pessoas do outro lado aleatoriamente, ou pré-selecionadas. O mais interessante é o número de palestinos que ligam após cada atentado à bomba em Israel, para se certificar que seus amigos israelenses se encontram a salvo.

Na Noruega, um grupo de mulheres prepara uma mega manifestação de solidariedade aos dois povos. Entre os dias 2, e 20 de Abril, pretendem reunir milhares de simpatizantes pela paz, em caminhadas diárias em Israel e nos territórios ocupados.

Aqui no Brasil, um grupo de pacifistas reunidos no TABA – Coalizão Brasileira Pela Paz entre Israel e a Palestina, não mede esforços para organizar conferências e mesas de discussão durante o III Fórum Social Mundial, que se realizará em Porto Alegre.

Em comum, todos querem contribuir com o fim de um conflito bárbaro que continua ceifando vidas inocentes. Trazer idéias e sugestões para tornar possível a retomada do diálogo e da convivência pacífica entre os dois povos. E acima de tudo, mostrar que eles não estão sozinhos. Que todos nós nos importamos.

A obstinação desta gente, do Campo Pacifista no mundo inteiro, contagia cada dia mais pessoas. Muitos que haviam abandonado o barco da esperança estão voltando. Vários cidadãos que acreditaram na falácia da Sharon e de Arafat, começam a se dar conta do vazio de suas propostas. A cada dia, mais e mais pessoas se unem nesta corrente pela paz.

Qualquer um pode entrar nesta roda, fazer parte desta família, e ajudar na construção deste novo caminho. Participe das diversas atividades como puder. De sua contribuição se alinhando conosco. Cada um é importante. Cada um faz a diferença.

Um novo mundo é possível. A paz está ao alcance de israelenses e palestinos. Vamos ajudar apontando os caminhos até ela.