A muito tempo que a esquerda procura saber como foi que o sonho acabou. É claro que muitos ainda acham que ele é possível, mas convenhamos que a parte de poucos lugares, os reveses tem sido maiores do que os sucessos.
Dizem que se o homem não for socialista até os 20 anos é porque não tem coração. Se continuar socialista depois dos 40, é porque não tem cabeça. O problema é que me olho com 44 e continuo me achando socialista. Terei perdido a cabeça?
O fato é que nos últimos anos desde o fim da União Soviética e da queda do Muro de Berlim, que a esquerda ficou totalmente perdida. Quando a poeira baixou, o que se viu foram países totalitários, atrasados, quebrados e o que era pior, o que se dizia com relação à falta de liberdade era totalmente verdade.
Talvez fosse a hora de se fazer um “mea culpa”. No mínimo, de se pedir desculpas pelos erros cometidos e retomar a luta por um mundo melhor, mais justo, humano e com liberdade. A favor da paz e da convivência pacífica entre os povos, apoiando aqueles que estivessem mais próximos destes ideais. Mas o que vemos é totalmente o oposto. A esquerda continua apoiando constantemente o lado errado. Sempre o mais totalitário como Cuba; o mais sanguinário como o Iraque de Sadam Hussein ou a Líbia de Kadafi, o mais retrogrado como a Coréia do Norte, etc.
Recentemente com o recrudescimento do conflito no Oriente Médio, pudemos perceber o quanto a esquerda consegue errar. De um lado Israel um país que foi criado com os votos dos países da cortina de ferro, que sobreviveu a sua independência graças a ajuda de armas da então Checoeslováquia comunista para fazer frente a 7 países árabes que invadiam seu território. Um país que deu ao mundo a experiência do Kibutz, até hoje a única experiência socialista que funcionou. A única nação democrática do Oriente Médio onde os partidos socialistas e comunistas são livres. De outro os palestinos que também tiveram seu país criado em 1947 mas que foi engolido em quase sua totalidade pelo Egito e pela Jordânia, que até 1967 poderiam ter criado sua pátria nos territórios que hoje reclamam: Gaza e Cisjordânia, mas não o fizeram. Um povo cujos irmãos detém a mercadoria mais preciosa do mundo: o Petróleo, mas que nada recebem além do incentivo a se tornarem mártires. Um povo que nunca conheceu a democracia, muito menos a liberdade.
Nestas condições a esquerda mais uma vez escolhe o lado errado. Ao invés de apoiar a convivência pacífica entre os dois povos, apóia um lado só: o palestino. Ao invés de apoiar a paz, apóia a justificativa de homens bomba se explodirem entre civis. Ao invés de incentivar o diálogo, incentiva o anti-semitismo. Age mais uma vez como uma sombra aos ideais humanistas de sua ideologia. Incapaz de enxergar um palmo adiante de seu nariz, aponta o dedo para um culpado: Israel, quando deveria apontar a palma da mão em sinal de parem! Parem israelenses e palestinos de matar gente inocente cujas vidas, perdidas para sempre, nunca mais irão poder fazer parte do mundo melhor que almejamos para toda a humanidade.
Triste esquerda, que durante 50 anos nunca fez nada para melhorar a vida dos refugiados palestinos que espalhados pelos países árabes que os acolheram, levaram uma vida de parias entre seus próprios irmãos. Um povo condenado a viver em campos de refugiados sem direitos de cidadania por parte de nenhum país árabe.
Onde estava a esquerda? Talvez ocupada demais como agora, procurando compreender onde errou. Pelo visto vai seguir procurando por muito tempo como um cachorro que corre atrás de seu próprio rabo,