Quando a paz chegar, e novamente pudermos viajar livremente pela terra santa, vamos poder rever os amigos que ficaram do outro lado da fronteira virtual do ódio. Gente que se conhece a dezenas de anos. Famílias conhecidas que foram separadas pela dor e pelo medo.

Junto com a paz, virão os turistas. Primeiro algumas dezenas. Logo centenas. E por fim milhares de pessoas vão voltar a visitar as belezas desta terra e os lugares santos. Com eles a economia irá voltar a promover postos de trabalho. As pessoas vão voltar a produzir e com o seu suor, trarão riquezas para Israel e para a Palestina.

A reconciliação irá mostrar tudo que temos em comum. Jerusalém será a capital de dois países. Os locais sagrados de cada uma das religiões monoteístas será preservado por pessoas indicadas por ambos os países. A cidade será um exemplo universal de respeito e tolerância para toda a humanidade.

Na primavera, quando cessarem as chuvas, vamos assistir a concertos dos maiores artistas mundiais. Todos virão se apresentar em solidariedade ao nascimento de uma nova era. Um tempo de harmonia. Com a deposição das armas o amor vai estar no ar.

No verão, com a temperatura aumentando, judeus e palestinos junto com os turistas, desfrutarão das praias de Gaza a Naharia. Nesta orla mediterrânea todos serão filhos do sol. Atividades marinhas e muita diversão para todos. Qualquer um será bem vindo.

A noite as ruas ainda estarão fervendo. As pessoas vão poder andar livremente, sentarem-se nas cafeterias, dançar nas boates, respirar o ar da liberdade que vai estar livre e solto pelo ar. A cordialidade de nossos povos vai cativar os visitantes. Ninguém mais vai sentir medo.

Os demais países da região, contagiados por esta felicidade, vão se engajar nesta corrente pela paz. Um grande mutirão pelo pleno reconhecimento de todas as nações da região irá criar o futuro Mercado Comum do Oriente Médio. Mercadorias vão poder transitar livremente e acordos de ajuda nas áreas médicas e de tecnologia propiciarão melhores serviços e progresso para os povos.

Todos os que eram nossos amigos, e todos aqueles que eram amigos deles, agora farão parte do passado. Todos agora nos respeitam como nações que souberam ultrapassar o fosso da discórdia do passado e construir a ponte da reconciliação para o futuro. Judeus e palestinos deixarão de ser povos primos para passarem a viver como povos irmãos.

Neste dia, uns poucos estarão inconformados, alguns extasiados e certamente muitos estarão ausentes. Todos estes seres queridos que estão perdendo a vida nesta violência que vem em ondas. Vítimas insubstituíveis do sentimento mais vil do ser humano: a vingança.

Quantos monumentos serão inaugurados para lembrar este período negro de nossa história? Talvez um. Apenas um único memorial que lembre todas as vítimas. Ali bem junto à fronteira de ambas as nações. Para que num único dia possamos relembrar os dias de vergonha, quando tiramos de nós mesmos nosso direito a vida.

Lá estarão os nomes de bebes, crianças, jovens, velhos, homens e mulheres que não estarão mais entre nós quando este dia tiver chegado.

Ajude a fazer com que este memorial não receba mais nenhum nome. Ajude a fazer deste dia de amanhã, o dia de hoje. Vamos acabar com esta guerra que está matando a todos nós.

Junte-se ao Campo da Paz.