Hoje despertei com a idéia de escrever um artigo sobre dois extremos: pensei em falar dos extremistas islâmicos e dos extremistas judeus. Já tinha em mente o título: Os Extremos se Tocam.
Nestes novos tempos, ao invés de abrir o jornal, liguei o computador. Qual não foi minha surpresa ao me deparar com mais um sangrento atentado cometido por suicidas palestinos com 9 mortos e dezenas de feridos.
Lendo as notícias, fiquei sabendo que o Hamas assumia a responsabilidade pelo ataque. Justificava este crime com a desculpa mais em voga no Oriente Médio atualmente. Revanche.
O que eu tinha em mente ainda na noite anterior, dizia respeito aos grupos extremistas de ambos os lados que mantém atualmente dois povos reféns de sua insanidade. Os loucos estão tomando conta. Mas se isto fosse verdade, como é possível que tanta gente se deixe levar por esta avalanche de ódio e revolta que criou um circulo vicioso de violência cujos elos parecem indestrutíveis?
Assistimos aterrorizado o destino de dois povos serem ditados por extremistas radicais que encontram eco a suas aspirações de destruir um ao outro. De um lado as ruas das cidades palestinas se enchem de pessoas em júbilo pela morte de israelenses. De outro, mostram as pesquisas, que a popularidade do responsável pela manutenção deste estado belicoso continua alta.
Numa situação como esta pode-se começar a fazer uma conta macabra: se Israel for matando 50 palestinos por dia, serão exterminados em um ano 18.000. Para uma população de 2.500,00 bastam 138 anos para que o problema esteja solucionado. E se os palestinos quiserem exterminar Israel? Considerando que resultado desta tragédia até agora, aponta para 1 israelense morto para cada 3 palestinos, a conta seria outra. Se eles eliminarem 17 israelenses por dia, serão 6120 em um ano. Para uma população de 6.000.000, bastariam 980 anos.
Se esta conta, que não levou em consideração o crescimento demográfico das populações mostra que esta tarefa é inexeqüível, então porque seguem agindo desta maneira? O que faz com que o manto negro da morte continue pairando sobre a região? Difícil de compreender, mas não impossível de explicar.
Tanto em Israel como na Autoridade Palestina, o mando do poder está em mãos de homens que não querem a paz. A reconciliação de judeus e palestinos não serve aos seus propósitos. Em Israel, a direita nunca permaneceu no poder em tempos de paz. Ironicamente, foi ela quem alcançou a paz com a primeira nação Árabe, o Egito. Na Autoridade Palestina, o governo inepto e corrupto não se sustentaria num regime democrático que surgiria num ambiente de paz.
E se estamos diante de dois líderes que não querem a paz, não podemos esperar nada mais além da constatação de que as mortes seguirão ocorrendo dia após dia. Um irá atribuir a culpa ao outro. Sharon irá acuras Arafat de ser o responsável pelo terrorismo uma vez que permite que sigam ocorrendo. Arafat irá dizer que Sharon é o responsável porque segue ocupando os territórios palestinos humilhando seus habitantes.
Não podemos continuar assistindo a isto impassíveis. Toda forma de condenação é válida. Os governos de todo o mundo, a ONU e os cidadãos de bem merecem ser escutados. Esta carnificina está nos matando a todos.
Israelenses e palestinos não merecem este destino que lhes está sendo imposto por sua liderança refém dos extremistas. Sharon e Arafat são os responsáveis. Foram eleitos democraticamente para obter um acordo de paz, mas não foram capazes de fazê-lo. Se não são capazes, deixem que outros o façam ou voltem imediatamente a mesa de negociações.
Presenteiem a humanidade com uma boa notícia. Saiam das manchetes sujas de sangue e passem para o noticiário de estadistas.
Exigimos a Paz Agora.