Após 15 dias de confrontos com um saldo de dezenas de mortos e feridos de ambos os lados, entre os quais várias crianças, finalmente algumas vozes em favor do entendimento começam a se fazer escutar.
Terminamos a semana que passou com uma declaração de 55 intelectuais palestinos pedindo o fim dos atentados suicidas; o líder espiritual do Hamas, Ahmed Yassin, foi colocado sob prisão domiciliar; Arafat declarou que o plano Clinton pode ser aceito pela AP.
Como sempre acontece nestes casos, é preciso que a AP passe da retórica para ações. A detenção de Ahmed Yassin é o primeiro passo, mas ainda tímido diante da necessidade de uma ação mais enérgica em contra os grupos radicais islâmicos.
A declaração hoje de Bem Eliezer de que vai evacuar em breve cerca de 20 enclaves não autorizados é bem vinda. Tal medida sinaliza que a lei será cumprida, e os assentamentos que estiverem fora da lei deverão sofrer o mesmo processo de desmantelamento.
Ainda é muito cedo para qualquer comemoração mas, o simples fato de que algumas das medidas básicas para a retomada das negociações estejam sendo implementadas, nos confortam bastante.
Queremos acreditar que dois povos não podem se tornar reféns de terroristas e colonos fanáticos. Nosso futuro e o futuro deles depende da habilidade de nossas lideranças em administrar esta perigosa adversidade. O fervor religioso não pode nos remeter a época das cruzadas. Temos de ter o discernimento capaz de separar o joio do trigo.
Uma imediata retirada das tropas que voltaram a ocupar territórios autônomos seria muita bem vinda também.
Mais uma vez podemos voltar a ter alguma esperança de solução pacífica. Tímida é verdade, mas muito mais do que havia a 15 dias atrás.