Uma pequena notícia nos jornais de Israel hoje, traz um exemplo de como as coisas podem ser diferentes. Brigadas de bombeiros dos assentamentos de Ariel e Karmei Shomron, ajudaram os Bombeiros de Kalkília a debelar um incêndio num prédio que estava fora de controle.
Tudo o que desejamos é que situações de cooperação como esta sejam a regra e nunca a exceção. Isto mostra que a solidariedade ainda está viva e que a volta a convivência pacifica não está longe de ocorrer.
Não menos importante foi o sepultamento da proposta de lei que impediria a população árabe de adquirir terras. Quase que por unanimidade, o governo afastou o perigo de afrontar a democracia com uma lei de caráter racista.
O encontro de Ben Eliezer com o presidente Mubarak em Alexandria, serviu para trazer um pouco de esperança as frias relações com o Egito. Mesmo reconhecendo uma evidente discordância com relação ao papel de Arafat no processo de paz, os dois líderes avançaram no entendimento de que todos desejam uma paz baseada na convivência pacífica entre os dois povos. O presidente egípcio propõe um plano de paz para uma área restrita, como Gaza. Se o entendimento funcionar, seria levado para outras área da Cisjordânia.
Enquanto isso, prosseguem os “toques de recolher” nas principais cidades palestinas e suas adjacências. Milhares de pessoas estão confinadas em suas casas sem poder se locomover. Doentes não conseguem chegar aos hospitais, partos estão ocorrendo nas próprias casas e cirurgias deixam de ser realizadas. O lixo não é recolhido e em alguns casos, soldados israelenses estão tendo de realizar este trabalho. Falta luz e água em diversas regiões porque as equipes de reparo não podem realizar o trabalho.
A grande desculpa para manter esta situação é o fato de que até agora não ocorreram novos ataques suicidas. A grande questão é até quando esta desculpa irá se manter. Mantendo a reocupação, Israel está criando uma nova geração de terroristas que mais cedo ou mais tarde irão tentar novos ataques.
O caminho da paz passa necessariamente pelo respeito aos direitos humanos por parte de ambas as partes. O campo pacifista continua apelando pelo reinicio das negociações entre os legítimos líderes de ambos os povos. O sofrimento impingido a população civil palestina como reação a ação de grupos terroristas não pode continuar por mais tempo. Um desastre humanitário está por acontecer.
Mesmo que em conseqüência da ação militar, temos hoje as condições de um cessar fogo. Senão de direito, ao menos de fato, não acontecem ações terroristas a mais de 15 dias.
O momento para iniciar negociações de paz é agora.
O processo de paz precisa ser retomado.