Quem é “US”?

Se “US” são os reféns e suas famílias, que estão há mais de 500 dias presos e torturados em Gaza, a SWU deveria chamar as pessoas às ruas e protestar contra o governo.

Se “US” são os soldados e reservistas que já serviram mais de seis meses na guerra em Gaza e no Líbano, a SWU deveria criticar e exigir o fim da Lei de Escape dos Haredim.

Se “US” é a população do sul e do norte, longe de suas casas, moralmente, psicologicamente e materialmente destruída, a SWU deveria exigir do governo de Israel o fim dos acordos econômicos partidários que favorecem apenas os haredim e os colonos na Cisjordânia.

Se “US” é o povo de Israel, que há mais de um ano sofre com esta guerra terrível, a SWU deveria exigir o fim da guerra.

Se “US” fossem os árabes-palestinos cidadãos israelenses, a SWU deveria exigir a intervenção da polícia no mundo do crime nas aldeias e cidades árabes.

Se “US” fossem os palestinos da Cisjordânia, a SWU deveria exigir a intervenção do Exército nos ataques de colonos judeus extremistas às aldeias palestinas, na queima de campos de oliveiras, na matança de rebanhos de carneiros e na limpeza étnica planejada pelo ministro da Cisjordânia, Smotrich.

Se “US” fosse o judaísmo e o sionismo, a SWU deveria exigir o fim deste governo fascista, messiânico e fundamentalista, que tudo o que faz é anti-judaico e anti-sionista. E lembrar que, durante mais de 50 anos, temos dominado terras e oprimido o povo palestino, e que há mais de 40 anos o LIKUD segue no poder, usando a força e a tecnologia para tentar acabar com o terrorismo, sem dar chance ao processo de paz (Liga Árabe, Acordo de Genebra, Acordo Olmert-Abbas), investindo no terrorismo (Bibi permitiu a passagem de centenas de milhares de dólares do Catar ao Hamas), criando muros de separação que, no final, se provaram inúteis. E, finalmente, lembrar que o judaísmo se resume em “veahavta lerecha kamocha” (“e amarás o próximo como a ti mesmo”) e que o sionismo, como movimento de libertação do povo judeu, só triunfará quando outro povo tiver o mesmo direito.

Mas, ao que parece, “US” é o governo. São Bibi Netanyahu, Smotrich, Ben Gvir, Schtruk, Gafni, Edri e muitos outros, cujo único objetivo é a continuidade da guerra – mesmo à custa da vida dos reféns – e a revolução judicial para permanecerem no poder. Por isso, a única coisa que a SWU faz é atacar o Hamas e culpar os palestinos por 55 anos de todos os males existentes em Israel. Falam de terrorismo e mais terrorismo, implantando a ideologia do medo e da raiva, que, no fim, só traz violência.

Stand With Us não está conosco, o povo. Não está com aqueles que lutam pelo verdadeiro judaísmo e sionismo, pelo povo que luta por um Israel melhor e mais justo. Pelo bem de todos, pois “zarim haitem beeretz mitzraim” (“foram estrangeiros na Terra do Egito”).

Por isso, chamo todos os que acreditam em Israel, no judaísmo e no sionismo a “Stand Together”. Porque “Together” significa judeus e palestinos, judeus, muçulmanos, cristãos e drusos, ashkenazim e sefaradim, heterossexuais e homossexuais, homens e mulheres, laicos e religiosos, direita e esquerda.

Somente “TOGETHER” seremos “US”!

https://www.standing-together.org