Introdução: Um ano de conflito em expansão

Incrível, mas estamos completando um ano em guerra. Se inicialmente era uma operação em Gaza, hoje estamos lutando também contra o Islã radical no Líbano, nos territórios ocupados, no Yemen, no Iraque, na Síria e no Irã, num total de sete frentes.

Neste conflito específico, tudo começou em 7 de Outubro de 2024 com um ataque cometido por 3 mil terroristas do Hamas acompanhados por civis de Gaza contra uma população indefesa e soldados desarmados. Famílias foram massacradas. Jovens que participavam de uma festa foram abatidos com requintes de crueldade.

Praticamente não se passou um dia sem que foguetes de todos os tipos fossem jogados contra nós. Não fosse nossa defesa antiaérea e o número de baixas e destruição seria incalculável. Estou falando de milhares deles.

A situação em Gaza

Gaza está toda destruída. Serão necessários muitos anos para a reconstrução. O Hamas militarmente foi praticamente destruído como uma força organizada. Mesmo assim, ainda acontecem batalhas e 101 reféns, vivos ou mortos continuam desaparecidos.

O conflito se estende ao Líbano

No Líbano, o sul do país vai pelo mesmo caminho, assim como o bairro muçulmano que é dominado pelo Hizbalah. Uma operação por terra está em andamento e já se fala em mais de um milhão de habitantes deslocados. Em Israel cerca de 70 mil habitantes do norte ainda não puderam voltar para suas casas.

O Hizbalah já não tem nenhuma liderança viva. Todos seus principais dirigentes e comandantes foram eliminados. Nasrallah, seu líder histórico foi morto, assim como seu substituto, que foi eliminado 4 depois de assumir a liderança e o substituto do substituto que esteve a frente da organização por algumas horas.

Outras frentes de conflito: Yemen, Iraque e Síria

O Yemen continua disparando mísseis balísticos, mesmo depois de dois ataques de Israel contra objetivos econômicos do país. Os EUA e os Ingleses também os atacam por conta de disparos contra navios no Mar Vermelho.

Desde o Iraque e da Síria, milícias patrocinadas pelo Irã disparam mísseis em direção a Israel. A Força Aérea israelense revida atacando estes grupos procurando atingir os locais de armazenamento e disparo destes mísseis.

O envolvimento do Irã e suas consequências

O Irã atacou Israel por duas vezes, uma em abril e a segunda este mês. Este segundo ataque foi realizado com o disparo de cerca de 200 mísseis balísticos que levam 12 minutos para chegar até aqui. Mesmo com 15% dos mísseis chegando ao solo, nenhum israelense foi atingido e nenhum objetivo militar ou civil sofreu grandes danos. A morte de um palestino de Jericó foi grande ironia deste ataque.

Agora estamos aguardando pela nossa resposta que deve acontecer em questão de dias, ou de horas. Não se trata mais de se vamos responder, mas de quando a resposta será dada e em que medida. São muitas opções e a decisão já foi tomada e informada aos nossos aliados.

Especulações sobre o futuro do conflito

O que vai acontecer a seguir são puras especulações. O Irã ameaça atacar com mais mísseis e se o fizer, provocará outro contra ataque israelense, mais agudo o que pode eventualmente, desencadear um conflito que envolva outras nações. Se os campos petrolíferos iranianos forem atingidos, os aitolás dizem que vão disparar contra os campos sauditas e kwaitianos.

Os EUA não desejam uma guerra regional que acabe os arrastando para o conflito. Estão dispostos a ajudar na defesa de Israel, mas não querem participar de nenhum ataque a qualquer país. O problema é que Israel tem se mostrado rebelde em suas decisões militares e não leva em conta o que os EUA sugerem, principalmente no que se refere a soluções diplomáticas.

Os objetivos de Israel e o custo humano

O que acontece na prática é que Israel está decidido a acabar com as duas principais ameaças junto as suas fronteiras: o Hamas e o Hizbalah. De quebra está disposto a enfrentar o Irã e não permitir que siga financiando livremente suas “proxis” (milícias sustentadas e mantidas pelo Irã) no Oriente Médio.

Em meio a isto tudo temos a tragédia que recai sobre a população civil. Nenhuma morte de inocentes pode ser justificada, embora existam muitas explicações do porquê elas ocorrem, e principalmente, como boa parte delas poderia ter sido evitada. Infelizmente não existe nenhuma guerra sem baixas civis.

Uma experiência pessoal

Pela primeira vez, desde o início do conflito, eu e minha família, passamos meia hora dentro do abrigo antiaéreo que temos no nosso apartamento. Foi durante o ataque do Irã e praticamente toda a população de Israel se abrigou da mesma forma. Moramos a meio caminho entre Haifa no norte e Tel-Aviv no centro. Neste sentido somos sortudos. Muitos israelenses tem passado muitas horas e noites dentro dos abrigos.

Conclusão

Dizem que nada está tão ruim, que não possa piorar um pouco mais. Depois do nosso revide ao Irã vamos saber se realmente ainda pode piorar.