O projeto neonazista no interior da Pontifícia Universidade Católica e da Universidade Estatual de São Paulo.
Autor: Charles Schaffer, ex aluno, orgulhoso, da PUC de São Paulo, hoje, profundamente decepcionado
Em 1933, na Alemanha Nazista comandada por Hitler, iniciou-se um movimento denominado em alemão de “Säuberung” , “Limpeza” ou “Purga”. Este foi o processo de purificação racial e ideológica nas universidades da Alemanha nazista, com queima de livros, expurgos das artes e da ciência, culminando na expulsão dos professores judeus e na proibição de alunos estudarem nas universidades alemãs.
De forma semelhante, estudantes de índole neonazista se reuniram em assembleia no dia 28 de agosto de 2024, com uma única pauta: “acabar com o sionismo na PUC”. Na USP assembleia deste dia 30 de agosto, também com pauta única “Basta de convênios da USP com universidades israelenses”.
Visando “limpar” e “Purgar” as universidades de judeus sionistas, do sionismo e das influências acadêmicas dos judeus sionistas, no melhor espírito nazista, alunos da PUC e da USP agora adotam o padrão de conduta do Hamas.
Afinal, independente da motivação, se religiosa ou racial, o projeto de extermínio do Hamas não difere muito do projeto da Alemanha nazista, como vemos no seu Estatuto:
O Estatuto do Hamas
(…) O Movimento de Resistência Islâmica aspira concretizar a promessa de Alá, não importando quanto tempo levará. O Profeta, que as bênçãos e a paz de Alá recaiam sobre ele, disse; “A hora do julgamento não chegará até que os muçulmanos combatam os judeus e terminem por matá-los e mesmo que os judeus se abriguem por detrás de árvores e pedras cada árvore e cada pedra gritará: Oh! Muçulmanos, Oh! Servos de Alá, há um judeu por detrás de mim, venha e mate-o.
Assim, vestidos com camisas do Hamas e gritando slogans como “Palestina Livre do Rio ao Mar”, do Rio Jordão ao Mar Mediterrâneo, o que significa a defesa pela extinção do Estado de Israel, este movimento surge como um novo movimento neonazista que, maquiado de antissionista, está tomando forma nestas universidades do Estado de São Paulo.Na semana anterior, quando da convocação à assembleia, estes alunos entraram nas salas de aula, distribuíram panfletos e, em sua trajetória de apologia ao terror e ao terrorismo, estimularam o ódio antissemita, racista e xenófobo.
A perseguição dos alunos judeus dentro de instituições de ensino superior, a aliança ideológica com movimentos fundamentalistas de extrema direita como o Hamas, o Hezbolah e o Irã têm nome: Neonazismo.
Esses alunos chamam de resistência legitima um grupo que estupra adolescentes em um festival de música, classificam de atos legítimos contra Israel a degola de crianças judias e a carbonização de judeus.
Em resumo, aliam-se à pauta do Hamas, do Irã e do Hezbolah para o oriente médio.
Há mais semelhanças que divergências entre o projeto nazista alemão e o projeto de extrema direita islâmica fundamentalista do Hamas, que pretende Califado no oriente médio livre de infiéis, como veem judeus e cristãos.
Em sua defesa estes alunos movidos pelo ódio tentam se justificar dizendo que são apenas antissionistas, de esquerda e que o nazismo é de direita.
Sim, o nazismo é de direita, obviamente. Mas o fato destes alunos se dizerem de esquerda não os transforma em gente de esquerda. Não é a autodeclaração que define se alguém é de esquerda ou de direita.
O fato destes alunos estarem ligados a partidos que se dizem de esquerda, e muitos destes partidos também não são, não os torna gente de esquerda.
A esquerda não é um rótulo, não basta a autodeclaração.
Uma esquerda histórica, e vamos começar com Marx e Lenin, jamais se aliaria a regimes teocráticos, ideologias fundamentalistas, que comandam a morte de gays, apedrejamento de mulheres com suspeita de infidelidade, que submetem mulheres a uma servidão masculina e que pretendem exterminar do mundo infiéis como judeus e cristãos.
Uma esquerda histórica, continuando com Rosa Luxemburgo e Trotsky, jamais se aliaria a grupos fundamentalistas como o Hamas que, tal como o Estado Islâmico, pretendem dominar e fundar um califado islâmico no oriente médio exclusivamente para muçulmanos sunitas e mais ninguém.
Uma esquerda histórica, não esquecendo de Gramsci e Wilhelm Reich, jamais aceitaria regimes que, por sua superestrutura, impusessem uma moralidade opressora, tolhendo a liberdade de criar, a liberdade sexual, e a liberdade de consciência.
Não, estes alunos, nesta empreitada antissemita, xenófoba e racista, nada tem de esquerda.
Têm, na verdade, índole nazista. Agem, falam e se comportam como nazistas.
Como dizia o saudoso Leonel Brizola se pudesse observar este projeto neonazista que se instalou nestas universidades paulistas: afinal, tem rabo de porco, focinho de porco, barriga de porco, como não é porco?