A recente decisão do Tribunal Internacional de Justiça em Haia, em resposta às acusações da África do Sul de genocídio cometido por Israel em Gaza, toca profundamente em questões que são vitais para todos nós que acompanhamos os desenvolvimentos políticos e éticos no cenário global. Como alguém que fez aliyah para Israel, observo de perto e com preocupação as ações do governo israelense, especialmente sob a liderança de Benjamin Netanyahu e sua coalizão de extrema-direita.

Netanyahu, um líder hábil, mas frequentemente polarizador, guia nossa nação por águas complexas de diplomacia internacional e direitos humanos. Suas políticas, principalmente em relação a Gaza e aos Territórios Ocupados, são frequentemente criticadas por agravar as tensões e alimentar ciclos de violência. O Tribunal Internacional de Justiça, ao se abster de acusar Israel de genocídio, não exime nosso Estado, mas emite uma advertência séria. Para mim, isso destaca a necessidade urgente de uma abordagem mais equilibrada e humana, reconhecendo a complexidade do conflito e enfatizando a importância dos direitos humanos e da lei internacional.

A questão central aqui não é se Israel cometeu genocídio, mas como as ações do nosso governo sob a liderança de Netanyahu são percebidas e impactam o cenário internacional. As políticas agressivas de Netanyahu, especialmente em Gaza e nos Territórios Ocupados, e as declarações inflamatórias de alguns membros do governo exacerbam as tensões e mancham a imagem de Israel no mundo. A decisão do tribunal reflete um crescente descontentamento internacional com a abordagem de Netanyahu, vista por muitos como desproporcional e insensível às complexidades e ao sofrimento humano inerente ao conflito israelense-palestino.

Vejo a decisão do Tribunal Internacional de Justiça não apenas como uma questão legal, mas como um reflexo do isolamento crescente de Israel sob a liderança de Netanyahu. As ações e políticas do nosso governo, especialmente em Gaza e nos Territórios Ocupados, parecem contraproducentes, na minha opinião, minando os esforços para uma solução pacífica e justa do conflito. A ironia é que, ao tentar fortalecer a posição de Israel, Netanyahu pode estar inadvertidamente enfraquecendo-a.

Chego à conclusão de que a decisão é um momento crucial e um chamado à reflexão e reconsideração das políticas de Israel sob Netanyahu. É uma oportunidade para nosso governo reavaliar sua abordagem e buscar um caminho que proteja os interesses de segurança, mas também esteja alinhado com os princípios de direitos humanos e justiça. O desafio para Netanyahu e sua coalizão é encontrar esse equilíbrio, entre a segurança nacional e as obrigações éticas e legais.

Pessoalmente, questiono se é realista esperar empatia de um grupo que consistentemente demonstra posturas extremas e insensíveis. Acreditar na capacidade de um governo de extrema-direita de abraçar a empatia e a compreensão humanitária parece ingênuo e potencialmente perigoso, arriscando o futuro de nossa nação e seu povo.

Essa reflexão me leva à conclusão inescapável da necessidade de eleições. Eleições que permitam ao povo de Israel expressar sua voz, reavaliar o caminho que nossa nação está seguindo e, talvez, redirecionar o curso da nossa história. As eleições emergem não só como um mecanismo democrático de mudança, mas como um imperativo ético, uma resposta à urgência de um momento crítico.

Enfrentando a realidade de um governo que tem mostrado uma tendência para posturas extremas e insensíveis, vejo a esperança e o futuro nas mãos do povo de Israel, na sua capacidade de escolher um novo caminho através do voto. Acredito que, por meio desse processo democrático, nossa nação pode aspirar a um futuro onde a empatia, a justiça e a paz sejam não apenas ideais distantes, mas realidades tangíveis no palco mundial.

Arquivo pessoal Foto de Abigail Fidler

Gilboa Israel