Na narrativa dos antissemitas, os primeiros habitantes da Palestina não têm o direito de ali estar. Para eles, a história da região só começa com a Nakba, a catástrofe do êxodo de 600 mil palestinos, em 1948. Uma história contada por um único lado, já que na época 850 mil judeus foram expulsos dos países árabes onde moravam. O que aconteceu com estas centenas de milhares de judeus parece não ter a menor importância. Esta foi a forma encontrada pelos antissemitas para “explicar” que Israel é fruto de uma ideologia colonial e racista. É de uma má fé sem limites! Os judeus são o povo mais discriminado dos últimos 3 mil anos.
O discurso da esquerda radical não difere daquele que condenou o capitão Dreyfus por alta traição, em 1894, pelo fato de ser judeu. É o prosseguimento lógico do antissemitismo do século XIX.
Em nome do combate ao Ocidente, alia-se com os terroristas do Hamas, da Jihad Islâmica, do Hezbollah, dos houthis com os teocratas do Irã e do Catar, com os ditadores de outros tantos países que não ficariam tristes em ver Israel desaparecer do mapa.
Ao contrário do que afirmam os anti-sionistas, o antissemitismo prova, como se preciso fosse, a necessidade vital de existência de um Estado judaico. Os judeus têm o direito de viver em sua terra ancestral. Tanto a extrema-esquerda quanto a extrema-direita tem de se dar conta dessa realidade.
Israel tem o direito de existir, assim como a Palestina, em paz, cooperação, soberania, dentro de fronteiras seguras e reconhecidas internacionalmente. Os colonatos têm de ser abandonados. As negociações, sem Netanyahu e seu governo, precisam começar no dia seguinte ao cessar-fogo. Serão difíceis, provavelmente longas, porém imprescindíveis.