É impressionante a quantidade de “sem noção” que participaram dos atos terroristas em Brasília. Olhando os vídeos e as fotos se destacam gente comum, tiazinhas do WhatsApp, casais de meia idade, todos eles em atitudes que nunca sonharam se encontrar.

Vejo eles dizendo que estão lá para lutar pela liberdade, contra o ladrão, contra o aborto, contra o comunismo a legalização das drogas. Pessoas que acreditam realmente nesta agenda apócrifa sem base alguma na realidade.

Estas pessoas eram solitárias e agora encontraram uma espécie de família acolhedora, um propósito de vida. Deram a elas um objetivo, de salvar a pátria e elas assumiram como uma missão divina. Eram invisíveis na sociedade e agora circulam nas redes sociais como heróis e heroínas.

Este fenômeno sociológico foi aproveitado por um grupo de golpistas que financiam esta gente. Uma vez convertidos para a causa, são alimentados e pagos para permanecerem em acampamentos, fecharem rodovias e agora invadirem os prédios símbolos da democracia. Eles agora têm a importância e a relevância que nunca tiveram antes em suas vidas medíocres.

Se de parte da sociedade que defende a democracia eles merecem somente desprezo e repúdio, da outra, são vistos como destemidos defensores dos bons costumes. E nesta parte da sociedade as informações são de que seus esforços não são em vão e que eles representam o baluarte dos desígnios da nação, em nome de Jesus.

Acreditam piamente que seus atos vão trazer de volta Bolsonaro ao poder. Não medem consequências e mal sabem o que os aguarda quando o braço forte da justiça cair sobre eles. Vão responder a processos que podem determinar muitos anos de prisão além de responsabilidades pelo pagamento dos prejuízos causados ao erário público.

As atitudes desta horda envergonharam a nação. Seus crimes não ficarão impunes, mas nada disto será suficiente. É preciso ir a fundo, encontrar os meios para impedir que a mensagem continue sendo enviada. Temos de combater as Fake News também de maneira científica. Empregar meios que impeçam a propagação de notícias enganosas e manipuladoras.

O que assistimos ontem a noite foi o desfecho de uma ação ordenada e coordenada. O planejamento ocorreu com muita antecedência e jamais teria acontecido da forma como vimos sem a participação de autoridades coniventes. Toda rede bolsonarista é monitorada pelos serviços de inteligência das polícias estaduais, pela polícia federal e pela Abin. Estes monitoramentos produzem informes reservados que seguem para as chefias dos órgãos de segurança, secretários de segurança e governadores. Todos estavam cientes.

O governador afastado do DF, Ibaneis Rocha, seu secretário de segurança pública exonerado, Anderson Torres, além do comandante-geral da PM, coronel Fábio Augusto, devem ser responsabilizados diretamente pelos atos antidemocráticos. Foram eles os principais articuladores de tudo o que aconteceu.

Nenhum ônibus foi impedido de chegar, os terroristas foram escoltados pela PM até a praça dos 3 poderes onde uma dúzia de policiais fazia a “segurança” do local. Se passou cerca de uma hora e meia até que uma ação tímida das forças de segurança tomasse alguma atitude. Enquanto isso, policias conversavam animadamente com os vândalos.

Além deles, os financiadores que pagaram pelo envio dos ônibus lotados de golpistas, mais os parlamentares que incentivaram os atos, todos precisam ser responsabilizados. Ninguém pode ficar impune.

Hoje o país vai acordar literalmente juntando os cacos do que foi destruído ontem. Até mesmo obras de arte foram vandalizadas. O prejuízo em cada prédio será de milhões, muita coisa irrecuperável. Um dia de enorme tristeza para uma país que acaba de se livrar de um fascista e realizar uma eleição que trouxe de volta o presidente com o maior índice de aprovação de governo da história.

Levanta Brasil, fascistas não passarão.