Quase todo mundo já escutou falar de estelionatários, popularmente chamados de 171. São sociopatas com a capacidade de tirar o que desejam de pessoas sem uso de armas de qualquer tipo, apenas com sua persuasão.
São muitos os golpes conhecidos aplicados por eles. O que existe em comum, não importa a modalidade, é o fato deles oferecerem algo muito importante, muito valioso, em troca de algo relativamente muito menos considerável. Por exemplo, um prêmio da Sena de um milhão de reais, em troca de dez mil reais. Quem entregar os dez mil, nunca vai ver uma única nota do milhão.
Este é também o modus operandi de quem fabrica uma Fake News. Ele oferece uma grande notícia, daquelas que todos os meios de imprensa do mundo estão tentando esconder de você, e em troca, pede apenas que a passe adiante. Você se sente especial, único, o escolhido e imediatamente envia aquela bobagem para toda sua lista de amigos.
Existe também o estelionato jornalístico. Ele acontece quando, por exemplo, um jornalista publica uma entrevista com alguém que nunca falou com ele. Também é chamado assim quando o jornalista comete plágio, simplesmente copia e cola o trabalho de um colega substituindo seu nome pelo dele.
A pergunta aqui é simples: você confiaria em um estelionatário?
Bem, então vamos falar de um. Este é famoso na esquerda e conhecido por manifestações antissemitas. Não é o único, não será o último, mas é preciso destacar em virtude do texto que vamos tratar.
Esta semana, aqui no Brasil247 foi publicado um artigo com um título interessante de engrandecer novamente o nazismo. No momento em que se escuta falar de nazistas na Ucrânia, com o Batalhão Azov e na Rússia com o Batalhão Sparta, um artigo destes chama nossa atenção. Neste caso ele se ateve, por objetivos óbvios, que vou destacar mais adiante, apenas ao primeiro.
Antes de adentrar ao artigo, preciso falar algumas palavras sobre o autor. Confesso que me é custoso usar de argumentos da linha de raciocínio dele, mas terei de fazê-lo em nome da coerência intelectual.
Explico: o autor aceitou a fala de um deputado do partido neonazista alemão AfD para justificar a invasão russa a Ucrânia. Ele também louvou as palavras de um general americano de extrema direita, em uma entrevista na Fox News, a mídia mais fascista dos Estados Unidos.
Neste caso, me mantendo na mesma linha, vou usar dois documentos mencionados na Wikipédia que o mencionam produzidos pelo Departamento de Estado Americano.
“O primeiro documento em que Escobar é referenciado, chamado Pillars of Russia’s Disinformation and Propaganda Ecosystem (‘Pilares do Ecossistema Russo de Desinformação’), é uma análise detalhada do esquema desinformacional e propagandístico russo, suas principais mídias e participantes – incluindo Escobar, que é citado quatro vezes. Dos sete sites de análise geopolítica citados no dossiê como propagadores de mentiras à mando do Kremlin – The Strategic Culture Foundation, Global Research, News Front, SouthFront Katehon, Geopolitica.ru e New Eastern Outlook -, Escobar escreve, já escreveu ou é republicado em seis deles. Mesmo sem publicá-lo, já que é um jornal acadêmico e não jornalístico, o New Eastern Outlook rasga elogios ao brasileiro (“analista geopolítico perspicaz”).
Ainda de acordo com o mapeamento feito, narrativas falsas seriam geradas pelo governo russo, desenvolvida por analistas e jornalistas em publicações financiadas por eles e posteriormente disseminadas por um ecossistema midiático composto de meios mais populares como RT, Sputnik, publicações locais nos países alvo e perfis falsos em redes sociais. O mesmo argumento seria desenvolvido em mais profundidade em um segundo dossiê, Kremlin-Funded Media (‘Mídia financiada pelo Kremlin’), no qual Escobar também é citado. A análise é corroborada pelo Centre for the Analysis of the Radical Right (Centro de Análises da Direita Radical).
Tal rede teria grande influência em narrativas desenvolvidas no campo político da extrema-direita mundial. Refletindo essa ligação, Escobar torna-se amigo pessoal do filósofo ultradireitista Aleksandr Dugin, conselheiro do mandatário russo Vladimir Putin e principal ideólogo por trás da anexação da Crimeia e do recente expansionismo russo. “Somos amigos, nos encontramos. Quando em Moscou, vou ao escritório do Dugin. Quando ele não está, falo com a sua filha, Daria, que é bárbara e me põe a par de tudo que acontece”, diz o jornalista.”
Foi preciso mencionar estes trechos da Wikipédia para explicar parte do teor do artigo. Assim vai ficar mais fácil compreender o que o autor tentou dizer em seu artigo. Ele dá a entender que a Ucrânia se tornou nazista depois que o Batalhão foi incorporado as forças de segurança do país.
Este Batalhão teria sua base ideológica em Stepan Bandera, um ultranacionalista ucraniano que se aliou aos nazistas para tentar libertar a Ucrânia do jugo soviético durante a segunda guerra. Seus discípulos e atuais comandantes desta milícia seriam, consequentemente todos nazistas.
A Rússia, por sua vez, estaria em uma missão na Ucrânia para libertar o país destes nazistas. Sim, uma vez que este grupo foi aceito, de alguma forma, todos se tornaram nazistas e eles precisam ser libertados deles mesmos.
Para o autor, agora um compreensível adepto da russofilia, que serve aos interesses de Putin, é preciso deixar claro que seu patrão está tentando desnazificar a Ucrânia. Está mesmo? Incrivelmente ele mesmo confessa com suas palavras de que isto não existe: “O nazismo, portanto, não é exatamente a mesma coisa que o fanatismo banderanista: trata-se, na verdade, de ideologias rivais.
Portanto, quando Putin e as lideranças russas falam de nazismo ucraniano, eles talvez não estejam sendo 100% corretos em termos conceituais, mas o fato é que esse termo cala fundo em todos os russos.”
Em outras palavras o autor diverge dele mesmo.
O autor menciona cerca de 20 pessoas em seu artigo por seus nomes. Mas apenas 3 delas são qualificadas, e como judias:
“Quando Putin denunciou que “um bando de neonazistas” estava no poder em Kiev, o comediante respondeu que isso era impossível porque ele era judeu. Bobagem. Zelensky e seu patrono Kolomoysky, para todos os fins práticos, são sio-nazistas.
“Juntamente com o agente secreto da OTAN Dmitro Yarosh, Biletsky fundou o Pravy Sektor, financiado pelo chefão da máfia ucraniana e bilionário judeu Ihor Kolomoysky (que mais tarde apadrinharia a meta-conversão de Zelensky de comediante medíocre a presidente medíocre).
Foi ninguém menos que a sinistra distribuidora de biscoitos em Maidan, “F*da-se a UE” Nuland que sugeriu a Zelensky – ambos, por sinal judeus ucranianos – que nomeasse o nazista Yarosh como consultor do Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Ucranianas, o General Valerii Zaluzhnyi”
De quem vem essas ilações antissemitas sugerindo que estes judeus seriam nazistas? Vamos voltar a Wikipédia. Lá ficamos sabendo que o autor foi demitido de vários órgãos de imprensa por plágio! Mais ainda, a gente descobre que ele escreveu aqui mesmo no Brasil247 a favor da Hidrocloroxina tecendo elogios ao infectologista francês Didier Raoult. Nas palavras dele: “Ninguém conhece mais sobre doenças transmissíveis no mundo do que ele [Raoult]. Se ele está dizendo que [a cloroquina] funciona, você pode aplicar isso no mundo inteiro”
Guardei o melhor para o fim. Lembra do fabricante de Fake News, uma forma de estelionato: ele escreveu textos insinuando que os Estados Unidos seriam a origem do vírus da COVID-19, que teria saído do Instituto de Pesquisa Médica de Doenças Infecciosas do Exército dos EUA, em Fort Detrick, Maryland, sendo posteriormente levado à China nos Jogos Mundiais Militares de Wuhan de 2019. Copie e cole no seu WhatsApp e mande para todos seus amigos esta informação super, ultra secreta. Já viu isto em algum lugar?
Quando ele traz o termo sio-nazistas quer dizer que sionismo e nazismo sejam a mesma coisa. Esta é uma ofensa inominável a qualquer judeu. Todos nós carregamos a lembrança do Holocausto. Somente antissemitas fazem uso desta expressão.