há uma certa beleza e há encanto
nessas Mulheres que se vestem,
assim, de vermelho e, no entanto,
sem pressa, em prazer, se despem
nos corredores, bibliotecas, Cafés…
e levantam os braços em vitória,
e lutam, e dançam sobre os pés
como quem levita e faz história;
e, quando em preto, há poesia plena
na delicadeza dos toques em vermelho:
porque há luta sem ódio – luta serena,
luta constante de quebrar o espelho:
é vida somente de beleza preto-rubra
e, pois, que eu viva e ela se descubra
sempre, em cada rua, avenida, praça, vila, barro, sol e chuva,
com uma canção de amor – nenhum hino, marcha, ódio e grito
caminhando pelos mesmos sonhos: pra todos, o pão e a uva,
sem qualquer opressão, morte, choro, dor e espírito aflito…
© Pietro Nardella Dellova, 2010
Imagem “Sappho”, 1877 by Charles Mengin