São cabeças envoltas em nuvens de algodão

Tantos sonhos esquecidos

Lembranças que se perdem

Outras tantas que insistem em ficar

Fragmentos de experiências vividas

De dores sufocadas

Cicatrizes profundas

O retorno ao ventre materno

A mão daquele pai

O aconchego do esposo

E a mãe que espera pelos filhos

Com a certeza de que eles virão

E elas serão salvas por essas mãos

Mãos de um amor guardado

Esperança que não desvanece

Uma espera que nunca termina

A cama que mesmo quente, não e a sua

É como se elas caminhassem pelas ruas

No vento gelado

No orvalho que umedece

E em lágrimas viscerais

Recolhem-se à posição fetal

Buscam nas memórias uterinas

O calor para esse frio final.