Bolero
Prezada Amália ,
Fiquei surpresa ao encontrar seu” pedido de Amizade” no Facebook.
E me veio a dúvida, se foi um ato consciente ou foi uma distração sua clicar naquele botão.
Embora nunca a tenha encontrado pessoalmente,você não é uma desconhecida
para mim.
Dando uma vista de olhos no Facebook, posso saber que você fez carreira universitária , é autora de obras de prestigio e construiu uma bela família ,na cidade onde mora.
Percebo igualmente, que compartilhamos posições políticas, de oposição à onda fascista que assola nosso país.
Porém  isso não é tudo: Lá no distante passado,nossos destinos já se cruzaram, numa trama inquietante, com toques de novela mexicana.
Naqueles dias, um certo jovem, muito dedicado à profissão e bastante confuso sentimentalmente ,colocou na minha e na sua testa (ou vice versa) uns belos chifres!
Ele nos traía uma com a outra e ,como se não bastasse, com uma terceira, quarta ou quiçá quantas moçoilas atraídas por sua virilidade!
A mim,ele contava que era separado da esposa.
O que ele contava a você, só vocês dois podem saber…
Esse episódio rocambolesco, veio subitamente à tona, quando me deparei esses dias , com seu pedido no meu Facebook.
Ha muitas décadas, o afoito galã do melodrama, sumiu da minha vida. Mas, na sua ,ele continua  presente , com papel de destaque!
Por tudo isso, Amália,  e sobretudo porque –  eu Cloé – sou avessa a situações ambíguas ,
é  que não me sinto confortável, em aceitar sua Amizade, sem antes colocar na mesa os fatos acima relatados.
Cabe agora a você decidir se deseja mesmo iniciar Amizade comigo.
Sinceramente
Cloé