Precisamos falar dos palestinos

Quem ainda se importa com o destino dos palestinos em meio a pandemia do Covid-19? Mesmo antes, quem ainda se preocupava com o destino deste povo que vive a 52 anos sob ocupação israelense e luta por sua autodeterminação?

Recentemente o presidente Trump apresentou um plano de paz para o conflito israelense-palestino. Um plano amplamente favorável a Israel em todos os aspectos. Implementado, criaria um Estado Palestino dentro do território de Israel, exatamente como aqueles estados fantoches na África do Sul do Apartheid.

Sem nenhum apoio, além dos proprios americanos, o plano permite a Israel anexar territórios historicamente destinados ao Estado Palestino, ou o que restou da Partilha em 1948. Conhecidos como Cisjordânia e Gaza, estas terras pertencem aos palestinos e, parte delas, vem sendo sistematicamente ocupadas por colonos Israelenses ao longo dos anos. Colonos que tomaram inclusive bairros de Hebrom, uma cidade palestina que já foi uma cidade judaica na antiguidade.

No recente acordo entre partidos que permitiu a criação do atual governo depois de 3 eleições seguidas, o tema da anexação de territórios foi discutido. Benjamin Netanyahu quer que ele comece a ser implementado dia primeiro de Julho. Vale aqui dizer, que estamos aqui em Israel em meio a segunda onda do Covid-19. Nesta última semana foram em média, mais de 100 novos casos diários depois da abertura das escolas.

Os países europeus estão dividios, mas todos advertem Israel das sérias consequências desta atitude. Parte deles já fala abertamente em sanções econômicas. Cerca de 35% das exportações israelenses vão para o Mercado Comum Europeu. Vistos podem passar a serem negados para cidadãos israelenses e outras medidadas mais são esperadas.

Com todo o mundo preocupado com o estado de suas economias e como sair desta pandemia, o problema palestino vai caindo no vazio. Nada se escuta da Rússia ou da China, por exemplo. Um silencio assustador.

Israel parece desconhecer a existência do continente europeu e lhes dá pouca, ou nenhuma importância. Netanyhau prefere seguir somente seu mestre americano. Segundo ele, Trump é o presidente americano mais pró-Israel de todos os tempos. Por isso, este momento deve ser aproveitado para realizar tudo o que a direita israelense sonhou, a anexação de Yheudá e Shomron, os nomes hebraicos para a Cisjordânia.

Isto não significa dar aos palestinos a cidadania israelense. A ideia é de que a população decida abandonar seus lares e suas terras com o passar do tempo, como se isto fosse plausível. Se tornariam apátridas.

Na realidade, o que já se espera é uma nova Intifada, um novo levante palestino que vai resultar em inúmeras mortes dos dois lados. Desta vez, uma revolta com data para começar, uma tragédia anunciada. Se nada for feito para impedir Israel, será um banho de sangue.

O tempo urge ações urgentes para mostrar que nenhum habitante deste planeta, com senso de justiça, concorda com esta ação insana. Um abaixo assinado está criado e pode ser assinado aqui: . Uma pequena contribuição que cada um de nós pode dar.

Os palestinos não podem ser esquecidos.