Para instaurar oficial e definitivamente o desvario filho do cruzamento do nonsense com a desvergonha, em 2014 veio o golpe branco, terminando por liquidar a pseudo democracia que enchia a boca e os bolsos dos políticos corruptos de todos os partidos e as arcas dos jornais coniventes, usando sabe-se lá qual algoritmo para imbecilizar/idiotizar/hipnotizar a uma parte considerável da classe média que – a exemplo do ocorrido nos idos de 64 – caiu na armadilha, tropeçando na mesma pedra.

Aí chegaram Temer e Moro, instalando no poder a brutal ilegalidade de aceitar a delação de criminosos em busca de prisão domiciliar como prova irrefutável para condenar os adversários políticos do Establishment, atapetando com tal proceder o caminho para a chegada triunfal do fascismo Bolsonariano mais esdrúxulo e pré-histórico, com a indispensável colaboração da classe média – como em 64 – e que o tempo com certeza fará que ela se arrependa desse apoio venal– como também aconteceu após 64.

E o golpe branco tingiu de verde os gabinetes do poder. Generais falando sobre psicologia; coronéis dando aula de democracia; analfabetos preparando os currículos escolares; e o hino e a pátria e deus acima de tudo e de todos. E a vida começa na concepção; e o aborto é coisa do diabo, e outras imbecilidades semelhantes.

Sim, quem criou o algoritmo que conseguiu transformar seres pensantes em idiotas teledirigidos, merece o Nobel da maldade. E a Globo, que instrumentalizou e implementou o uso massivo desse maldito algoritmo já está sendo castigada pelo fascismo que ela ajudou a tomar o poder.

Mas a vida me ensinou que nada melhor do que um dia depois do outro. Assim foi no passado. Assim sera no futuro. Quem viver, o verá.

Bruno Kampel