Terminal urbano
Paçoca, pipoca e cocada;
Criança peralta, moça bonita e catraca;
A fumaça que abate os pobres pulmões
Invade o ar
Como estes perfumes de moça.
Pessoas afadigadas entram e saem
Em grandes caixotes de metal
Com seus corpos cambaleantes
E ossos cansados,
Amontoa-se todos nestes caixotes motorizados
Umas chegam de muito longe
Outras não vão a lugar nenhum
Neste vaivém do terminal urbano
O homem da cocada passa gentilmente
Oferecendo os seus doces
Para os paladares amargos dos passageiros
Cada qual ao seu modo diz não
E talvez sim,
Cada qual carregando seus sentimentos
Quem saiba segredos, sonhos,
E talvez sorrisos disfarçados.