Escrevo-lhe novamente para expressar minha profunda preocupação com sua recente comparação entre as ações de Israel em relação aos palestinos e o Holocausto. Acredito que essa comparação é profundamente equivocada e perigosa, e gostaria de apresentar algumas razões para que reconsidere sua posição, mesmo sabendo da sua insistência nesta ignomínia.

O Holocausto, a perseguição e o assassinato sistemáticos de seis milhões de judeus pelo regime nazista e seus colaboradores, foi um evento singular na história da humanidade. Sua brutalidade, a escala da matança industrial e a ideologia que o motivou o distinguem de qualquer outro genocídio. Por esta razão recebeu um nome que identifica única e exclusivamente este evento.

Por favor, me esclareça, onde e quando o governo de Israel se reuniu para determinar o fim do povo palestino, ou dos que vivem em Gaza. Diga-me, por favor, quem são os responsáveis por ordenar a eliminação física dos habitantes de Gaza.

  1. Escala e Sistematização:

O Holocausto foi um genocídio industrializado, com o objetivo de exterminar um grupo inteiro de pessoas de forma rápida e eficiente. Os nazistas utilizaram campos de concentração e extermínio para assassinar milhões de judeus, utilizando métodos como gás venenoso, fuzilamentos e trabalho forçado. A escala da matança e a sistematização com que foi realizada são sem precedentes na história.

Caro Presidente Lula, aponte, por favor, os Campos de Concentração e Extermínio que foram criados em Gaza.

  1. Alvo Específico:

O Holocausto foi direcionado a um grupo específico de pessoas, os judeus, por motivos raciais e ideológicos. Os nazistas acreditavam que os judeus eram uma “raça inferior” e uma ameaça à Alemanha. Essa ideologia de ódio e intolerância alimentou a perseguição e o assassinato sistemático dos judeus.

Entendo que você, caro Presidente, tenha em mãos documentos que comprovem a determinação de Israel de aniquilar por completo o povo palestino, ou ao menos daqueles que vivem em Gaza. Mostre-os ao mundo.

  1. Desumanização e Anulação da Identidade:

Os nazistas desumanizaram os judeus, privando-os de seus direitos civis e de cidadania, forçando-os a viver em guetos e campos de concentração, e tatuando números em seus braços para identificá-los. Essa desumanização foi fundamental para o extermínio em massa que se seguiu.

Entendo que você, Presidente Lula, tenha recebido com exclusividade fotos e documentos que mostram palestinos com números tatuados em seus braços. O mundo precisa ver isto, que tal divulgá-las?

  1. Negação e Falsa Equivalência:

O Holocausto é frequentemente negado ou minimizado por aqueles que desejam apagar sua história e culpa. É importante lembrar que o Holocausto foi um evento real e que negar sua existência é uma forma de antissemitismo. Além disso, é importante evitar comparações superficiais do Holocausto com outros eventos históricos, pois cada genocídio possui suas próprias características e contexto.

  1. Falta de Comparabilidade:

O Holocausto foi um genocídio sistemático que resultou na morte de seis milhões de judeus. A perseguição nazista aos judeus foi motivada por um ódio racial e ideológico profundamente enraizado. Em contraste, o conflito israelo-palestino é um conflito político complexo com raízes históricas e religiosas. É importante reconhecer a dor e o sofrimento de ambos os lados do conflito, e evitar comparações simplistas que não reconhecem a complexa realidade da situação.

  1. Desumanização e Negação:

A comparação entre Israel e o Holocausto corre o risco de desumanizar os israelenses e negar a história real do Holocausto. É importante lembrar que o povo judeu é um povo com uma longa história e uma rica cultura. Eles têm o direito de viver em paz e segurança, assim como qualquer outro povo em seu Lar Nacional.

  1. Exploração do Holocausto para Fins Políticos:

A comparação entre Israel e o Holocausto é frequentemente utilizada por aqueles que desejam demonizar Israel e deslegitimar seu direito à autodeterminação. É importante evitar a instrumentalização do Holocausto para fins políticos, e reconhecer a importância de um diálogo construtivo e pacífico para a resolução do conflito israelo-palestino.

  1. Lições do Holocausto:

O Holocausto nos ensinou a importância de combater o ódio, a intolerância e o racismo. É fundamental que aprendamos com as lições do Holocausto e trabalhemos para construir um futuro livre de genocídios e outras atrocidades.

9. Lições para o Futuro:

O Holocausto serve como um lembrete constante dos perigos do ódio, da intolerância e do racismo. É fundamental aprender com as lições do Holocausto para combater todas as formas de discriminação e prevenir que crimes como este se repitam no futuro.

Conclusão:

O Holocausto foi um evento singular na história da humanidade. Sua escala, sistematização, alvo específico, desumanização e negação o distinguem de qualquer outro genocídio.

Infelizmente, parece que sua visita ao Yad Vashem, o Museu do Holocausto em Israel, foi esquecida. Nada, Presidente Lula, mas nada mesmo se compara ao Holocausto.

Acredito que sua comparação entre Israel e o Holocausto é profundamente equivocada e perigosa. É importante reconhecer a complexa realidade do conflito israelense-palestino e evitar comparações simplistas que não reconhecem a dor e o sofrimento de ambos os lados.

Convido-o a reconsiderar sua posição e a se unir à comunidade internacional na busca por uma solução pacífica e justa para o conflito israelense-palestino.

Atenciosamente,

Mauro Nadvorny