Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, até 06 de novembro, 10.022 palestinos foram mortos na Faixa de Gaza por ataques israelenses desde o início da guerra, em 7 de outubro, dos quais 4.104 eram crianças.

Neste caso estamos falando de cerca de 6.000 adultos. Estes números são informados pelo Hamas que é quem governa a Faixa de Gaza. Nenhuma fonte independente confirma estes números.

Não vou entrar diretamente no mérito de quantas pessoas já teriam sido vítimas desta guerra em Gaza, mas gostaria de levantar algumas dúvidas referentes aos números que são apresentados. Não sem antes afirmar que sinto muito por todas as vítimas inocentes.

Todos lembram do Hospital que supostamente havia sido bombardeado por Israel e causado a morte de 500 pessoas. O local da queda do foguete do Hamas ainda estava em chamas quando o número de vítimas já era divulgado. Então é preciso ter cuidado com estes informes. Ao final soube-se que o foguete caiu no estacionamento causando a morte de 12 pessoas.

Pelo lado do Hamas existem algumas listas de nomes que também foram divulgadas. Os órgãos de segurança de Israel compararam os nomes com listas divulgadas em 2014 e 2020 e encontram uma enormidade de nomes iguais. As mesmas pessoas vêm “morrendo” há vários anos.

Israel está caçando membros do Hamas. Todas as missões visam atingir o maior número de membros da organização. Estranhamente o grupo não divulga quantos de seus membros já morreram. Portanto, se fosse correto a informação de 6.000 adultos, quantos seriam do Hamas?

Do lado israelense os números correspondem a nomes. Todos os soldados caídos desde a invasão do Hamas, tiveram seus nomes divulgados. São até o momento 326. Já o número de civis é de cerca de 1.400.

Israel tentou de todas as maneiras possíveis fazer com que os civis se deslocassem para o sul para sua própria proteção. Nem todos o fizeram e a maior parte dos civis que morreram até agora, são aqueles que optaram por permanecer na zona de guerra. Seria perfeitamente compreensível que a maioria das famílias com filhos tivessem ido para o sul. Portanto provavelmente não faz o menor sentido de que 4.104 crianças tenham morrido.

Não existem equipamentos suficientes para vasculhar os prédios que são bombardeados, muito menos a menor possibilidade de salvar quem estiver soterrado debaixo de toneladas de concreto. Não há sequer como saber com certeza quantas pessoas havia ali. Portanto a contagem dos mortos é pura especulação. O prédio atingido poderia estar vazio, semi-ocupado, mas dificilmente todo ocupado.

Uma importante fonte de segurança israelense disse em 04/11/2023 que desde o início da guerra, 20.000 pessoas foram mortas por ataques das FDI na Faixa de Gaza – a maioria delas terroristas. A fonte observou que centenas foram mortas no colapso dos túneis terroristas. na Faixa de Gaza, e que a pressão sobre o Hamas está aumentando. “Só quando sentirem a espada no pescoço. Eles vão oferecer um acordo para libertar os raptados, para salvar as suas peles”, disse ele.

O número do Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas, é cerca de metade do número alegado pela agência de segurança. Além disso, e contrariamente às suas palavras, afirmaram que em Gaza 70% dos mortos eram mulheres e crianças. O alto funcionário de segurança destacou que em cada um dos ataques das FDI a um dos túneis terroristas na Faixa de Gaza, entre 50 e 100 pessoas são mortas, e tendo em conta as centenas de ataques desde o início da guerra, há até estimativas do número de mortos superiores a 20 mil.

Para fins de comparação, de acordo com as últimas informações disponíveis, até o dia 6 de novembro de 2023, a estimativa de militares ucranianos que já morreram na atual guerra com a Rússia é de 70 mil. Esse número é baseado em estimativas de autoridades americanas, citadas pelo jornal The New York Times.

De acordo com a ONU, até o dia 6 de novembro de 2023, o número de mortos civis na guerra na Ucrânia é de 9.177. Esse número inclui homens, mulheres e crianças.

A ONU estima que o número real de mortos civis possa vir a ser muito maior, pois muitas mortes não são registradas.

Se o número de civis ucranianos mortos fosse então 10.000, estamos falando de uma proporção de 7 soldados para cada civil. Se aceitarmos uma proporção para Gaza de 5 para 1 devido a densidade populacional, tomando em conta que foram mais de 10.000 terroristas mortos até agora no total de 20.000 anunciado pela fonte israelense, o número total de civis seria menos de 2.000 incluindo homens, mulheres e crianças. Mortes que poderiam ter sido evitadas se o Hamas tivesse uma rede de proteção para os habitantes de Gaza, e não apenas para seus membros. Ou se estas famílias tivessem ido para o sul conforme instruídas pelo exército israelense.

Obviamente estes números não são exatos. Numa situação de guerra a contagem é extremamente complicada, mas nos dão uma ideia da disparidade dos números informados pelo Hamas em um mês de guerra, quando comparados com aqueles em uma zona de guerra há 1 ano e 9 meses.