Nas palavras imortais de Immanuel Kant, “A ingratidão é a essência da vileza.” Um exemplo marcante dessa afirmação surge nos corredores opulentos dos hotéis Mamilla e David Citadel, em Jerusalém. Propriedade de Alfred Akirov, esses estabelecimentos fecharam suas portas para os cidadãos israelenses deslocados pela agonia do conflito, citando uma “falta de mão de obra” como justificativa. Essa alegação é tornada ainda mais intrigante pela oferta explícita do Ministério do Turismo de ajudar na contratação de funcionários—uma oferta que foi recusada.

Devemos analisar essa narrativa com um olhar crítico. No trágico cenário da guerra, outros hotéis e redes de alta reputação comprometeram-se a abrigar os necessitados, mesmo ao custo de tarifas reduzidas. Empresas como Isrotel, Fattal e entidades globais como Hilton e Accor estabeleceram um padrão de responsabilidade corporativa e solidariedade nacional. Esse esforço coletivo sublinha o contraste gritante da decisão de Akirov—uma escolha que efetivamente mina o esforço coletivo para enfrentar uma crise humanitária.

Para contextualizar ainda mais, o setor de hospitalidade está longe de ser esgotado em termos de mão de obra. A guerra levou ao fechamento temporário de vários negócios, deixando uma força de trabalho prontamente disponível que poderia facilmente atender às necessidades de pessoal dos hotéis de Akirov. Aparece que a proclamada “falta de mão de obra” serve menos como uma barreira logística e mais como um véu, obscurecendo os contornos de um motivo mais insidioso: a ganância.

Baseando-me na minha expertise em marketing, quero enfatizar um ponto crucial frequentemente defendido por líderes de pensamento como Simon Sinek: “As pessoas não compram o que você faz; elas compram o porquê você faz.” O valor de uma marca não está limitado à sua opulência material; está profundamente conectado ao seu impacto social positivo. Neste caso, a decisão de Akirov compromete não apenas os esforços humanitários imediatos, mas também corrói o valor de longo prazo de sua própria marca. Uma marca desprovida de consciência social é como um vaso sem alma, atraente por fora, mas vazio por dentro. Os consumidores, especialmente nesta era de hiperconsciência, reconhecerão esse vazio e poderão muito bem procurar em outro lugar. Aqueles que não o fizerem estarão perpetuando o mesmo vazio que tal marca exala.

Recuar para o domínio da maximização de lucro enquanto uma nação lida com ameaças existenciais revela não apenas uma falha no julgamento moral, mas uma fratura no próprio tecido da coesão social. Aqui, a observação de Kant sobre a ingratidão encontra uma ilustração sombria, mas apropriada, servindo como um lembrete pungente de que a vileza realmente prospera onde a empatia e a responsabilidade coletiva são abandonadas. E, do ponto de vista da marca, essa falha poderá reverberar muito depois de a crise imediata ter passado, deixando um legado que nenhum luxo pode redimir.