Mesmo antes da guerra que estamos vivendo com o Hamas, o regime israelense vem sendo declarado como um regime de apartheid.
Um regime de apartheid é um sistema de segregação racial que estabelece uma desigualdade legal e social entre grupos raciais ou étnicos. O termo apartheid vem da palavra africânder para “separação”, e foi usado para descrever o sistema de segregação racial que existiu na África do Sul de 1948 a 1994.
Um regime de apartheid geralmente se caracteriza pelas seguintes características:
Classificação racial: Os indivíduos são classificados em grupos raciais ou étnicos, com base em características físicas ou culturais.
Separação: Os grupos raciais ou étnicos são separados em termos de habitação, educação, emprego, transporte, serviços públicos e outros aspectos da vida social.
Diferença de direitos: Os grupos raciais ou étnicos são tratados de forma desigual pela lei e pela sociedade.
O apartheid é uma violação dos direitos humanos fundamentais, incluindo o direito à igualdade, o direito à não discriminação e o direito à liberdade de movimento.
As acusações de apartheid contra Israel são baseadas na ideia de que o estado israelense estabelece um sistema de segregação racial que domina a população palestina como um todo. Os críticos argumentam que as leis, políticas e práticas israelenses discriminam os palestinos em todos os aspectos da vida, incluindo habitação, educação, emprego, transporte, serviços públicos e direitos políticos.
Israel rejeita as acusações de apartheid, argumentando que é um estado democrático que garante os direitos de todos os seus cidadãos, incluindo os árabes israelenses. O governo israelense afirma que as leis e políticas que são criticadas como discriminatórias são necessárias para garantir a segurança de Israel e para proteger os interesses dos cidadãos judeus na Cisjordânia.
As seguintes organizações definem Israel como regime de Apartheid:
Comissão Econômica e Social para a Ásia Ocidental (ESCWA), uma agência das Nações Unidas, publicou um relatório em 2017 que concluiu que Israel estabeleceu um regime de apartheid que domina a população palestina como um todo. O relatório foi rejeitado por Israel, que o chamou de “antissemita”.
B’Tselem, uma organização israelense de direitos humanos, publicou um relatório em 2021 que concluiu que Israel é um regime de apartheid. O relatório foi baseado em uma análise de leis, políticas e práticas israelenses que discriminam os palestinos.
Human Rights Watch (HRW), uma organização internacional de direitos humanos, publicou um relatório em 2022 que concluiu que Israel é um regime de apartheid. O relatório foi baseado em uma análise de leis, políticas e práticas israelenses que discriminam os palestinos.
A Anistia Internacional (AI) publicou em 2022 um relatório de 211 páginas no qual concluiu que Israel pratica um sistema de apartheid contra os palestinos.
Além dessas organizações, vários governos e indivíduos também têm feito acusações de apartheid contra Israel. Em 2023, o parlamento sul-africano aprovou uma resolução que reconhece Israel como um regime de apartheid. O governo da África do Sul também retirou seu embaixador de Israel em protesto contra o tratamento dos palestinos.
O tema é bastante polêmico e deve ser analisado a luz dos acontecimentos. Primeiro é preciso separar os territórios ocupados do restante da nação, as dinâmicas são completamente diferentes.
Em Israel todos os cidadãos têm direito a voto, a saúde, a educação e segurança por lei. Existem cidades mistas e cidades separadas. A maioria dos cidadãos prefere viver junto as suas comunidades de acordo com seus costumes e tradições. Mesmo na comunidade judaica, existem cidades de religiosos ortodoxos, ou bairros próprios nas cidades onde preferem residir. Isto é aceito por todos.
Nos territórios ocupados tudo muda. Os cidadãos israelenses que lá vivem continuam tendo os direitos e obrigações relativos a Israel. Os palestinos vivem de acordo com as leis da Autoridade Palestina. O território foi dividido em por Zonas em Oslo e os problemas ocorrem especialmente naqueles sob a administração de Israel. Na maior parte das vezes, são problemas de segurança.
Não deveriam existir colonos nos territórios ocupados, mas parece que o mundo não se importa muito com isto. Em alguns locais, Israel se viu forçado a criar obstáculos e até mesmo vias separadas para conter a violência contra eles. O apartheid que existe é tanto dos colonos com relação aos palestinos, como dos palestinos em relação aos colonos como consequência da ocupação.
A solução é um Estado Palestino livre e soberano. Negociações para isto estão paradas há 10 anos. Cada lado culpa o outro e nenhum país é capaz de reunir as partes em uma mesa de negociações. Talvez, toda esta tristeza com este mais recente conflito acabe por servir como um chamado a razão e ao bom senso levando israelenses e palestinos para um acordo de paz.
Boa parte da esquerda tenta envolver Israel como um regime de apartheid com relação a todos os cidadãos árabes israelenses e palestinos dos territórios ocupados, o que não é verdade. Na visão deles, Israel seria a ponta de lança do Imperialismo e do Colonialismo no Oriente Médio e por esta razão não deveria existir.
Nenhuma das organizações que classificam Israel como um regime de apartheid, classificam qualquer país como imperialista e/ou colonialista. A esquerda costuma surfar nas ondas que lhe convém. Estas organizações são críveis porque acusam Israel, mas não recebem nenhuma crítica, a menos que seja, por não condenarem o imperialismo e o colonialismo.
Esta esquerda é hipócrita e esta hipocrisia tem nome: antissemitismo.