Muito escuto nos últimos dias a palavra genocídio. Em geral, utilizada para dizer o que Israel estaria cometendo contra os palestinos em Gaza. Seria o contrário?

O termo “genocídio” foi cunhado pelo jurista polonês Raphael Lemkin. Lemkin, que viveu durante o século XX, dedicou grande parte de sua vida à promoção dos direitos humanos e ao estudo dos crimes contra a humanidade. Ele desenvolveu o conceito de genocídio como uma forma de descrever e denunciar os atos sistemáticos de destruição de grupos étnicos, culturais ou religiosos.

A palavra “genocídio” foi formada a partir da combinação de duas palavras gregas: “genos” (que significa “raça” ou “tribo”) e “cide” (derivada de “cídio”, que significa “matar”). Lemkin usou esse termo pela primeira vez em seu livro “Axis Rule in Occupied Europe” (1944), no qual ele descreveu os horrores cometidos pelos nazistas durante o Holocausto, bem como outros crimes cometidos durante a Segunda Guerra Mundial.

O trabalho de Raphael Lemkin e a introdução do termo “genocídio” desempenharam um papel fundamental na conscientização global sobre a gravidade desses atos e na formulação do conceito de genocídio como um crime internacional. Isso levou à adoção da Convenção para a Prevenção e a Punição do Crime de Genocídio pelas Nações Unidas em 1948, que estabeleceu a base legal para a condenação e punição do genocídio em âmbito internacional.

O genocídio é um termo que descreve um ato extremo de violência e destruição direcionado a um grupo étnico, racial, religioso ou nacional específico. Existem várias definições e entendimentos do que constitui um genocídio, mas a definição mais amplamente aceita é aquela proposta pela Convenção para a Prevenção e a Punição do Crime de Genocídio das Nações Unidas, adotada em 1948. Segundo essa convenção, o genocídio é definido como:

“Qualquer um dos seguintes atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal:

  • Assassinato de membros do grupo.
  • Dano grave à integridade física ou mental de membros do grupo.
  • Sujeição intencional do grupo a condições de vida que levem à sua destruição física, total ou parcial.
  • Imposição de medidas destinadas a evitar nascimentos no seio do grupo.
  • Transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo.”

Essa definição legal é amplamente reconhecida e serve de base para a identificação e condenação de atos de genocídio em todo o mundo. Ela enfatiza a importância da intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo específico como um elemento-chave que distingue o genocídio de outros tipos de violência em massa.

Além disso, acadêmicos e especialistas em direitos humanos podem oferecer definições mais detalhadas e nuances específicas de genocídio em seus estudos, mas a definição da Convenção da ONU é a mais amplamente aceita na comunidade internacional.

As definições acadêmicas e das organizações de direitos humanos geralmente se baseiam na definição legal da Convenção para a Prevenção e a Punição do Crime de Genocídio das Nações Unidas, mas muitas vezes expandem ou esclarecem elementos específicos do conceito de genocídio. Aqui estão algumas das nuances adicionais que os acadêmicos e especialistas em direitos humanos podem considerar:

Genocídio Cultural: Além da destruição física de um grupo, alguns acadêmicos e ativistas se concentram na destruição de elementos culturais, como idioma, religião e costumes, como uma forma de genocídio. Isso pode incluir a proibição da prática de religiões ou a supressão da língua de um grupo.

Genocídio por Omissão: Alguns argumentam que a negligência deliberada em fornecer ajuda humanitária ou proteção a um grupo em perigo pode constituir genocídio. Isso se aplica a situações em que um Estado ou atores não estatais têm o poder de prevenir o genocídio, mas optam por não o fazer.

Genocídio Político: Isso se refere a situações em que um grupo é alvo devido às suas opiniões políticas ou afiliações, em vez de características étnicas, religiosas ou raciais. O genocídio político pode visar indivíduos ou grupos que representam uma ameaça ao regime no poder.

Genocídio Ecológico: Alguns argumentam que a destruição deliberada do meio ambiente, especialmente em áreas habitadas por grupos específicos, pode ser considerada uma forma de genocídio, uma vez que pode levar à desintegração do grupo devido à perda de recursos naturais ou mudanças climáticas induzidas pelo homem.

Genocídio Socioeconômico: Isso se concentra em atos que visam intencionalmente prejudicar as condições de vida de um grupo, levando à sua destruição parcial ou total. Pode envolver a negação de acesso a recursos econômicos, como alimentos, água e assistência médica.

Genocídio de Gênero: Embora a Convenção das Nações Unidas não mencione explicitamente o genocídio de gênero, alguns especialistas argumentam que a violência sistemática, como estupro em massa, escravidão sexual e outras formas de violência de gênero, pode ser considerada uma forma de genocídio, especialmente quando direcionada a mulheres de um grupo étnico ou nacional.

A definição da ONU vem carregada das implicações do que aconteceu na Europa durante a segunda Guerra Mundial. O termo “grupos” tem uma amplitude muito grande e leva a várias interpretações. Se trata de grupos nacionais? De minorias? Se aplica a grupos terroristas?

O fato é que a maioria das pessoas usa o termo para expressar uma grande matança de seres humanos, ou para se referir a uma limpeza étnica.

Racionalmente falando, tanto um como o outro são aplicáveis ao Hamas, senão vejamos: eles massacraram um grupo de 1200 civis inocentes e tem como objetivo a destruição do Estado de Israel, em outras palavras, realizar uma limpeza étnica eliminando os judeus.

O que estamos assistindo nesta guerra é o recrudescimento do antissemitismo no mais absoluto significado da palavra. Ele também é uma forma de genocídio:

Em primeiro lugar, o antissemitismo é baseado no preconceito e na discriminação contra os judeus, que são considerados uma raça ou um grupo étnico distinto. Esse preconceito pode levar a atos de violência e perseguição contra os judeus, que podem resultar em sua morte ou em danos graves à sua saúde física ou mental.

Em segundo lugar, o antissemitismo pode levar à destruição cultural dos judeus. Isso pode ser feito através da destruição de bens culturais judeus, como livros, templos e escolas, ou através da proibição de práticas e rituais judeus. A destruição cultural pode levar à perda da identidade e da herança dos judeus, o que pode, em última análise, levar à sua extinção.

Em terceiro lugar: o antissemitismo cria um discurso de ódio contra os judeus que remete a um ambiente de medo e hostilidade. O discurso de ódio pode levar a atos de violência e discriminação contra os judeus.

O caso do Hospital de Gaza ilustra bem isto. As primeiras notícias do suposto bombardeio do Hospital começaram a chegar nas redes sociais cerca de 15 minutos depois do ocorrido através dos canais do grupo terrorista Hamas.

Sem nenhuma comprovação, ou sequer o respaldo de outras fontes independentes confirmando o ocorrido, uma enxurrada de condenações começou a ser postadas. Não havia a preocupação com o mais elementar do jornalismo: verificar e comprovar os fatos antes de publicar: o prédio do Hospital foi bombardeado? Poderia haver lá 500 pessoas mortas mediante uma rápida contagem? A fonte da notícia é uma fonte confiável?

Nada disso foi obedecido pela maior parte da mídia tradicional e alternativa, nem mesmo por alguns governos. Todos passaram a contar a versão do Hamas e difundir a maior das Fake News desta guerra.

Fica pior, mesmo muitos terem voltado atrás depois de todas evidências mostrando o Hospital de pé, o estacionamento atingido, o tamanho da cratera e a falta dos 500 mortos, os vídeos filmados em Gaza mostrando a falha do foguete disparado pela Jihad Islâmica, ainda vemos hoje reportagens duvidando de tudo isso.

Isto tem nome, se chama antissemitismo e vem com o carimbo de genocídio.