A população civil israelense está sendo vítima de uma onda de atentados sem precedentes em termos de espaço de tempo. Até agora em pouco mais de um mês já fizeram 14 vítimas.

Começou com um ataque na cidade de Beer Sheva em 22 de março. Um terrorista com uso de uma faca matou 4 cidadãos. Depois disso, menos de uma semana depois em 27 de março, novo atentado, desta vez em Hedera, cidade onde vivo, com dois mortos. Apenas 2 dias depois, outro atentado, desta vez em Bnei Brak com 5 mortos. Por fim, o de ontem em Tel Aviv com 3 mortos.

Entre as vítimas destes atentados, um policial árabe israelense, um soldado druso, dois ucranianos, mulheres e jovens. Acrescento as vidas dos 5 terroristas, e são 19 vidas humanas perdidas.

Os terroristas de Beer Sheva e de Hedera eram ligados ao ISIS e eram cidadãos israelenses. Os demais, palestinos dos territórios sem vínculos com organizações extremistas.

Todos os atentados foram comemorados pelo Hamas e a Jihad Islâmica em Gaza com farta distribuição de doces nas ruas da cidade de Gaza. O atentado de ontem foi comemorado em Jenin, um campo de refugiados nos territórios ocupados, onde vivia o terrorista. O que se pode esperar de gente que comemora o assassinato de seres humanos a sangue frio?

Mahamud Abbas, o presidente da Autoridade Palestina condenou os ataques, uma luz de bom senso.

O que estamos vendo acontecer, e se continuar assim, é uma mudança incrível no modus operandi do terrorismo tradicional, e tremendamente complicada de se lidar. Jovens que nunca estiveram no radar dos órgãos de segurança, estão cometendo estes crimes e são muito difíceis de serem identificados antes que o cometam.

Desde o primeiro atentado, as forças de segurança foram capazes de impedir quase uma centena de atentados, se antecipando a ação dos terroristas. Um deles onde três terroristas, também de Jenin, foram mortos em confronto com o exército quando já estavam a caminho de seus alvos. Não tivessem sido descobertos, um grande atentado teria ocorrido.

O uso do terror contra uma população civil é sempre um ato de covardia. As vítimas são cidadãos, normalmente, sem nenhuma chance de defesa. São pegos de surpresa e muitas vezes nem viram quem as atacou. Gente como a gente que tem suas vidas interrompidas por conta de alguém que nunca conheceram e nada tinham contra ele.

Uma consequência direta do momento que estamos vivendo é o fato de que qualquer árabe israelense, ou não, pode ser o próximo terrorista. Este é o legado destes últimos atentados. A população de Israel está assustada, indignada e os mais radicais pedem vingança. Os extremistas dos dois lados estão em êxtase, e o governo nos informa que não há indícios de que tenhamos chegado ao final do ciclo. A roda da violência ainda está girando. O próximo atentado está por acontecer a qualquer momento.

A população palestina nos territórios e de Gaza necessitam de trabalho. Onde vivem ele não existe e muitos atravessam a fronteira para obter seu sustento. Estes atendados causam um aumento de postos de checagem, quando não acabam impedindo a chegada destes trabalhadores em seus postos de trabalho. Aos terroristas, nada disto importa.

A falta de conversas entre o governo de Israel, atual e passado, com a Autoridade Palestina visando encontrar soluções para o conflito de mais de 70 anos, é uma das causas para o que estamos vivendo. A violência não contribui em nada para mudar este quadro.

No fundo, todos queremos viver e deixar viver em paz. Trabalhar, criar nossos filhos e sermos felizes. Este é o desejo da maioria da população palestina e israelense. Estes radicais que incitam e promovem a violência são uma minoria que faz refém a grande maioria.

Nós, judeus sionistas de esquerda sempre apontamos o caminho da convivência pacífica e da reconciliação entre os dois povos. Um Estado Palestino convivendo em paz com justiça e segurança, lado a lado ao Estado de Israel, sempre foi nossa bandeira. Nenhum extremista, de qualquer lado, vai nos impedir de seguir trilhando este caminho.