Mais uma vez é necessário que venhamos a público denunciar um caso de ódio antissemita. Desta vez  envolve o sr. Rui da Costa Pimenta, um reincidente, que disse em sua live de 12.02.2022 no canal Causa Operária TV, ao defender a “liberdade de expressão irrestrita”, e apoiar a defesa de Monark acerca da permissão de se fundar um partido nazista no Brasil, que: “(os judeus) tiraram da maleta o seu patrimônio de sofrimento, que é a questão do Holocausto nazista.” Não parou aí e continuou sarcasticamente: “Uma vez que você sofreu uma coisa deste tipo, justifica tudo até o fim dos tempos, né? Serve para encobrir todo tipo de picaretagem”. E prosseguiu com os mais vulgares e tradicionais motes: “O lobby judeu é um dos mais poderosos do mundo capitalista, um dos maiores de tudo” e “Nenhum presidente norte-americano é eleito sem a aprovação deste lobby”. E teve mais: “É o lobby que apoia o Estado de Israel. Um poder no mundo que em grande medida se escora para defender os seus interesses na questão do Holocausto.” “O Holocausto serve como justificativa para os atos políticos do presente.”

Após destilar seu primitivo antissemitismo, Pimenta volta seu ódio aos – como ele mesmo depreciativamente nomeia – “os identitários”. E em uma salada de argumentos que transitam entre a fantasia e o revisionismo, diz: “Os identitários criaram o Holocausto histórico que teria acontecido séculos atrás. Estão tentando construir este patrimônio de sofrimento para impor às pessoas qualquer coisa que passe pela cabeça deles.”

Por fim conclui afirmando que o lobby israelense se une aos empresários e arruína “o programa do rapaz (se referindo ao Monark)”: “Enquanto este pessoal sinistro e perigoso se movimentava, a Esquerda nacional seguia aplaudindo.”

O líder do PCO maldosamente, confunde israelense com judeu, pois assim ataca simultaneamente Israel e os judeus. Em resumo, ele usa de argumentos antissemitas para dizer que apoia a criação de um partido nazista, numa tentativa de evitar que amanhã o alvo seja o comunismo. Poderia ter simplesmente explicado que não há comparação possível entre nazismo e comunismo. Mas fazendo isso teria perdido a oportunidade de expor todo seu antissemitismo.

O negacionismo se vale de desacreditar fatos cientificos, históricos, apoiados em metodologias consagradas por décadas de estudiosos e pesquisadores de inúmeras universidades, para questionar o que denominam o “valor da verdade”. Apoiados em ressentimento, noções validadas por pseudociências, fake news, e impressões tidas como pós-verdade se esmeram em produzir fatos alternativos para confundir e disseminar ódios.

Queremos recordar aqui da obra de Pierre Vidal-Naquet, “Os assassinos da memória”, que elaborou como a “anatomia da mentira” (Vidal-Naquet, 1988, p. 11) se estrutura: ela parte da conclusão e busca fatos que possam fundá-la, e se necessário asfixiará os dados até que confessem o desejado.

Para o adepto do “método revisionista” segundo Vidal-Naquet, não interessa os meios utilizados para garantir suas conclusões: “A mentira pura e simples, o falso, o apelo a uma documentação completamente fantástica”.

Lamentável, Sr. Pimenta. A Causa Operária não merece a liderança de um antissemita que defende um Partido Nazista. Com certeza os companheiros comunistas que foram assassinados por este regime estão dando voltas em seus túmulos.

15 de fevereiro de 2022

Assinam:

Amigos Brasileiros do PAZ AGORA

Associação Cultural Moshe Sharet

Coordenação Apoio Women Wage Peace Brasil

Instituto Brasil-Israel

Judias e Judeus Sionistas de Esquerda

Judias e Judeus com Lula

Judeus pela Democracia

Meretz Brasil

Observatório Judaico dos Direitos Humanos do Brasil

Rede iberoamericana de Apoio ao Women Wage Peace