Quando qualquer país investe para valer em Educação, sobretudo, básica, fundamental e média e superior (e aqui incluo a Pesquisa) precisa esperar mais 50 anos para sentir a mudança intelectual e os resultados em suas ciências.
Qualquer país que tenha um passado jesuítico, extrativista, escravista, patriarcal, golpista, café com leite, fascista, ditatorial, escapista e, atualmente, bolsonarista, e não tenha investido (nem queira investir) para valer em Educação básica, fundamental, média e superior (e, insisto, Pesquisa), poderá até ser rico, vender muito, arrecadar muito, desenvolver um grande comércio internacional e será, assim mesmo, um rico burro, estúpido e fadado a morrer na praia (ou nos milhares quilômetros de praia) ou, ao menos, não conseguir preencher vagas de seu Judiciário por absoluta ignorância e deformação educacional.
Um país que vende diplomas universitários pelas mãos das Privadas (ressalvo os projetos particulares que são estupendos e comprometidos), enganando-se a si mesmo, enganando os números oficiais, enganando o mundo, não terá, nunca, asas para voar, nem fôlego para mergulhar em quaisquer ciências, tecnologias e humanidades: será, portanto, o quintal do mundo e o eterno fornecedor de commodities!
Então, se a “glória” de um país realmente depende apenas de suas commodities, ou de uma ideia vaga de futebol ou,ainda, do “tolerado” turismo sexual (e estelionato neopentecostal) as glórias terminarão no gramado, digo, na grama,onde ficarão marcas de ferraduras!
Educação não se inventa, ao contrário, realiza-se no vagar do tempo de, pelo menos, duas gerações (para ser otimista!). Um país educado não discursa, faz!
Pietro Nardella-Dellova, 2012
photo: Biblioteca della Facoltà di Giurisprudenza dell’Università di Zürich, Svizzera