Conheço bem a Constituição (CF/88) e sei que garante o direito aos cultos e crenças (como deve ser!) mas, de modo algum (e em quaisquer de seus dispositivos) garante o direito à prática de estelionato, especialmente, o estelionato brutal, vergonhoso e opressivo, imposto com as bênçãos da omissão pública, sobre o povo que se aperta e se violenta nos trens e metrôs, ônibus e alternativos, chuva e sol, com marmita azeda e com o sentimento de que poderia haver algum céu, algum paraíso e alguma salvação, para além do descaso com que são tratados…
Igualmente, conheço bem a Torá, a que os estelionatários chamam “Velho Testamento” (para eles, velho, menos, lógico, a parte que julgam tratar dos dízimos que, para os tais, é cláusula pétrea, de onde tiram seus argumentos falaciosos para a prática deste delito), e sei duas coisas básicas sobre a Torá:
- que não é “velha e, muito menos, velho, e, menos ainda, testamento”;
- que, entre as muitas Mitsvôt (palavras-princípio) da Torá, há uma, aliás, duas, que tratam do muito mal traduzido “Ma’aser” para dízimo, cujo cumprimento (refiro-me ao Ma’aser), em dois momentos, restringe-se a Israel, desde que haja sacerdotes (cohanim) no Templo (beit) – o que não há, e, refere-se a Jerusalém. Em resumo, no contexto judaico israelita “antigo”!
No mais, a única consideração desta prática odiosa está no contexto do Artigo 171, do Código Penal brasil(eiro), e na dura crítica que faço – e deve ser feita – à omissão pública!
Observações:
- Não me refiro, aqui, a qualquer tipo de contribuição que pessoas, com cérebro e discernimento, possam fazer aos grupos dos quais participam. Não me refiro, também, ao “Ma’aser” originário, mas a um tipo delituoso, ou seja, “dízimo”, que é um ato típico, antijurídico e culpavel, isto é, crime!
- Não há nada de cabalístico no Ma’aser – este argumento é uma falácia!
- Nenhum “ser” das alturas necessita – ou solicitou parte dos bens das pessoas – é uma mentira de Roma, Wittenberg e variações contemporâneas!
- Não é doloroso apenas pensar que as pessoas queiram comprar um céu, é muito mais doloroso pensar que as pessoas acreditam haver um céu para ser comprado – isto é ópio!
- Faça um favor à Justiça: denuncie todo estelionatário que pedir dízimo!
© Pietro Nardella-Dellova