Democracia é um regime político em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente — diretamente ou através de representantes eleitos — na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder da governança através do sufrágio universal.
Eis acima, uma boa definição de democracia, segundo a Wikipédia. Cada cidadão representa um voto e participa de eleições livres regimentares para eleger aqueles que segundo suas convicções, o melhor representa para criar as leis.
Como explicar, por exemplo, que nos últimos 30 anos, todos os governadores do Rio de Janeiro, a exceção de Benedita da Silva (mulher, negra e Petista), se envolveram em corrupção? O mais recente, o Sr. Witzel, um juiz fanfarrão eleito justamente para combater a corrupção. Um cidadão pode se equivocar uma vez, duas, mas eleger continuamente corruptos é uma façanha digna do Guinnes World Records.
Muitos destes corruptos se elegeram quando nem havia Internet com sua fábrica de Fake News. A grande maioria, políticos conhecidos cujos partidos combateram a ditadura. Figuras marcantes do cenário nacional.
E por falar em cenário nacional, a presidência do Brasil também mostra que a nossa democracia ainda é uma utopia. Desde que voltamos a eleger um presidente por voto direto, Fernando Collor foi o primeiro deles. Seu mandato acabou com dois anos em Impeachment. Depois dele, Itamar Franco, seu vice, completou o mandato. Então veio Fernando Henrique Cardoso que numa manobra regimental permaneceu 6 anos deixando um rastro de destruição econômica e miséria. Lula governou por 4 anos e foi reeleito por mais 4. O melhor presidente do Brasil passou o bastão para Dilma Rousseff que depois de um mandato de 4 anos, foi reeleita e deposta por um golpe branco através do Impeachment. Seu vice, Michel Temer concluiu o mandato e tivemos a eleição de Jair Bolsonaro e sua família miliciana.
Fernando Henrique e Lula foram os únicos que governaram pelos anos para os quais foram eleitos. Antes e depois, somente problemas cujas causas estão justamente na incapacidade da democracia brasileira como uma solução para o desenvolvimento do país.
Nossas instituições acabaram contaminadas pela corrupção política. Um juiz de ocasião, manipulou o julgamento de um ex-presidente para condená-lo por crimes que não cometeu baseado em convicções ideológicas. Envolveu o Ministério Público e em trabalho conjunto construíram uma narrativa ficcional que levou Lula a prisão depois de confirmado em segunda instância Tudo com o objetivo de retirá-lo das eleições onde era apontado como favorito. E claro, este juiz se tornou Ministro da Justiça do vencedor.
Nem mesmo nossa mais alta corte escapa do que se poderia chamar de democracia tupiniquim. Funcionam como um quarto poder. Seus integrantes determinam investigações que eles próprios julgam e promulgam a pena.
E assim, vamos vendo que praticamente todas as instâncias da república estão contaminadas ideologicamente, de uma forma, ou de outra. O Ministério da Justiça cria um dossiê sobre funcionários públicos antifascistas. O ministério do Meio Ambiente protege os destruidores da Floresta Amazônica. O Ministério da Saúde não tem ministro para combater o Covid-19. Na presidência um inepto.
Com as eleições para vereadores e prefeitos se aproximando, o que esperar delas. Quais partidos trazem soluções reais para as cidades que desejam governar? Teremos o voto ideológico, emocional, a cabresto, ou responsável?
O Brasil pode ter se reencontrado com a democracia, mas a democracia não encontrou ainda o Brasil. O fato de não corrermos perigo de uma volta dos milicos ao poder, não significa que não tenhamos a frente outros inimigos tão ruins como, ou ainda piores. Um governo federal tomado pela milícia é um bom exemplo.
Por enquanto o Covid-19 encobre a realidade como uma capa sobre o que de fato está acontecendo. Em breve a capa será removida, a realidade do estrago causado pelos Bolsonaros saltará a vista e a conta será cobrada.
Nas eleições de novembro teremos um termômetro do que está de fato acontecendo. Bolsonaro é maioria, ou a resistência vai superá-lo. Enquanto isso a democracia dorme no colo da esperança, ambas prisioneiras da escuridão. Tomara acordem em breve e saiam a luz de mãos dadas.