Me chamou atenção atitudes de políticos de 3 países nesta semana. São coisas que me fazem pensar se o Aquecimento Global estaria afetando a humanidade, não apenas na questão do clima, mas na nossa maneira de pensar e de agir em relação ao próximo.
No Brasil, Bolsonaro resolveu que seu filho será o próximo embaixador do Brasil em Washington. Atitude que já faz a imprensa americana se referir ao nosso país como uma República das Bananas. Para quem é mais jovem e não sabe o que isso significa, saibam que foi utilizado nos anos 70 para se referir aos países Latino Americanos onde proliferavam ditaduras e a lei era a dos mais fortes.
Nos EUA, Trump durante um comício em Minnesota disse: “Essas congressistas, seus comentários estão ajudando a alimentar a ascensão de uma esquerda militante perigosa. Tenho uma sugestão para as extremistas cheias de ódio que constantemente tentam dividir nosso país. Elas nunca têm nada de bom para dizer… Sabe o quê? Se não o amam, digo a elas para deixá-lo.” No que foi acompanhado por um coro de apoiadores gritando que as mandem de volta sob seu olhar complacente.
Em Israel, o Ministro da Educação (provisório até as novas eleições), Rafi Peretz, disse em uma entrevista a um canal de TV que era a favor da anexação dos territórios ocupados por Israel. A entrevistadora questionou sobre cidadania e direito a voto, no que ele respondeu, sem estes direitos. Ela então pergunta se não seria um Apartheid, e ele então diz que é complicado. Na mesma entrevista ele sugere a Terapia da Cura Gay e aí o mundo veio abaixo.
Muito provavelmente coisas parecidas devem estar ocorrendo em outros países no que eu já classifico como um Show de Horrores Mundial. Aquela coisa de que se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Tá parecendo um daqueles filmes apocalípticos com um excesso de anticristos.
Para completar a semana, no dia 17, completaram 25 anos do Atentado da Amia (um centro comunitário judeu, a Associação Mutual Israelita-Argentina, que deixou 85 mortos. O ataque foi atribuído ao Irã e ao Hezbollah com a ajuda de políticos argentinos numa linha direta que chegaria à presidência, na época exercida por Carlos Menem. Um atentado hediondo contra pessoas inocentes. Os culpados seguem impunes.
Se somar a isto tudo as últimas revelações da Vaza a Jato e a decisão do Ministro Toffoli de liberar o Flávio Bolsonaro das acusações com provas do COAF, aí só mesmo com Rivotril na veia, ou de canudinho.
Não está fácil viver no Planeta Terra. Principalmente para quem é militante das causas sociais. Parece que o universo resolveu nos sacanear e pegou gosto. É uma notícia pior que a outra sem parar.
Felizmente não há mal que perdure para sempre. Esta fase vai passar, como sempre aconteceu na história da humanidade. Tivemos alguns períodos de escuridão e também de muita luz. Estamos vivendo um pesadelo, mas em breve vamos poder voltar a sonhar.
Poderia escrever diversas páginas para comprovar de que tenho razão, mas não tenho a intenção de convencer os que pensam que não existe solução. Não vale a pena esta discussão. Para vocês eu digo que o tempo é senhor da razão.
Enquanto existirem eleições podemos sair disso pela via democrática. Em Israel elas ocorrem em dois meses, nos EUA no ano que vem e no Brasil dentro de três anos. Para quem já está gritando mais 3 anos com Bolsonaro, eu digo que os americanos, apesar de tudo, estão sobrevivendo ao governo Trump que também é de 4 anos.
Claro que eu gostaria de que Bolsonaro não cumprisse o mandato. Razões para isso não faltam e quem sabe até aconteça. Mas de toda forma ele tem prazo de validade.
Sentindo na pele todos estes retrocessos humanitários, a gente precisa lembrar que a humanidade como um todo avançou muito e que mesmo diante dos piores acontecimentos da história do homem, sobrevivemos e demos a volta por cima. No final a lista de grandes seres humanos é muito maior do que a lista dos piores vilões da humanidade.
Os maus ficaram marcados na história por seus atos, os bons por seus ideais. E foram sempre os grandes ideais que nos fizeram avançar e chegar até aqui. Eles não podem ser destruídos porque se encontram dentro de nós e são passados de geração para geração. O mundo vai ser melhor porque somos nós que semeamos a terra com nossas ideias para um mundo melhor, mais justo e igualitário, aqueles que seguramos as mãos e não abandonamos ninguém no campo de batalha.
Continuamos de pé na luta.