Não em nosso nome
Se você concorda que todo ser humano nasce igual, você é contra Bolsonaro.
Se você concorda que homens e mulheres têm os mesmos direitos, você é contra Bolsonaro.
Se você concorda que todos merecem receber as mesmas oportunidades, você é contra Bolsonaro.
Se você concorda que não é o gênero, mas o caráter do individuo o que realmente importa, você é contra Bolsonaro.
Se você concorda que a tortura é um crime contra a humanidade, você é contra Bolsonaro.
Não é uma questão ideológica, não se trata de esquerda ou de direita. Ser contra Bolsonaro é respeitar nossa diversidade e ter a consciência de que podemos viver em harmonia como seres humanos que chegamos ao mundo e partimos dele da mesma forma.
Como judeus temos uma responsabilidade com a humanidade. Somos o povo mais antigo na Terra. O povo do livro, aquele que trouxe ao mundo os 10 Mandamentos, as primeiras leis conhecidas pelo homem.
Nossa história é pautada por grandes acontecimentos, alguns de grande alegria, outros de imensa tristeza. Nenhum deles impediu que chegássemos aos dias de hoje em nossa terra. Aqui estamos para dizer ao mundo que o Povo de Israel Vive. E aqui vivemos com toda nossa bagagem ancestral de conhecimento e lições de vida.
Infelizmente algumas destas lições, as vezes parecem esquecidas e é preciso relembrá-las. Podemos ter pontos de vista diferentes, maneiras distintas de alcançar os mesmos objetivos, mas nunca podemos deixar de acreditar que somos o povo que deve ser um Farol de Luz para a humanidade.
A presença de Jair Bolsonaro em Israel é uma ofensa a todo ser humano, judeu ou não. Sua visita a Yad Vashem é ainda pior e não condiz com o que este lugar representa. Este presidente do Brasil enaltece a Ditadura Militar Brasileira que perseguiu, torturou e matou jovens de esquerda lembrando a cada um deles de que eram judeus. Entre eles: Ana Rosa Kucinski Silva, Mauricio e André Grabois (pai e filho), Chael Schreier, Gelson Reicher, Pauline Philipe Reischtuhl, Vladimir Herzog e Yara Iavelberg.
Quando nosso primeiro ministro se acerca deste tipo de líder para tentar obter exclusivamente mais uma embaixada em Jerusalém, temos de nos questionar se ele realmente nos representa. Para ele os fins justificam os meios, e apertar a mão de um ser tão desprezível como este, serve aos seus objetivos particulares de se perpetuar no poder.
Nenhum poder é eterno, os governantes passam e as nações permanecem. No entanto, são nossos governantes atuais que trocam afagos e sorrisos, cada qual com a sua agenda. A de Bolsonaro é agradar aos seus parceiros evangélicos que sonham com uma Israel convertida ao cristianismo para permitir a volta do seu Messias, Jesus Cristo.
O Brasil é muito maior que Bolsonaro, o que ele representa e aqueles que o apoiam. Nós todos que amamos a liberdade, a democracia e o respeito aos direitos humanos, estamos unidos em todo o mundo contra o fascismo. Nossa união é a nossa voz e ela jamais será calada.
Um mundo melhor é possível e somos aqueles que apontam o caminho. Somos a esperança que não morre, a alegria da vida, a beleza do ser humano. Nós somos o futuro.
Somos persistentes, somos obstinados, nunca desistimos porque somos movidos por amor ao próximo. Nossa unidade é consequência do que de melhor representamos no mundo. Nossa força é perene e nossa causa é justa.
Nós israelenses de origem brasileira que voltamos para nossa casa em Israel não esquecemos o Brasil. Não nos permitimos abandonar o povo brasileiro nas mãos deste presidente com ideais fascistas e chamamos a todos os cidadãos de Israel para que se manifestem contra a sua presença.
Jair Bolsonaro você é uma Persona Non Grata em Israel.