As mães de todas as guerras estão presentes em todos os conflitos. Sua dor pode ser medida com a mesma intensidade com que medimos o amor por seus filhos.
As mães de todas as guerras vertem lagrimas de indignação pelo sofrimento a que são submetidas. Para elas, todos os filhos são iguais. Não fazem distinção sobre as origens, as religiões, cor ou sexo para chorar. O seu choro é igual de todos os lados das fronteiras. Perder um filho na guerra vitimado pelas bombas da ignorância humana, parte seus corações.
As mães de todas as guerras podem ser americanas, britânicas ou iraquianas. Em sua tristeza são todas iguais. Cada uma delas ferida pelo desespero de não poder mais receber seus filhos de volta em casa. Uma a uma, se perguntando porque o seu filho. Porque?
As mães de todas as guerras são pessoas comuns com hábitos comuns. Foram crianças um dia. Cresceram, casaram e tiveram sua prole. Desejaram que fossem grandes homens e mulheres. Previram uma longa vida para eles. Nunca quiseram que eles lhes fossem levados abruptamente por uma bala mortal. Jamais sonharam com isso, nem em seus piores pesadelos.
As mães de todas as guerras também queriam um mundo melhor. Queriam que seus filhos tivessem uma vida melhor que as suas. Tantos sacrifícios fizerem por eles. Cuidando quando estavam doentes, alimentando quando tinham fome, ensinando quando tinham dúvidas, compreendendo quando erravam, mostrando o caminho quando estavam perdidos.
As mães de todas as guerras não gostam de injustiças. Não suportam que outros filhos passem necessidades. São solidárias no infortúnio umas com as outras. Talvez por isso, tenham todas a mesma face quando choram pelos seus. Talvez com isso estejam a nos dizer que esta dor é uma só e igual para todas.
As mães de todas as guerras não querem perder a esperança. Acreditam que cada guerra será a última. Que depois de enterrarem seus filhos queridos, ninguém mais fará com outras passem por isso novamente. Pensam que seus sentimentos serão compreendidos e os homens vão abnegar das batalhas e procurar solucionar seus conflitos pacificamente.
As mães de todas as guerras esquecem que algumas delas são as mães daqueles que causam os conflitos. Como aquelas que sofrem as conseqüências, outras são as mães da causa deles. Talvez lá no fundo, bem fundo de sua alma, elas também sintam a mesma dor por que todas são mães.
As mães de todas as guerras suplicam ao mundo para que parem a barbárie. Parem a matança e deixem seus filhos voltar ao aconchego de seus braços. Basta de mortes inocentes, basta de vidas perdidas para sempre. Escutem todos a voz das mães embargadas pelas lágrimas que correm formando um único rio chamado amargura.
As mães de todas as guerras estão cansadas. Gritam ao mundo que homens não lutem mais entre si. Que as diferenças sejam desafios a serem superados pelo diálogo. O diálogo que elas sempre tiveram com seus filhos em todas as horas e todos os momentos.
As mães de todas as guerras querem apenas que seus filhos, todos os filhos de todas as mães possam viver em PAZ.